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11/12/17 às 11:53 / Atualizada: 11/12/17 às 12:04

Steven Pipes, empresário: 'A carne brasileira é melhor que a argentina'

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Steven Pipes, empresário: 'A carne brasileira é melhor que a argentina'

Foto: Divulgação

“Tenho 63 anos e sempre fui louco por hambúrgueres. Há 15, resolvi criar uma hamburgueria no subsolo do hotel Le Parker Meridien, em Nova York. A princípio, não demos nome, porque era só um lugar que vendia hambúrgueres. O que era uma referência entre frequentadores acabou batizando a casa: Burger Joint.”

Conte algo que não sei.
Sou casado com uma indiana e descobri que os indianos são os melhores negociantes da face da terra. Melhor do que americanos, que não são bons e ficam com vergonha de negociar. Na Índia, se você disser que uma garrafa de água custa US$ 1, ele diz que vai pagar US$ 0,25. Tudo é uma negociação. E é uma cultura muito gentil.

Por falar em cultura, há filiais do Burger Joint em Cingapura, na Coreia do Sul e nos Emirados Árabes. Há alguma curiosidade em relação aos clientes desses países?
As pessoas do Oriente Médio vão a Nova York e não se importam em ficar na fila para comprar um hambúrguer. Mas, em Dubai, não querem pegar fila por questões culturais, eles funcionam com hierarquias. Tivemos que mudar o estilo de serviço e oferecer o atendimento na mesa.

Conhecendo lugares tão distintos, você vai poder falar com propriedade: que país tem o melhor serviço?
Eu morei no Japão por um ano e meio e percebi que eles têm o melhor serviço do mundo. É sincero, com uma dose de graça e vem do coração.

Estamos na onda do hambúrguer após a moda dos temakis e iogurtes frozen. Em Nova York igualmente houve essas tendências? Qual é a da vez?
Bicicletas elétricas (risos). Em Nova York, tem aqueles restaurantes da moda que abrem e, um ano depois, fecham. O “farm-to-table” (ingredientes levados da fazenda para a mesa) além disso é um fenômeno, assim como o “fast casual” (lugares que não oferecem serviço em mesa, mas têm comida e ambiente de qualidade). E os mercados gastronômicos.

Qual o segredo para um bom hambúrguer?
Carne fresca, moída dia a dia. E o Brasil tem carne boa, é o único país fora do território americano onde usamos carne local nas filiais. Nos demais, importamos dos Estados Unidos. Na Coreia do Sul, por exemplo, as carnes que eu provei eram horríveis. O Brasil foi uma boa surpresa porque, para nós, a carne famosa na América do Sul era a argentina.

Olha que temos uma rivalidade com a Argentina…
Ah, é? Acho que a carne brasileira é muito melhor! (risos).

Qual a sua opinião sobre hambúrgueres de redes de fast food?
Eu acho que o McDonald’s faz brilhantemente o que se propõe, mas tem uma comida completamente diferente da que oferecemos em nossas casas, é fast food.

A unidade das Paineiras é a terceira da sua rede no Rio de Janeiro. A crise que o estado enfrenta não assusta?
Temos um produto muito bom que não é barato, mas não é caro. Sei que vocês estão num momento difícil e espero que as coisas mudem. Quando estava vindo do aeroporto, perguntei ao motorista se ele achava que a Olimpíada foi boa para o Rio. E ele disse que sim, apesar de os políticos terem roubado muito dinheiro. É uma pena que a cidade esteja nessa situação de crise. Mas vocês têm tudo: recursos naturais, ótimo clima, belas paisagens, boas pessoas. E questões sociais que os americanos têm, vocês não têm.

Quais, por exemplo?
Vocês aboliram a escravidão em 1888, mais tarde do que a maioria dos países. E vocês não têm tantas questões raciais como nós.

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