Manifestantes tentaram invadir a sede da Polícia Federal nesta segunda-feira (12), na Asa Norte, bairro da região central de Brasília. O ato, segundo parte dos manifestantes, foi organizado como protesto à prisão do Cacique Xavante Tsererê, da Terra Indígena Parabubure região de Campinápolis (MT) que questiona o resultado das eleições deste ano.
O cacique também é pastor evangélico da Igreja Batista Nacional e atua na Associação Indígena Ômore Dumhiwêe também foi candidao a prefeito de Campinápolis (MT) nas eleições de 2020 pelo Patriotas e recebeu 689 votos.
Por volta de 20h40, os manifestantes começaram a atear fogo aos carros estacionados no Setor Hoteleiro Norte. Pelo menos três carros já foram incendiados.
Um carro da Defesa Civil e um ônibus também foram depredados. Os passageiros do ônibus foram obrigados a sair do veículo pelos manifestantes.
Comerciantes da Asa Norte estão fechando os estabelecimentos em meio à confusão, que acontece próxima aos prédio do Metrópoles e da Rede Globo.
Pedras e estilingue
Mais cedo, os manifestantes quebraram as janelas de diversos carros com pedras.
O grupo continua no local mesmo com a chegada da polícia, que reagiu com balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo.
A via que desce da Asa Sul rumo à L2, em frente ao Brasília Shopping, está fechada por conta do protesto.
Motivação
A pedido da Procuradoria-Geral da República, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a prisão temporária de José Acácio Sererê Xavante, pelo prazo inicial de dez dias, pela suposta prática de condutas ilícitas em atos antidemocráticos.
Segundo a Polícia Federal (PF), Sererê Xavante teria realizado manifestações de cunho antidemocrático em diversos locais de Brasília (DF), como em frente ao Congresso Nacional, no Aeroporto Internacional de Brasília (onde invadiram a área de embarque), no centro de compras Park Shopping, na Esplanada dos Ministérios (por ocasião da cerimônia de troca da bandeira nacional e em outros momentos) e em frente ao hotel onde estão hospedados o presidente e o vice-presidente da República eleitos.
A PGR afirmou que Xavante "vem se utilizando da sua posição de cacique do Povo Xavante para arregimentar indígenas e não indígenas para cometer crimes, mediante a ameaça de agressão e perseguição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e dos ministros do STF Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso."
Para o ministro Alexandre, as condutas do indígena "a restrição da liberdade do investigado, com a decretação da prisão temporária, é a única medida capaz de garantir a higidez da investigação”, afirmou em nota do STF.
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