Imprimir

Imprimir Notícia

30/09/21 às 16:39

Fios elétricos se rompem e geram incêndios no Pantanal

O rompimento de fios elétricos ao longo da Transpantaneira tem tirado o sono de produtores rurais e dos bombeiros da região do Poconé (105 km de Cuiabá). Em menos de 24 horas, duas ocorrências foram registradas e, em ambas, houve início de incêndio florestal. A situação foi contornada pelos moradores locais em um dos casos. O outro precisou da intervenção das aeronaves do Corpo de Bombeiros.

Segundo o presidente do Sindicato Rural de Poconé e membro do Guardiões do Pantanal, Raul dos Santos, a situação é recorrente e ganha peso nos períodos de estiagem. Ele lembra que não há como a Energisa alegar desconhecimento porque, no ano passado, o deputado estadual Carlos Avalone convocou uma audiência pública na Assembleia Legislativa para discutir o assunto.

Entre os resultados do encontro, estava o compromisso da concessionária em se empenhar no serviço de manutenção de postes e fios, o que não aconteceu.

No último registro de incêndio causado por rompimento dos fios, nesta quinta-feira (30), as aeronaves ajudaram no combate ao fogo, o que resultou no controle, mas não fim dos riscos, já que o problema foi registrado de manhã e, até o momento, os fios ainda estão energizados, trazendo o perigo de eletrocussão aos brigadistas e também reavivamento das chamas.

Outro problema apontado pelo sindicato são as contribuições estatísticas desses eventos, que são computados como fogo gerado pela ação humana.

“Quando esses números aparecem, colocam sobre os produtores rurais a culpa dos incêndios. Mas, isso não é justo com o público que está engajado e empregando recursos próprios e até mesmo horas de trabalho no combate e suporte as equipes”.

No começo desta tarde, o Sindicato dos Produtores Rurais oficializou na Energisa um novo pedido para manutenção da rede ao longo da Transpantaneira.

“Mesmo com toda atenção, corremos o risco de perder o controle de um dos incêndios porque a vegetação está muito seca e estamos enfrentando uma das estiagens mais severas dos últimos anos. E, afinal de contas, a responsável pelos fios deve dar a manutenção. A Energisa diz que é sustentável. Então, não pode contribuir, por conta da sua omissão, com os incêndios no Pantanal”.

Trabalho conjunto - Desde o ano passado, quando o fogo consumiu 2,2 milhões de hectares do Pantanal Mato-grossense, bombeiros e moradores local se uniram em prol da prevenção.

Foram realizados cursos para a capacitação de brigadistas, bem como a compra e articulação para se adquirir equipamentos, entre eles máquinas pesadas.

Quem são os Guardiões do Pantanal - O grupo Guardiões do Pantanal é formado por integrantes das cadeias produtivas do Pantanal Mato-grossense. Eles se uniram após o desastre ambiental das queimadas, vivido em 2020, e pretendem realizar e apoiar ações que contemplem o desenvolvimento sustentável da região e a valorização da cultura pantaneira.

Também irão acompanhar e cobrar mudanças na legislação e a implantação dos projetos de infraestrutura que auxiliem a sobrevivência e evitem que a região seja consumida pelo fogo.
Imprimir