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04/08/21 às 17:25

Madeira apreendida pelo Juvam de Rondonópolis vira matéria-prima para ressocialização de reeducandos

Bancos, cadeiras, mesas, pilão e guarda-roupas, tudo feito de madeira e prontos para serem doado a entidades filantrópicas e instituições de Rondonópolis (212 km ao sul de Cuiabá). Os móveis são fabricados pelos reeducandos da Penitenciária Major Eldo de Sá Corrêa (Mata Grande), fruto de uma parceria entre o Juizado Volante Ambiental da Comarca (Juvam) e a administração da unidade prisional.
 
O Juvam destina as madeiras apreendidas nos processos de crime ambiental, à penitenciária, que desenvolve projetos de ressocialização de presos. Um deles oferece aos detentos a oportunidade de trabalhar em uma marcenaria instalada na unidade prisional e dessa forma serem beneficiados com a redução da pena pelos trabalhos prestados. Atualmente, 14 recuperandos particionam da atividade laboral.
 


De acordo com a gestora administrativa do Juvam de Rondonópolis, Deusany Moreira da Silva, a destinação de madeiras à Mata Grande ocorre desde 2014. Diversos lotes de madeiras foram doados à unidade prisional para utilização na marcenaria e também nas obras de construções e reparos realizadas na penitenciária. Com as madeiras doadas são confeccionados os móveis e as sobras são aproveitadas para a confecção de tábuas de carne.

 
Entre os tipos de madeiras doadas estão: pranchas, pranchões, blocos, vigas, vigotas, caibros, ripas e tábuas. As espécies florestais apreendidas são: Cambará, Rosinha, Jequitibá, Tauari, Tachi, Embira de Sapo, Angelim Amargoso, Cumaru, Cupiuba, Garapeira, Jatobá, Angelim Pedra, Pequiá, Jutaí-Pororoca, Faveira-Ferro e Roxinho.
 
“A iniciativa também traz benefícios à sociedade, vez que os móveis produzidos pelos recuperandos são doados às entidades beneficentes e instituições públicas de Rondonópolis como a Fundação Lar Cristão, Associação Divina Providência, Casa Esperança, Escola de Educação Infantil Cáritas Diocesana de Rondonópolis, Hospital Municipal, CEADAS, Creches, Igrejas, Escolas Públicas Estaduais, Ong Cantinho de Proteção Animal de Rondonópolis, SEMA, Polícia Militar, Polícia Militar Ambiental, Polícia Rodoviária Federal, Cadeia Pública Feminina, Centro de Atendimento Socioeducativo, entre outros”, cita a gestora.
 
O diretor da penitenciária Mata Grande, Ailton Ferreira, explica que existe na unidade prisional várias frentes de trabalho, e consequentemente a qualificação dos recuperandos e a marcenaria é um desses setores que dá esse suporte aos recuperandos.
 
“Com as doações de madeiras pelo Juvam já houve a conclusão de 100 obras na penitenciária, sendo as madeiras usadas como madeiramento, encosto de obras, andaimes”, afirma Ailton Ferreira. “Em razão de toda limitação imposta pela pandemia, nossa política de trabalho mudou, mas nossa filosofia continuou a mesma. Antes os recuperandos da marcenaria faziam móveis e estes eram expostos e ficava à venda. Hoje, permitimos que eles façam artesanatos e móveis e enviem aos familiares para que possam vender e reverter o dinheiro para atender as necessidades da família. Além da qualificação profissional há ajuda pecuniária às famílias. A penitenciária está sempre de mãos dadas com o Poder Judiciário e entidades para que as ações benevolentes sejam efetivadas”, concluiu.
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