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14/10/16 às 19:14

EFEITO CASCATA - Femina contagia crianças com doação de brinquedos e estimula tratamento

Apostar na alegria. Esse foi o mote da campanha “Femina Criança Feliz”, realizada nesta terça-feira, 11, pelo Hospital Infantil e Maternidade Femina, em Cuiabá. Para quem participou, era impossível não se contagiar pelo rastro de luz e alegria deixado nos corredores do hospital. A ação extraordinária realizada às vésperas do Dia das Crianças envolveu a participação de médicos e colaboradores na arrecadação e entrega de brinquedos às crianças em atendimento na unidade. A iniciativa partiu de um pequeno grupo de abnegados colaboradores que percorreram os consultórios médicos em busca de recursos e donativos para o dia.  

Rapidamente a ideia conquistou a adesão de amigos e familiares, e o que seria apenas uma  atividade comemorativa, se transformou na maior demonstração de carinho e amor já visto no hospital. Entre os entusiastas, o sargento Geberson Gustavo do 44º Batalhão de Infantaria Motorizado, que há 20 anos alterna suas atividades entre a defesa nacional e o trabalho voluntário.

O sargento interpreta o “Robô Ebetron”. A performance é inspirada em um guardião espacial que viaja pelas galáxias combatendo os vilões e promovendo a justiça. Em uma tradução bastante livre: alguém com o coração altruísta disposto a doar parte de seu tempo para o bem estar do próximo. Após a recuperação do sobrinho Luiz Gustavo, de 9 meses, internado para o tratamento de uma pneumonia, o sargento decidiu participar da ação como uma forma de retribuir ao hospital o cuidado dispensado ao sobrinho.

O “Femina Criança Feliz” também contou a participação da palhaça “Tia Gi”, interpretada há dois anos pela professora de Educação Física Gisela Duarte da Silva. Assim como o sargento, Gisela também foi tocada pela gratidão. A educadora aguarda pela recuperação da sobrinha Suzi Duarte, de dois anos, que trata uma virose. 

O PODER DA ALEGRIA – Cada vez mais, cientistas do mundo inteiro recorrem aos benefícios da atividade lúdica para a recuperação de pacientes, principalmente aqueles submetidos a longos períodos de internação. A sensação de conforto liberada pela alegria é capaz de provocar no paciente a aceitação das restrições impostas pela rotina de tratamento, fazendo com que o organismo pare de reagir contra aquilo que lhe causa estranheza.

Quem já teve um familiar hospitalizado por um longo período, já deve ter ouvido o médico dizer: “enquanto ele [o paciente] não parar de reagir e aceitar o tratamento, os medicamentos não farão efeito”. Isso não é uma máxima médica. Enquanto o paciente permanecer reagindo com estranheza ao tratamento, seu organismo continuará emitindo sinais para que o corpo reaja ao que considera uma “invasão”, inclusive a própria medicação.

É nessa hora que a intervenção lúdica é capaz de quebrar no paciente a resistência provocada pela aridez do ambiente hospitalar ou pela gravidade do diagnóstico. Assim que entra em contato com novos estímulos, principalmente ligados ao entretenimento e a alegria, imediatamente o organismo começa a reagir liberando doses constantes de endorfina.

Produzida pelo cérebro, a endorfina começa a enviar para o corpo estímulos de bem estar e segurança, identificando que a partir daquele momento, temos um ambiente confiável e menos agressivo. Com o rompimento do padrão de tensão, e desarmado emocionalmente, o paciente sem perceber abre espaço para que o medicamento atue de maneira eficaz no organismo, que passa a aceita-lo como um aliado, e não mais como um invasor.  


Seja endorfina, como classifica a ciência, ou simplesmente alegria, cada vez mais sua capacidade de estimular a sensação de bem estar, segurança, bom humor e alegria, são perseguidos pela medicina como uma espécie de antídoto às barreiras causadas pelos tratamentos mais difíceis.   
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