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14/09/16 às 19:42 / Atualizada: 14/09/16 às 19:48

Cooperação entre forças de segurança de MT e TO ajudam a elucidar crime

Lidiana Cuiabano e Luciene Oliveira | Sesp e PJC-MT

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A ação integrada entre as polícias civis de Mato Grosso e de Tocantins, baseada em informações de Inteligência dos dois Estados, foi decisiva no desfecho rápido do caso do duplo homicídio de pai e filho, procuradores de Estado, no último final de semana.
 
O suspeito José Bonfim Alves Santana foi preso em flagrante, na noite de ontem (13.09), na cidade de Colinas do Tocantins (TO), por porte ilegal de arma de fogo de uso permito, e teve o mandado de prisão temporária (30 dias) cumprido pelo assassinato dos procuradores. Ele vai responder por duplo homicídio qualificado e ocultação de cadáver.

As diligências iniciais foram realizadas pelo delegado de Vila Rica, Gutemberg de Lucena Almeida. Diante da complexidade do caso, a Secretaria de Segurança Pública de Mato Grosso determinou que fossem encaminhadas ao local equipes do GCCO e da Diretoria de Inteligência para dar suporte às investigações.

Durante o trabalho, a polícia de Mato Grosso identificou o gerente da fazenda como suspeito do crime, e iniciou as diligências para localizá-lo.

“Com base nas análises de Inteligência, foi identificado que o suspeito estaria no município de Colinas, no Tocantins. Com a informação, a secretaria adjunta de Inteligência da Sesp acionou a Superintendência de Inteligência do Estado de Tocantins que, junto com a delegada do município de Colinas, Olodes Maria Oliveira Freitas, empreendeu as diligências por toda a cidade, localizando o suspeito”, explicou o secretário adjunto de Inteligência da Sesp, Gustavo Garcia.

Os corpos de pai e filho foram encontrados na manhã desta quarta-feira (14.09), durante buscas que se estenderam desde a noite de terça-feira (13.09), em um trabalho integrado das unidades da Policia Civil dos municípios de Confresa e Vila Rica, além de profissionais da Politec.

O delegado de Vila Rica, Gutemberg de Lucena Almeida, destacou o apoio recebido do Governo do Estado, por meio da Sesp, e também agradeceu o empenho de cada policial de Vila Rica, do GCCO e do Núcleo Especializado de Investigações Criminais (NEIC), da Regional de Confresa.

“Fizemos mais de 14 horas de buscas ininterruptas e logramos êxito em encontrar os corpos. Estavam em uma área de pastagem, encobertos pelo capim um pouco mais alto, na própria Fazenda Santa Luzia, pertencente as vítimas”, disse.

O delegado informou que as investigações continuam. “Estamos aguardando a chegada do suspeito, para que possamos ter mais informações da motivação do crime”, falou.

O delegado da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), Diogo Santana Souza, destacou o trabalho conjunto realizado pelo GCCO, Diretoria de Inteligência e Delegacia de Vila Rica.

“O sucesso da operação foi resultado da rápida intervenção e análise das informações que tínhamos no momento. Infelizmente, tivemos um desfecho trágico com a localização dos corpos das duas vítimas, mas conseguimos a responsabilização criminal pelo fato”, disse.

Conforme o delegado, quando acionados pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), via Diretoria de Atividades Especiais, acreditava-se que as vítimas ainda poderiam estar vivas. “Mas quando chegamos em Vila Rica descobrimos que o gerente tinha fugido e as vítimas poderiam estar mortas”.

Santana ressaltou ainda a participação da Polícia Civil de Tocantins “foi fundamental à agilidade para a prisão. Trataram a informação com a importância devida”, completou.

A delegada da 7ª Delegacia Regional de Colina (TO), Olodes Maria Oliveira Freitas, destacou a ação rápida e a integração entre os serviços de Inteligência dos dois Estados.   

“Após a articulação entre as secretarias, recebemos a informação em nossa regional, junto com uma foto do suspeito, e iniciamos as diligências pela cidade”, contou a delegada.

Por volta das 19 horas de desta terça-feira (13.09), José Bonfim Alves Santana foi encontrado na cidade de Colinas com uma arma, supostamente utilizada na prática do crime. "Mato Grosso tinha as informações iniciais e nós complementamos com as investigações e localização do suspeito”, declarou a delegada do Tocantins.

Segundo ela, outras importantes parcerias já aconteceram entre Mato Grosso e Tocantins, especialmente em situações de crimes como tráfico de drogas. “Temos uma cooperação muito boa nas investigações de crimes”, disse.

O Secretário de Segurança Pública, Rogers Jarbas, atribuiu o sucesso das investigações do caso à integração entre as unidades da Polícia Civil de Mato Grosso e do Tocantins com a colaboração do setor de Inteligência das Secretarias de Segurança Pública dos dois estados e da Diretoria de Inteligência da PJC-MT.

O caso

O procurador aposentado do Distrito Federal, Saint Clair Martins Souto, e seu filho, Saint Clair Martins Souto Filho, procurador do Estado do Rio de Janeiro, estavam na fazenda da família, no município de Vila Rica. Eles deixaram de dar notícias à família desde o último domingo (11.09).

Pai e filho teriam ido à propriedade para esclarecer com o gerente da fazenda, José Bonfim Alves Santana, quanto ao desvio de gado da propriedade e sobre o uso de cartões bancários dos patrões para saques.

Em depoimento à polícia, José Bonfim disse que as vítimas foram executadas com um revólver calibre 38, tendo o suspeito matado primeiro o pai. Em seguida, ele chamou o filho para dentro da casa, falando que o pai havia sofrido uma queda, momento em que matou a segunda vítima.

Ainda em interrogatório, o suspeito revelou que, após as execuções, teria enterrado os corpos em uma região próxima à fazenda, que fica a 90 quilômetros da zona urbana de Vila Rica.

O delegado do GCCO, Diogo Santana, se deslocou na manhã desta quarta-feira (14.09) a Tocantins para buscar o preso.

Parceria

A troca de informações entre os setores de Inteligência policial está prevista no Comitê Integrado de Inteligência.

O Comitê foi instalado no dia 1º de julho deste ano, em Brasília (DF), e faz parte de uma articulação mais ampla, chamada de Consórcio Brasil Central Seguro, que reúne forças de Segurança Pública de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Maranhão, Tocantins, Bahia e Distrito Federal.

“Esse trabalho realizado de troca de informações é resultado dessa aproximação que está sendo feita entre as polícias, por meio do Comitê, interligando as ações de Inteligência dos estados”, disse o secretário adjunto de Inteligência da Sesp, Gustavo Garcia.

O secretário de Segurança Pública, Rogers Jarbas, acredita que integração que existe hoje entre os estados da Brasil Central Seguro é extremamente importante e tem ajudado não apenas investigações de casos de repercussão, mas também em outros casos de crimes como tráfico de drogas, homicídios e demais crimes graves.

“São casos em que a atuação integrada entre os setores de Inteligência da Polícia Civil dos estados envolvidos na Brasil Central Seguro tem trazido resultados eficientes e positivos para todo o sistema de segurança pública”, declarou Rogers.

Nota

Em nota, a Associação dos Procuradores do Estado de Mato Grosso (Apromat) manifestou condolências à família dos procuradores e enalteceu o trabalho da Secretaria de Segurança Pública (Sesp) e Polícia Judiciária Civil, na elucidação do caso.
“Agradecemos a atuação da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SESP), que elucidou o desaparecimento dos Procuradores, identificando a autoria do crime, praticado por um dos funcionários da propriedade das vítimas. E as ações empreendidas pela Polícia Judiciária Civil (PJC), em parceria com a Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e o Centro Integrado de Operações Aéreas (CIOPAER) para o esclarecimento, em curto tempo, dos fatos ocorridos”, diz trecho da nota. 
A Associação Nacional dos Procuradores dos Estados e do Distrito Federal (ANAPE) também se manifestou sobre o crime de repercussão nacional e agradeceu os esforços empregados para solucionar o caso.
“A ANAPE agradece o Governador do Estado do Mato Grosso, Pedro Taques, a equipe de inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Mato Grosso, ao Procurador-Geral do Estado do Mato Grosso, Patryck Ayala, e a presidente da Associação dos Procuradores do Estado do Mato Grosso - APROMAT, Gláucia Anne Kelly Rodrigues do Amaral, ao Governo do Estado do Rio de Janeiro e ao presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil - CFOAB, Cláudio Lamachia, por, desde a primeira hora em que foram contatados, não terem medido os esforços para buscar auxílio, prestar todas as informações possíveis e solucionar o caso”.

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