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21/05/16 às 12:10

Varredura em cela de preso confirma estelionato investigado pela Polícia Civil em Poconé

Investigação referente um golpe levou a Delegacia da Polícia Civil de Poconé a solicitar buscas em uma cela na Penitenciária Central do Estado (PCE), na quarta-feira (18.05), em Cuiabá. Um detento foi identificado como o autor das ligações que fizeram três vítimas, nas cidades de Poxoréu, Lucas do Rio Verde  e a terceira no interior de Minas Gerais. Juntas as vítimas tiveram prejuízo em mais de R$ 7 mil.

Na cela dele, varredura feita por agentes do Sistema Prisional apreendeu quatro aparelhos de celular, chips, cartões de memórias e anotações. Os aparelhos de celular estavam escondidos em um buraco na parede da cela e as anotações embaixo do colchão.

As vítimas identificadas pela Polícia Civil são donas de restaurantes. Mas a Polícia Civil também encontrou nas anotações do preso outros segmentos como lojas de  materiais de construção.

A vítima de Poxoréu, em boletim de ocorrência, informou que recebeu uma  encomenda de 140 marmitas. Para confirmar a compra, o suposto comprador enviou cópia de um falso depósito com valor a maior do que havia combinado, pedindo para a vítima devolver a diferença, cerca de R$ 2 mil, efetuando novo depósito.

A conta corrente usada foi rastreada e levou a duas pessoas moradoras de Poconé, que teriam sido aliciadas por uma mulher, conhecida do presidiário. Os dois correntistas foram ouvidos  e contaram que emprestaram a conta à mulher, para que um amigo dela pudesse receber um dinheiro de herança.

O delegado Olimpio da Cunha Fernandes Junior  informou, que o preso, que não teve o nome divulgado, será indiciado por crime de estelionato e deve perder o benefício do regime semiaberto, que estava prestes a receber. “As anotações estão sendo analisadas e nelas constam nomes de vítimas, contas correntes e números de telefones. Nao resta dúvida de que seja ele o suspeito, embora negue".

Para a Polícia Civil, os  dois correntistas são pessoas humildes e teriam cedido as contas sem receber benefício nenhum.

O delegado e o investigador que trabalham no caso destacaram a atenção prestada pelo Sistema Prisional, que de imediato, custodiaram as buscas na cela. “Foram muito dedicados e sérios quanto ao nosso pedido”, declararam.

O preso é natural de Minas Gerais e têm duas condenações de tráfico de drogas, cujas penas somam mais de 7 anos de reclusão.
 

Golpe do depósito, aplicado em todo o Brasil e ocorre em diferentes versões. O golpe é muito semelhando ao envelope vazio. Em algumas modalidades o criminoso simula o depósito e depois liga na empresa dizendo que se enganou e efetuou o pagamento no valor a maior e pede devolução do dinheiro. Em outras, chega a depositar o dinheiro e depois que empresa ou pessoa confirmar ele retorna no banco e estorna o  dinheiro, alegando ao caixa que depositou em conta errada. Nisso a empresa já entregou a mercadoria. Há pelos menos 10 registros do golpe na delegacia em valores que vão de R$ 1 mil, 4, 5 e até 10 mil.

As vítimas são geralmente pessoas que vendem produtos e prestam serviços. Em todos os casos, a vítima deve esperar 24 horas para confirmar o dinheiro na conta ou entrar em contato com agência bancária. "É uma nova modalidade de golpe, que foi aperfeiçoada"
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