Este artigo nasceu de uma conversa na última semana em Diamantino, com um empresário do agronegócio de Tangará da Serra. Maduro, experiente e pioneiro na região do Médio Norte do estado, desde o começo da década der 1980. Nossa conversa nasceu na Loja Maçônica “Colunas Diamantinense da Amazônia”, onde fui dar palestra. Por iniciativa dele se aproximou e comentou sobre artigo que escrevi. O artigo, “Mato Grosso x MT”, tratava da existência separada de dois Mato Grossos. Um que trabalha e produz, outro que cuida da burocracia e atrapalha. Muito!
Daí por diante a conversa envolveu longas confissões dele e de outros empresários que se aproximaram e alimentaram a discussão por um bom tempo. Todos, sem exceção revoltados com a chamada máquina governamental. Era gente da área de vendas de defensivos e insumos agrícolas, de comércio varejista e de atacado, donos de empresas de máquinas agrícolas e revendedores delas, e produtores rurais. Sem exceção, Irritados com a burocracia do estado. Mas eles separam bem. De um lado as infinitas regulamentações que desconhecem absolutamente a realidade da economia e da vida real. De outro, os chamados “agentes públicos”, que são funcionários que atuam dentro e fora dos prédios governamentais.
Em princípio, um enorme preconceito com os “agentes públicos” por suas atitudes de arrogância, indiferença ou de omissão. Elogiam os bons, mas descem o pau na maioria descompromissada. Particularmente incomodam as regulamentações de gabinete criadas em Cuiabá por gente que nunca viu um pé de couve e quer regulamentar quem produz milhares de hectares de lavoura. Ou criam milhares de cabeças de gado. É um conflito sem fim.
Penso que o governador Pedro Taques, com sua visão legalista, deveria compor grupos de trabalho, compostos por gente de dentro e de fora do governo, pra discutir questões que influenciam e economia. Gente de governo pensa como governo. Precisa do freio da realidade. Empresários, consultores que enxergam o mundo na sua totalidade local, regional, nacional e internacional, capazes de colaborar sem esperar salários e RGAs. O governador prestaria um imenso favor à economia estadual e auditasse a maioria das bobagens que saem da cabeça dos burocratas e lá na ponta atingem que trabalha e produz com horizontes de mundo. Não só do contracheque no fim do mês. Mato Grosso agradeceria. Muito!