A direção do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) abriu um processo disciplinar contra o professor de História Adriano Knippelberg de Moraes, 29 anos, acusado de melhorar notas de alunas em troca de sexo. Em nota, a direção diz que “está tomando todas as medidas cabíveis, através de processo administrativo disciplinar para apurar o fato”.
Ontem pela manhã, em frente à unidade federal, a reportagem do Diário conversou com quatro alunas do curso de Secretariado, que afirmaram ter estudado com Adriano Moraes no ano passado.
Elas defendem com veemência o docente e acreditam que, se aconteceu algo realmente, houve consentimento de ambas as partes. “Ele é um excelente professor. Sempre foi amigo de todos os alunos. Se aconteceu algo, ela correspondeu”, diziam as estudantes praticamente em coro.
Uma delas afirmou que já havia tirado nota baixa na disciplina ministrada pelo suspeito, que teria apenas passado trabalhos escolares para ajudá-la a recuperar a média. “Ele não ofereceu nada, não ficava de gracinha”, comentou. “Eu também tive problemas de falta e ele apenas me orientou a não faltar mais e a participar de todos os seminários, que iria contar como presença”, emendou outra estudante.
Ao fazerem questão de dizer que o professor é “novo e bonito”, as estudantes comentam que há outros relatos de envolvimento entre outros docentes, inclusive bem mais velhos, e alunas da instituição. “Este não é o único caso de relacionamento na escola. Não sabemos por que tanto alarde. Se aconteceu algo mesmo a aluna deu liberdade”, acreditam.
“CASO ISOLADO” - Secretário geral do Sindicato dos Servidores Federais da Educação Básica (Sinasefe), Everton Almeida considerou o fato isolado.
“Até o momento não havíamos recebido denúncias deste tipo, mas todas que chegam até ao sindicato são apuradas. A própria reitoria instaurou procedimento contra ele”, frisou.
Moraes foi preso na última terça-feira (30) suspeito de abusar de alunas com idades entre 15 e 17 anos em troca de notas altas na disciplina que ministrava no IFMT. Desta vez, a vítima acompanhada da mãe registrou boletim de ocorrência e descreveu com exatidão o assédio sexual e apresentou conversas mantidas com o professor por meio do aplicativo WhatsApp.
Ela ainda pontuou que o professor estaria, da mesma forma, assediando outras alunas e teria conseguido levar duas estudantes para motéis.