Faleceu no final da noite desta sexta feira, dia 20 de agosto de 2021, em Barra do Garças, o dono de uma das principais vozes do rádiojornalismo da região Araguaia, conhecido pela alcunha de Toninho Vila, o gaúcho Antôninho Fracasso é mais um dos nomes que vão deixar lembrança e vazio na comunicação regional. Depois de 30 dias adoentado e há exatos 21 dias na UTI, ele não resistiu as sequelas da Covid 19.
Neto de italianos e torcedor fanático do Internacional, ele nasceu no Rio Grande do Sul no ano de 1947, passou a infância e a adolescência as margens da região do Rio Turvo na divisa dos municipios de Lagoa Vermelha, Nova Prata e Protasio Alves. No inicio da década de 60 migrou juntamente com seus pais para o sudoeste do Paraná, fixando residência e sendo pioneiro das Linhas 19 de Novembro e Planalto, comunidades do municipio de Renascença nas proximidades com o município de Marmeleiro, onde viveu com seus 06 irmãos.
Entre 1965 e 1966 serviu o Exercito na 1ª Companhia do 13º Regimento de Infantaria onde esteve sob o comando do lendário Coronel Sebastião Rodrigues de Moura, o Coronel Curió. Depois de servir o Exercito, retornou a Linha 19 de Novembro, onde exerceu a profissão de agricultor e professor do Mobral.
No ano de 1976 se elegeu vereador pelo municipio de Renascença e cumpriu mandato até 1983, foi neste período que se apaixonou pela imprensa através de contatos com o jornal A Folha do Sudoeste de Francisco Beltrão e a radio Cristal de Marmeleiro.
Em 1986 decidiu deixar o Paraná e partiu rumo ao Norte do Brasil, inicialmente queria morar em Sinop, mas por ironia do destino acabou rumando ao recém criado município de Vila Rica, sonhando em ser fazendeiro adquiriu uma área de terra próximo a divisa do Pará, na região hoje pertencente ao Distrito de Vila Mandi no municipio de Santana do Araguaia.
No local acabou se tornando comerciante, criando um ponto de apoio com restaurante e pouso, onde atendia, madeireiros, boiadeiros que traziam gado para cria de Goias e levavam boi gordo para o Frigorifico Atlas em Santana do Araguaia, e milhares de garimpeiros que vinham do Nordeste rumo aos garimpos de Peixoto de Azevedo, Apiacas e Alta Floresta.
Na divisa dos estados ganhou a alcunha temporária de Gaucho da Divisa, neste tempo doou terras para os estados do Pará e Mato Grosso e ajudou no suporte para diversas ações, entre elas o combate a malária através da Sucam e a implantação de postos de apoio das Secretarias de Fiscalização e Segurança Publica dos 02 estados, foi também com seu apoio que o FEFA, Fundo Emergencial de Febre Afotsa e o Indea construiram o Posto Fiscal Aristides Argenta que reforçou as campanhas de combate a febre aftosa e ajudou no desenvolvimento da pecuária de Mato Grosso.
No inicio dos anos 2000, decidiu voltar ao Sul do Brasil, mas 02 anos depois voltou a Vila Rica, onde iniciou a marcante trajetória de repórter de radio, inicialmente a frente do Reporter Comunitario da Eldorado FM, onde criou um bordão com seu patrocinador que se tornou marca registrada - “Com o apoio Cultural de Sicredi, muito mais que um banco, uma cooperatica de credito esta no ar o seu Repórter Comunitario, com as principais informações da região Araguaia”.
Neste período com quase 60 anos de idade, decidiu voltar a estudar e acabou cursando Letras pela Unitins, depois de uma longa temporada na Eldorado FM se tranferiu para a radio Continental AM onde permaneceu até janeiro de 2013 quando assumiu a assessoria de Comunicação da Prefeitura de Vila Rica.
No final de 2016, deixou a assessoria de imprensa e decidiu se fixar em Barra do Garças juntamente com sua esposa a professora e bióloga Lourivalda Moreira Barreto, na grande Barra não abandonou o radio e esteve presente na programação da Universitaria FM de Aragarças ate o inicio da pandemia de Covid.
Com o inicio da pandemia e sofrendo de arritmia, decidiu se recolher por prevenção mas diarimente contava o tempo para voltar ao radio, mas infelizmente foi vencido pelas sequelas do Covid. Toninho Vila deixa alem da esposa Lourivalda Moreira Barreto, seu filho único, o empresário de comunicação e jornalista Evandro Carlos.
Nos dias finais do agravamento de sua doença, disse a seu filho que se caso morresse era para dizer aos netos de sangue João Gabriel, Maria Carolina, Carlos Emanuel, e aos netos de coração Raiane Gasparetto, Leandro Moreira, Barbara Barreto, Raissa Moreira, Jessica e Ana Carolina, para “Sonharem e lutarem porque uma pessoa sem sonhos é uma pessoa sem fé”.