Pouco mais de 67% do consumo gerado em Mato Grosso está sendo movimentado no interior do Estado, mais precisamente em apenas dez cidades, todas elas com potencial agropecuário. Dos mais R$ 60,24 bilhões que deverão ser contabilizados na economia local em 2015, cerca de R$ 40,40 bilhões virão do interior e outros R$ 19,84 bilhões da região metropolitana de Cuiabá.
O Centro-Oeste é destaque e Mato Grosso é referência dentro da região. Os dez municípios não apenas sustentam, como interiorizam o poder de compra, mato-grossense. Esta análise é resultado da compilação dos dados de potencial de consumo dos municípios do Interior dos Estados, em comparação com o consumo nas Capitais e suas regiões metropolitanas, usando informações do IPC Maps entre 2010 e 2015, feito pela empresa especializada em informações de mercado, a IPC Marketing Editora.
Em termos estaduais no Centro-oeste, Mato Grosso, entre 2010 a 2015, por exemplo, que ocupa a 15ª posição com 1,6% do consumo nacional, tem o maior aumento participativo do potencial de consumo do interior entre os estados da região. Aumentou de 64,5% em relação ao total do Estado em 2010 para 67,1% em 2015. Estes 2,6% de aumento representam mais R$ 5,8 bilhões no bolso da população. Enquanto a região metropolitana de Cuiabá evoluiu em R$ 801 milhões no período. O destaque de Mato Grosso foi Rondonópolis que elevou o consumo em R$ 693,4 milhões nos últimos cinco anos.
Além de Rondonópolis, integram o ranking dos dez maiores municípios do Estado: Lucas do Rio Verde, Sorriso, Sinop, Nova Mutum, Primavera do Leste, Campo Verde, Sapezal, Água Boa e Diamantino.
PERFIL - O fenômeno da interiorização do consumo já é uma realidade que percorre o Brasil, alcançando em média 54% de tudo que será consumido pelos brasileiros em 2015, ou seja, pouco menos de R$ 2 trilhões em gastos, já considerando o atual cenário de retração econômica nacional. O estudo mostra que esse fenômeno não é novo, e que vem se evidenciando especialmente quando se comparam os dados da movimentação do consumo nos últimos cinco anos, apresentando uma evolução em termos reais de R$ 190 bilhões. Em 2010, a média do consumo das cidades do interior atingia 48,9% (há dez anos chegava a 47,4%). Atualmente, resta às capitais estaduais e suas regiões metropolitanas, 46% (correspondendo a R$ 1,67 trilhão) da potencialidade de consumo no País, uma participação que há cinco anos rendia mais da metade do consumo nacional, registrando o equivalente 51,1%.
Com a renda nas mãos do consumidor, os dados analisados pelo IPC Maps indicam não só que a movimentação de recursos evoluiu pelas cidades interioranas como também revelam para onde está indo o seu crescimento. De acordo com o responsável pelo estudo, Marcos Pazzini, “este cenário pode contribuir para se traçar um novo horizonte de oportunidades competitivas empresariais para a economia na geração de consumo por produtos e serviços”.
DISTRIBUIÇÃO - Verifica-se, por exemplo, que a maior participação do Interior no potencial de consumo ocorre na região Sul, chegando a 66,2% de participação, neste ano, cerca de R$ 437,4 milhões (ante os 61,1% registrados em 2010). Na região Centro-Oeste os municípios do Interior serão responsáveis por 61,2% do potencial de consumo da região em 2015, o equivalente a R$ 142,3 bilhões (contra os 58,3% apurados há cinco anos).
Segundo Marcos Pazzini, “se o ano de 2015 já está difícil para que se consiga atingir os objetivos comerciais, devido à insegurança dos brasileiros em adquirir produtos e serviços em um momento de incerteza de emprego e manutenção dos salários. Para as empresas o cenário tende a se agravar se insistir no enfoque dos mercados que não estão em crescimento, sem analisar as possibilidades ante as variações ocorridas no comportamento do mercado consumidor nas diversas nas regiões”.