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29/11/23 às 12:00

Povos indígenas da etnia Bakairi recebem a primeira parcela do Programa Fomento Produtivo

Com recursos na ordem de R$ 4.600 estão executando projetos na área da apicultura, artesanato, extrativismo, criação de galinhas e outros.

Rosana Persona | Assessoria/Empaer-MT

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Povos indígenas da etnia Bakairi recebem a primeira parcela do Programa Fomento Produtivo

As redeiras da aldeia são especialistas na confecção de redes e artesanatos, conhecidas por utilizar o algodão colorido orgânico

Foto: Empaer-MT

Em torno de 87 famílias indígenas de dez aldeias da etnia Bakairi, situadas nos municípios de Planalto da Serra e Paranatinga (localizadas ao sul de Cuiabá), foram beneficiadas com os recursos na ordem de R$ 4.600 do Programa Fomento Produtivo às Atividades Rurais. O técnico agrícola da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), José Carlos Pinheiro da Silva, destaca que estão executando projetos na área de apicultura, artesanato, extrativismo, panificação, hortaliças, criação de galinhas, frango de corte e semi caipira, projeto Etnomoda Bakairi e outros.

O recurso é destinado às famílias em situação de pobreza pertencentes às comunidades tradicionais, assentados, quilombolas, povos indígenas, silvicultores, aquicultores, extrativistas e pescadores. Técnicos da Empaer são os responsáveis pela identificação, mobilização, elaboração de projetos, assistência aos agricultores com orientações quanto à aplicação do recurso. “A finalidade do programa é gerar renda às famílias dando oportunidade para ampliar ou diversificar a produção de alimentos e as atividades geradoras de renda dos povos originários que vivem em situação de vulnerabilidade social”, esclarece José Carlos.

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Os projetos foram aprovados e estão sendo executados neste ano de 2023. O recurso visa estimular a agricultura sustentável e promover a segurança alimentar. Pinheiro explica que cada família cadastrada recebeu o recurso em duas parcelas, sendo a primeira de R$ 2.600 e a segunda parcela de R$ 2.000. Ele enfatiza que para receber a segunda parcela, os indígenas precisam enviar a prestação de contas e só então terão acesso aos recursos. As aldeias que participam do Projeto em Paranatinga são Aturua, Aki Ety, Alto Ramalho, Cabeceira do Azul, Iahodo, Kayahoalo, Pakuera, Painkun e Kuiakware. Em Planalto da Serra, a Aldeia Sâwapa.

O Cacique da Aldeia Pakuera, Genivaldo Geronimo Poiure, destaca que o recurso é muito bom para a comunidade indígena, oferece condições de produzir para o consumo próprio e para comercialização, gerando renda para as famílias. Ele cita que atualmente estão comercializando frango limpo a R$ 60,00 a unidade, ovos a R$ 15,00 a dúzia, castanha do Cumbaru a 35,00 kg, artesanato a partir de R$ 30,00 a peça e a confecção de redes a R$ 500,00. “O fomento foi uma benção em nossas vidas, ajudou na geração de alimentos e renda, se tivesse o recurso novamente poderíamos fazer muito mais”, destaca Genivaldo.

O Cacique da Aldeia Painkun, Estalone Mariko Kukure, fala que as redeiras da aldeia são especialistas na confecção de redes e artesanatos, conhecidas por utilizar o algodão colorido orgânico. “ O recurso chegou em boa hora e foi utilizado para compra de linhas para produção das redes, produção de pães, hortaliças e criação de frango semi caipiras. Gostaríamos de ter acesso a esse benefício todos os anos, ” salienta Estalone.

A Coordenadora de Políticas Públicas da Empaer, Iêda Lopes de Souza Santos, fala que no ano de 2022, em torno de 544 famílias de agricultores familiares de 26 municípios do Estado de Mato Grosso receberam recursos do Programa Fomento às Atividades Produtivas Rurais no valor de R$ 2.400. Ela explica, que a partir do mês de agosto deste ano, o valor do benefício foi de R$ 4.600. E ainda, que as comunidades indígenas e quilombolas poderão participar do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), a partir do próximo ano. “A entrega dos produtos para merenda escolar poderá ser feita somente nas comunidades”, destaca Iêda.

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O Governo de Mato Grosso firmou um acordo de cooperação técnica com o Governo Federal por meio da Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf), no valor de R$ 2,4 milhões, para atender mil famílias por ano. Conforme Iêda, o recurso visa estimular a agricultura sustentável, contribuir para o incremento da renda dos beneficiários, a partir da geração de excedentes nas atividades produtivas, promover a segurança alimentar e outros.

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