Nova Xavantina - PM envolvido em tiroteio terá que entregar sua arma
A juíza Luciene Kelly Marciano Roos, da 2ª vara da Comarca de Nova Xavantina, determinou que o major da PM Roosevelth Fabiano Escolástico, envolvido no episódio que resultou na morte de um estudante no último domingo, na cidade, entregue sua pistola às autoridades. Ela também determinou a abertura de inquérito policial para investigá-lo.
Renan Luna, de 22 anos, morreu com um tiro na cabeça ao final de uma festa na madrugada.
Além disso, a juíza proibiu o oficial de manter contato com as testemunhas e fazer parte de qualquer tipo de investigação a respeito do caso.
A juíza assinou ainda o alvará de soltura de três rapazes que haviam sido detidos na noite do homicídio, acusados de cometer injuria contra o major e apresentar resistência à prisão de supostos usuários de drogas. Essa discussão, segundo o major, teria resultado no tiroteio que acabou resultando na morte do estudante.
Segundo a assessoria da Polícia Civil, foram encontrados no local duas cápsulas de munição calibre 40, mesmo da arma do major, um projétil intacto e um fragmento de munição.
Roosevelth Fabiano afirmou que só deu tiros direcionados ao chão, que Renan teria sido vítima de uma bala perdida e que o local acabou se transformando em uma situação de guerra.
Já o melhor amigo de Renan, Mauri Júnior Machado, de 22 anos, que estava com o rapaz no momento da fatalidade, afirma que o amigo não foi vítima de bala perdida, mas sim de execução. Ele disse ainda que não teria acontecido um tiroteio no momento do homicídio, mas sim somente o tiro em Luna.
Até o momento o laudo da perícia ainda não saiu.
A família
Em entrevista exclusiva para o MidiaNews, Alana Luna, 26 anos, irmã de Renan, deixa clara a dificuldade da família em aceitar o que aconteceu.
“Ninguém que não passou por isso é capaz de saber o que eu sinto agora. Ninguém é capaz de entender o desespero de uma mãe ao sepultar o filho, sepultar alguém no começo da vida, saudável e de forma tão cruel. Talvez sim, se fosse um acidente de carro, talvez sim, se fosse qualquer outra situação. Mas um ato que simplesmente parece com uma execução, não é fácil de digerir”, lamentou a irmã.
Segundo Alana, a família ainda não sabe o que aconteceu, mas que tem toda certeza que o irmão não fez nada para que merecesse morrer de forma tão trágica e que agora está buscando respostas para conseguir aceitar o que aconteceu.
“Eu quero saber por que atiraram nele, eu quero saber por que tiraram a vida dele. Porque ninguém tem esse direito. Deus dá e Deus tira. Ninguém tinha essa permissão de atirar no meu menino. Essas respostas virão com o tempo. A gente pode fugir da justiça, mas ela existe. E a gente vai lutando para fingir que talvez isso seja mentira, mas é verdade”.
Renan é natural de Água Boa, mas morava em Bauru (SP), onde estava cursando Engenharia Elétrica. Ele estava em Nova Xavantina a passeio.