Segundo o piloto, a aeronave saiu de Guarantã do Norte (MT) com destino ao Apuí (AM). Em depoimento na delegacia de Itaituba, o piloto afirmou que estava com dois passageiros a bordo e estes começaram a discutir. Um dos passageiros teria matado o outro a tiros. Na sequência, o atirador tentou jogar o corpo da vítima pela porta do avião durante o voo. Sérgio conta ainda que reagiu, conseguiu desarmar o homem e atirou no mesmo para não ser morto.
Em nota, a Polícia Civil disse que informações preliminares da Polícia Militar apontavam que o avião buscaria drogas. Inicialmente, a Polícia Civil informou também que o piloto havia sido preso acusado de porte ilegal de armas e de munição, mas que não foi acusado de homicídio porque não foram encontrados os corpos.
Depois de prestar depoimento, o piloto foi liberado na noite de sexta-feira (29). Após avaliar a situação do piloto, o delegado da delegacia de Itaituba, João Milhomem, decidiu não autuá-lo em flagrante por falta de evidências, “já que o objeto que o Sérgio possuía era apenas um projétil”.
A aeronave tinha vestígios de sangue e pedaços do que a polícia suspeita ser massa encefálica. O material foi enviado ao Instituto Médico Legal (IML) para testes de DNA, mas o órgão informou ao G1 na tarde de sábado (30) que ainda não há o resultado do exame. Peritos criminais da Polícia Federal realizam análises do avião. Peritos do Centro de Perícias de Santarém também foram acionados.
As buscas são realizadas pelas polícias Civil e Militar de Itaituba via terrestre. A PC solicitou apoio ao Grupamento Aéreo de Segurança Pública para realizar buscas aéreas na região de mata fechada indicada pelo piloto onde supostamente os corpos dos dois passageiros teriam caído. As buscas aéreas devem começar na segunda-feira (2) com o helicóptero do Graesp.
O piloto Sérgio Vanderlei Becker já respondeu por tráfico internacional de drogas. Em 2015, ele foi flagrado no Mato Grosso pela Polícia Federal transportando 200 kg de cocaína oriundas do Peru ou da Bolívia.
Além do piloto, outras duas pessoas foram detidas. Com elas, foram apreendidos dois aparelhos de rádios transmissores da mesma marca. Um instalado na aeronave e outro na caminhonete, o que, segundo as investigações, indicaria que tais equipamentos foram utilizados visando o contato entre o piloto da aeronave e a suposta chefe da associação criminosa, que acompanhava o piloto fazendo o apoio logístico em terra.
De acordo com a Polícia Civil, "atualmente Sérgio não tem mandado de prisão em aberto". A PC disse ainda que tráfico internacional de drogas é crime da esfera federal, portanto só apura crimes da esfera estadual.