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13/05/22 às 07:05 | Atualizada: 13/05/22 às 07:13

Tecnologia, inovação e sustentabilidade foram debatidos no primeiro dia de palestras do Acricorte

Uma plateia atenta e interessada acompanhou o primeiro dia de palestras da segunda edição do Acricorte, um dos maiores encontros de pecuária  de Mato Grosso, realizado no Cenarium Rural, em Cuiabá. Realizadora do evento, a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) , organizou uma programação repleta de conteúdos técnicos, conhecimento, tecnologia e temas de interesse do setor de bovinocultura.

O produtor que participou das palestras teve acesso a um conteúdo técnico diversificado. As palestras abordaram desde o aproveitamento dos co-produtos do boi, passando por técnicas de manejo e como obter pastagens acima da média, apresentadas pelo consultor no assunto, Wagner Pires, até estratégias disponíveis para aumentar os resultados da IATF (Inseminação Artificial em Tempo Fixo), trazidas por José Vasconcelos, o Zequinha.

A programação também incluiu dados do atual cenário econômico do agronegócio no Brasil, o uso da terra no País e no mundo, e como a pecuária brasileira tem lançado mão de técnicas para avançar, aumentando produtividade aliada à sustentabilidade.

De acordo com o pesquisador da Embrapa Territorial, Evaristo Miranda, um dos palestrantes do primeiro dia, Mato Grosso é exemplo de eficiência no agronegócio para o mundo. “O uso da inovação é que torna a agropecuária praticada aqui, e no Brasil como um todo, sinônimo de sustentabilidade e rentabilidade. E temos dados que atestam isso. Os ganhos de produtividade na produção de grãos, entre 1976 e 2019, pouparam 180 milhões de hectares do desmatamento no País”, disse Miranda.

O pesquisador da Embrapa ressaltou ainda que em 32 anos, houve um crescimento no rebanho bovino brasileiro e redução na área de pastagem. “Aumentou 12,8% o rebanho, a produção de carne cresceu 108%, a produtividade subiu 147%, com redução nas áreas de pasto. Isso significa que temos cada vez mais pastagens produtivas e menos pastagens degradadas. Esses números precisam ser amplamente divulgados para o mundo”, frisou.

Falando de carne

O médico veterinário, mestre e doutor em tecnologia de alimentos, Sérgio Pflanzer, também reforçou a importância de ampliar cada vez mais o debate em torno do tema carne, seus benefícios, e importância para a economia e sociedade. “A gente tem que conversar, produzir materiais com uma linguagem mais prática e acessível, disseminando informação e ajudando a desmistificar questões, tais como, se a carne faz mal para a saúde, para o meio ambiente, se realmente a carne bovina é a grande vilã do aquecimento global”, reforçou o palestrante.

Pflanzer abordou ainda em sua palestra o aproveitamento dos co-produtos do boi. “Nada se perde. Temos que estar atentos para as oportunidades que existem para os co-produtos que podem ser comercializados, além da carne. Temos um mercado de ração, produtos para Pets, indústria farmacêutica, de cosméticos, que utilizam miúdos, sangue, tendões, orelha, entre outras partes do animal como insumos para sua produção. Isso também pode ser uma fonte de renda”.

Trabalhar com eficiência

Com um tema especializado e técnico, o médico veterinário e doutor em zootecnia José Luiz Moraes Vasconcelos, o professor Zequinha, encerrou o ciclo de palestras do primeiro dia do Acricorte 2022 com o tema ‘Estratégias Disponíveis para aumentar os resultados da IATF (Inseminação Artificial em Tempo Fixo). Um dos destaques da sua fala foi: “criador não pode adiar estação de monta, mesmo com vacas de escore ruim”.

Zequinha fez o alerta. “Muito cuidado na decisão de atrasar o início da estação de monta. É melhor ter um resultado inferior esse ano do que inferior nos próximos cinco anos”.

A tecnologia de IATF foi outro ponto amplamente abordado pelo palestrante. A IATF permite inseminar a vaca em um momento predeterminado e permite que aquelas que não estejam no cio possam emprenhar. “É vital otimizar resultados na primeira IATF. Nos últimos anos temos acompanhado o excelente trabalho que vem sendo feito pelos produtores nacionais em termos de genética, e com isso colhendo melhores resultados de precocidade e mais peso”, pontuou Zequinha.
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