O REM MT disponibilizou recursos para o plano de gestão Man’ Gap, que é uma iniciativa da Associação do Povo Indígena Zoró Pangyjej (APIZ), que, há anos, realiza atividades que promovem o desenvolvimento sustentável e o fortalecimento da economia nos territórios indígenas dos Povos Zoró, Apiaká, Kayabi e Munduruku no Mato Grosso.
O investimento realizado pelo REM MT foi destinado para apoiar a criação de um Fundo Rotativo Solidário Indígena, que visa fornecer suporte financeiro a esses quatro povos, promovendo o capital de giro necessário para a execução das ações do Man’ Gap. O valor total a ser destinado pelo REM MT para o plano de gestão Man’ Gap é de cerca de R$4,5 milhões.
A estruturação do Fundo Rotativo Solidário Indígena é conduzida pela consultoria contratada da Sitawi Finanças do Bem e a criação do fundo foi fundamental para o fortalecimento da cadeia de valor da Castanha da Amazônia. O objetivo é apoiar as organizações produtivas das comunidades a longo prazo, promovendo sua autonomia financeira e sustentabilidade em atividades produtivas.
Outro destaque do Man’ Gap é a consolidação da fábrica de beneficiamento de castanha na Terra Indígena Zoró, iniciada em projeto anterior, também apoiado pelo REM MT, e a construção de uma nova fábrica na Terra Indígena Apiaká-Kayabi. O coordenador do Man’ Gap, Paulo Nunes, explica a importância do REM MT nessas ações.
“Esse apoio do REM MT foi fundamental para a instalação dessas fábricas. Agora, estamos na fase de iniciar o processamento e beneficiamento da castanha na terra indígena Zoró e também, ao mesmo tempo, com o apoio do REM MT, conseguimos levantar e já está praticamente pronta, a estrutura da fábrica na outra terra indígena Apiaká-Kayabi em Juara”, explica o coordenador.
O coordenador do Subprograma Agricultura Familiar e de Povos e Comunidades Tradicionais do REM MT, Marcos Paulo Balbino, destaca o objetivo do REM MT ao apoiar e destinar subsídios para o Man’ Gap.
“O principal objetivo desse projeto é promover o beneficiamento da castanha no território indígena e também gerar impacto social na comunidade, por meio da promoção de geração de renda, inclusão de gênero e trabalho para os jovens. Além de tudo isso, promove a valorização dos trabalhos praticados pelos indígenas, que ajudam a proteger e a conservar as florestas em pé”, destaca Marcos.
Fundos Rotativos Solidários (FRS)
Os Fundos Rotativos Solidários (FRS) são uma forma inteligente e criativa de poupança coletiva, que visa suprir necessidades específicas de seus participantes, através do consenso de regras estabelecidas pelos integrantes dos Fundos. Esses fundos mobilizam, organizam e emprestam recursos para projetos coletivos e alternativos, como empreendimentos econômicos solidários, mobilizações sociais e atividades formativas.
Além disso, eles são rotativos, o que significa que há uma devolução dos recursos em algum momento. Estes recursos circulam na própria comunidade e a reposição desses fundos é baseada no princípio da solidariedade, com preços justos para a remuneração do trabalho dos indígenas, bem como em regras de reciprocidade.
REM MT
O Programa REM MT (REDD Early Movers Mato Grosso, em inglês; ou REDD para Pioneiros) é uma premiação dos governos da Alemanha e do Reino Unido, por meio do Banco Alemão de Desenvolvimento (KfW), ao Estado do Mato Grosso pelos resultados na redução do desmatamento nos últimos anos (2006-2015). O Programa REM MT beneficia aqueles que contribuem com ações de conservação da floresta, como os agricultores familiares, as comunidades tradicionais e os povos indígenas, e fomenta iniciativas que estimulam a agricultura de baixo carbono e a redução do desmatamento, a fim de reduzir emissões de CO2 no planeta. O Programa REM MT é coordenado pelo Governo do Estado de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA), e tem como gestor financeiro o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO).