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08/01/18 às 09:07 / Atualizada: 08/01/18 às 09:25

Campos de Júlio (MT) - Começa colheita dos primeiros talhões

Produtores na região noroeste acionaram as colheitadeiras e começaram a colheita da soja da safra 2017/18

Mariana Peres, Diário de Cuiabá

Edição AguaBoaNews, Clodoeste Pereira 'Kassu'

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Campos de Júlio (MT) - Começa colheita dos primeiros talhões

Produtores de Mato Grosso já começaram a colher a soja da safra 2017/18, previsão de colher 30,6 milhões de toneladas

Foto: Arquivo colheita de soja 2015/prefeitura

Entre o Natal e o Ano Novo produtores rurais voltam seus olhos para o início da colheita da soja da safra 2017/18. Como já virou tradição em Mato Grosso, maior produtor nacional do grão, final de ano é momento de retomar a movimentação no campo e dar largada a uma nova fase da safra, a colheita. Produtores na região noroeste acionaram as colheitadeiras dias antes da virada do ano, como reforçam, “não há melhor princípio de ano novo como esse”.

Em Campos de Júlio, as primeiras áreas com soja precoce de 100 dias foram cultivadas sob pivô (irrigadas) e os primeiros resultados empolgaram, com produtividade de até 80 sacas. Essa soja que começou a ser colhida nos últimos dias de 2017 foi semeada logo após o final do Vazio Sanitário – período em que o cultivo e a permanência de plantas de soja fica proibido no Estado – no dia 15 de setembro.

Como explica o gerente da Agrícola Zanella de Campos de Júlio, Marcos Adriano Storch, assim como em 2016, a colheita da soja antes da virada do ano passou a ser um presente e um bom princípio de ano novo. “Fazenda vizinha a nossa obteve 80 sacas e isso é um verdadeiro presente, estávamos precisando de boas notícias assim”. Marcos se refere ao começo problemático dessa safra, marcada pelo clima seco, impedindo o avanço ou mesmo o começo do plantio.

Com a conclusão do plantio da oleaginosa durante o mês de dezembro, a previsão é de que a colheita ganhe ritmo a partir de meados de janeiro.

Conforme projeções do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) estão previstas pouco de 30,6 milhões de toneladas, registrando um leve aumento de 20,8 mil toneladas em relação à estimativa feita pelo Imea em outubro e firmando-se com previsão de recuo de 2,14% ou 670 mil toneladas ante a safra 2016/17.

Ainda conforme o Imea, o comportamento do clima nas próximas semanas é que vai definir a safra. Os analistas lembram que 94,75 mil hectares, ou 1% da área total estimada para esta safra no Estado, precisou ser ressemeada, portanto deixando uma lacuna sobre os resultados desses talhões.

A instabilidade climática no início da safra, e que se perdurou até outubro, deixou muitos agricultores apreensivos. A falta de chuvas regulares inibiu o começo da semeadura e, entre os que arriscaram, houve replantio. O impacto climático se deu principalmente nas áreas que foram semeadas logo após o fim do vazio sanitário, ainda na segunda quinzena de setembro.

FERRUGEM – Antes mesmo da colheita ter início em Mato Grosso, registros de ferrugem asiática em áreas comerciais dessa nova safra já eram contabilizados pelo Consórcio Antiferrugem, com duas ocorrências em Primavera do Leste e uma em Campo Verde, ambas na região Sul.

O foco de Campo Verde foi confirmado em estádio de desenvolvimento R5, no dia 28 de dezembro. A soja infectada foi cultivada na primeira quinzena de setembro de 2017.

Já os dois focos de Primavera do Leste, foram confirmados no dia 21 e no dia 26 de dezembro. O primeiro estava em estádio R1, em soja cultivada na primeira quinzena de novembro e o segundo, em estádio R7, foi detectado em soja cultivada na segunda quinzena de setembro do ano passado.

Conforme o Consórcio Antiferrugem, além das três ocorrências em áreas comerciais, outros sete focos foram confirmados, mas em soja voluntária, portanto em plantas remanescentes da safra passada e que foram destruídas conforme determina o Vazio Sanitário.

A ferrugem, causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, é uma doença que além de ampliar o manejo no campo e os custos operacionais em razão de desembolsos extras com defensivos, reduz o potencial produtivo das plantas, afetando o rendimento por hectare. Em suma, a ferrugem aumenta a despesa e achata a receita.

A preocupação é que com a intensificação das chuvas e com o início da colheita, há momentos que favorecem a dispersão do fungo que é facilmente levado pelo vento e pode percorrer grandes distâncias. A umidade da chuva e as altas temperaturas criam um ambiente favorável à proliferação do fungo e colheita ajuda e dispersar os fungos para outras lavouras.

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