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16/10/21 às 08:31

Livro aborda perspectivas para a sustentabilidade no cultivo da soja no Cerrado

Durante os dias 11 a 15 de outubro, a Conservação Internacional (CI-Brasil) lança o livro Matopiba – Perspectivas sobre a Sustentabilidade da Soja. A publicação é resultado do trabalho realizado ao longo de cinco anos pelo projeto Parceria para o Bom Desenvolvimento (Good Growth Partnership - GGP, na sigla em Inglês), iniciativa implementada pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e que conta com recursos financeiros do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF).

O projeto Parceria para o Bom Desenvolvimento vem mobilizando parceiros públicos e privados e fomentando a implementação de boas práticas para estimular a produção de soja sustentável no Cerrado brasileiro, na região do Matopiba, que inclui 337 municípios do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. 

Estratégica para o agro brasileiro, a região também é um desafio para o equilíbrio socioambiental, pois 91% da sua área total está no Cerrado – o segundo maior bioma da América Latina e um dos mais ameaçados por desmatamentos, queimadas e manejos equivocados.

Dialogar com diferentes atores da cadeia produtiva para que todos os envolvidos no sistema agroindustrial da soja e, em especial, os que atuam no Matopiba, possam construir em conjunto um modelo de desenvolvimento justo, sustentável e próspero, é o que o projeto tem feito ao longo dos anos. O livro, lançado agora em Português e Inglês, consolida esse legado.

O livro deixa claro que essa construção passa pela compreensão de que a sustentabilidade está conectada a todas as possibilidades de desenvolvimento harmonioso da produção agrícola na região, com boas práticas de manejo que garantam o lucro ao longo dos anos e a manutenção do capital natural inestimável para as próximas gerações.

De acordo com Mauricio Bianco, vice-presidente da CI-Brasil, os resultados e relatos apresentados no livro são realmente inspiradores. “Soluções baseadas na natureza podem assegurar produtividade e rentabilidade de empreendimentos agrícolas, sem necessariamente depender da abertura das áreas que, hoje, estão ocupadas por vegetação nativa. De modo que o livro não trata apenas sobre a cadeia produtiva da soja no Brasil, tampouco sobre conservação da natureza na região de Matopiba. É sobre boas práticas agrícolas para a gestão do capital natural em propriedades rurais. É, portanto, o registro da busca por caminhos de diálogo em um contexto de polaridades”, afirma.

Sobre o Matopiba

Com mais de 73 milhões de hectares, o Matopiba é, a rigor, um polígono territorial formado por 337 municípios situados no Sul e Leste do Maranhão, no Tocantins, no Sudeste do Piauí e no Oeste da Bahia. Cerca de 91% de sua área total, ou 66,5 milhões de seus hectares, estão situados no Cerrado brasileiro – o segundo maior bioma da América Latina e um dos mais ameaçados por desmatamentos, queimadas e manejos equivocados. Dos remanescentes de vegetação nativa do Cerrado, quase metade (49,08%) estão no Matopiba.

 
A região entrou no imaginário popular como o lar ancestral de milhares de espécies endêmicas da flora e da fauna, como a ararinha-azul e o enigmático lobo-guará. Contudo, sua importância estratégica ultrapassa, e muito, as fronteiras. Embora não possua rios caudalosos, o Cerrado concentra as nascentes de oito das 12 maiores bacias hidrográficas do país. Três delas estão, parcialmente, dentro dos limites do Matopiba: a do Rio Tocantins, que ocupa 43% da área; a Bacia do Atlântico, nos trechos norte e nordeste, que ocupa 40%; e a bacia do Rio São Francisco, com 17%. Além disso, são nas raízes ultraprofundas da vegetação nativa que se estoca a água de três grandes aquíferos (Guarani, Bambuí e Urucuia), fazendo com que a preservação da cobertura vegetal original seja indispensável para a manutenção dos níveis de água doce de toda a América do Sul.

Leia e faça o download do livro na íntegra aqui: https://www.conservation.org/docs/default-source/brasil/projeto-matopiba_bx.pdf?Status=Master&sfvrsn=e2f80d7a_2
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