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15/05/17 às 11:40 / Atualizada: 15/05/17 às 17:15

Fantástico - Escuta clandestina da PM monitorava políticos, advogados e médicos em MT; ASSOF emite Nota

Entre as pessoas grampeadas estava uma mulher que teve relacionamento amoroso com primo do governador. Caso está sendo investigado pela PGR.

Fantástico

Edição para ÁguaBoaNews, Clodoeste Kassu

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Fantástico - Escuta clandestina da PM monitorava políticos, advogados e médicos em MT; ASSOF emite Nota

Foto: Divulgação

Um esquema de escutas telefônicas clandestino foi montado pela Polícia Militar do estado de Mato Grosso. Monitorava políticos, advogados, médicos e um jornalista como se fossem bandidos.

O relatório da inteligência da Polícia Militar obtido pelo Fantástico mostra que a investigação era sobre um esquema de tráfico de drogas. Nele, a PM pedia à Justiça a quebra do sigilo telefônico de criminosos. Só que no meio desta lista estavam pessoas que não tinham nenhuma relação com o crime.

Entre os grampeados também estava uma mulher que teve um relacionamento amoroso com Paulo Taques. Ele é primo do governador, Pedro Taques, do PSDB, e era secretário-chefe da Casa Civil do estado. Paulo pediu demissão na última quinta-feira (11), minutos depois de ficar sabendo que o Fantástico estava apurando o caso. Segundo o promotor e ex-secretário de Segurança Mauro Zaque, o governador sabia do esquema de espionagem desde 2015. Pedro Taques nega.

O caso está sendo investigado pela Procuradoria Geral da República, em Brasília. Os procuradores querem saber se o governador tinha conhecimento desses grampos telefônicos clandestinos.



ASSOF emite Nota:


NOTA PÚBLICA REFERENTE A DENUNCIA DE INTERCEPTAÇÕES TELEFÔNICAS ILEGAIS REALIZADAS POR POLICIAIS MILITARES EM MT
 
A Associação dos Oficiais da Polícia e Bombeiro Militar de Mato Grosso (ASSOF), entidade de classe que congrega 1.000 (mil) oficiais entre Tenentes e Coronéis da ativa e reserva, vem a público manifestar a indignação e repulsa contra as práticas de interceptações telefônicas ilegais denunciadas no Programa Fantástico da Rede Globo e veiculadas na noite deste domingo (14/05), onde um grupo de policiais militares teria agido à revelia da lei e a mando de políticos de nosso Estado contra personalidades de nossa sociedade.
 
Os Oficiais da Polícia Militar que se constituem em homens e mulheres cumpridores da lei, da moral e dos bons costumes, defendem a rigorosa apuração e investigação contra os fatos denunciados, pois entendemos que a mera ilação desse tipo de conduta, denigre e macula a imagem de mais de 10 mil policiais militares, que diuturnamente se dedicam a cumprir a lei, preservar a ordem pública e respeitar os direitos individuais.
 
Neste momento de quebra da ordem pública, onde agentes do Estado são acusados de ordenarem práticas ilegais e inescrupulosas, a Associação dos Oficiais da Polícia e Bombeiro Militar de Mato Grosso não poderia adotar outra postura que não fosse a de se colocar ao lado da sociedade e cobrar severas explicações.
 
Ao longo da história a Polícia Militar no Brasil e em especial no Estado de Mato Grosso vem desenvolvendo ações que orgulham a sociedade e dignificam o trabalho policial, mas isso só tem sido possível graças a devoção e o respeito à lei que todos nós militares cultuamos como ideal de vida.
 
A Polícia Militar não pode ser responsabilidade como protagonista de práticas ilegais realizadas por maus profissionais, sob pena do trabalho policial realizado no Estado de Mato Grosso no combate à assaltantes a banco, quadrilhas de tráfico de drogas e armas, se tornarem inviabilizados.
 
Durante o final de semana vimos autoridades da segurança pública e do governo precipitadamente anunciarem para impressa que iriam determinar a suspensão do acesso da Polícia Militar ao sistema guardião de interceptações telefônicas.
 
Em primeiro lugar a Associação dos Oficiais destaca que essas autoridades não possuem autorização legal para determinar essa suspensão, segundo ressaltamos que é por demais temerário impedir o acesso da PM a interceptações telefônicas considerando a atuação das inúmeras quadrilhas do crime organizado no Estado.
 
Por esse motivo a ASSOF defende adoção de medidas que não irão prejudicar as ações de combate ao crime organizado e que paralelamente, darão maior segurança aos procedimentos policiais e para isso, propomos quatro medidas:

1. Rigor e seriedade na apuração e a punição das pessoas que de maneira fraudulenta inseriram números de telefones de pessoas de bem no levantamento de informações por meio de interceptações telefônicas;
 
2. Responsabilização dos agentes públicos que determinaram ou autorizaram a realização dessas interceptações telefônicas ilegais;
 
3. Auditoria por parte do Ministério Público Estadual e Federal em todas os processos de interceptação telefônicas realizados pelos órgãos judiciais e de segurança, que estão em curso ou que foram realizados no Estado de Mato Grosso nos últimos anos, para se verificar a regularidades desses procedimentos;
 
4. Adoção de protocolos mais rigorosos na autorização e na realização de interceptações telefônicas para todos os órgãos do sistema de segurança pública (Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Federal, Ministério Público e etc), para evitar que fraude como a que foi denunciada, volte a ocorrer;
 
Por fim, a diretoria da Associação dos Oficiais informa a sociedade Mato-grossense que irá promover competente representação na Corregedoria da Polícia Militar de Mato Grosso para instauração de inquérito policial militar, a fim de se apurar as responsabilidades de todos os policiais militares envolvidos na referida denúncia.
 
Cuiabá (MT), 15 de maio de 2017.
 
WANDERSON NUNES DE SIQUEIRA – TENENTE CORONEL PM
 
PRESIDENTE DA ASSOF


 

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