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06/07/21 às 13:07 | Atualizada: 06/07/21 às 14:09

Equipes de resgate encontram destroços de avião desaparecido na Rússia


A aeronave An-26, com o prefixo RA-26085, no aeroporto de Patropavlovsk-Kamchatckiy. Avião transportava mais de 20 pessoas na península de Kamchatka, no extremo leste da Rússia, e caiu em 6 de julho de 2021. — Foto: Ministério de Situações de Emergência da Rússia/AFP


Equipes de resgate russas localizaram nesta terça-feira (6/7) a área da queda de um avião de passageiros com 28 pessoas a bordo, desaparecido dos radares algumas horas antes, quando deveria pousar na remota península de Kamchatka, no extremo-oriente do país.
 
"Os socorristas encontraram destroços do avião", afirmou a agência russa de transporte aéreo, Rossaviatsia, em um comunicado enviado à AFP.

A nota destaca que o trabalho é "difícil", devido à geografia da região.

Os destroços foram encontrados às 21h06 (6h06 de Brasília) a quatro quilômetros do aeroporto onde o avião deveria ter pousado, perto da costa do mar de Okhotsk. A equipe de emergência tenta se aproximar do local do acidente, segundo a agência.

"Uma parte da fuselagem está em terra, a outra, na água", afirmou o governador de Kamtachtka, Vladimir Solodov.

O avião, um Antonov An-26 da época soviética, voava entre a capital da região, Petropavlovsk-Kamchatckiy, e a pequena cidade de Palana, quando parou de transmitir sinais, disse a porta-voz da Procuradoria Regional de Transportes, Valentina Glazova, à AFP.

De acordo com a porta-voz, 22 passageiros e seis membros da tripulação estavam a bordo.

Neblina espessa 

O avião era operado por uma pequena empresa de Kamchatka, uma vasta península no extremo-leste da Rússia com pequena população.

As autoridades regionais informaram que o avião, que deveria ter pousado às 15h50 (2h50 de Brasília), perdeu contato a nove quilômetros de seu destino, 10 minutos antes do horário previsto para a aterrissagem.

A maioria dos passageiros, incluindo a chefe da administração municipal, Olga Mokhiriova, era de Palana, uma cidade de menos de 3.000 habitantes.

Com base em relatos de fontes do Ministério de Situações de Emergência, as agências de notícias informaram que as buscas se concentram em um raio de entre 15 e 25 quilômetros ao redor do aeroporto, incluindo o mar de Okhotsk.

Vários helicópteros e um avião da patrulha marítima eram utilizados nas buscas, prejudicadas pelo mau tempo.

A agência de aviação Rosaviatsia citou uma neblina no aeroporto e destacou que "as montanhas da região estavam ocultas pelas nuvens", no momento da aproximação do avião.
 
Palana foi cenário de um acidente fatal em setembro de 2012, quando, em um momento de intensa neblina, a tripulação de um Antonov An-28 não seguiu os procedimentos de aproximação. O avião caiu em terra, e dez das 14 pessoas a bordo morreram. Os exames detectaram nível de álcool no sangue dos dois integrantes da tripulação.

Problemas de segurança 


Imagem mostra o local onde o avião An-26 se chocou e caiu perto do aeroporto de Palana, no norte da península de Kamchatka, em 6 de julho de 2021 na Rússia — Foto: Ministério de Emergências da Rússia via Reuters

De acordo com sites especializados, o Antonov An-26 desaparecido nesta terça-feira (6/7) entrou em operação em 1982.

Projetado para ser o avião de transporte das forças militares soviéticas e de seus aliados, o An-26 foi produzido de 1969 a 1986 e também foi desenvolvido para uso civil. O modelo sofreu diversos acidentes fatais nos últimos anos.

Em setembro de 2020, 26 pessoas, a maioria estudantes de uma academia militar, morreram em um acidente perto de Kharkiv, no leste da Ucrânia. Em março de 2018, um An-26 militar russo também caiu durante o pouso, desta vez na base russa de Hmeimin, na Síria. Neste acidente, morreram os 39 militares que estavam a bordo.

Conhecida pelos acidentes de aviação, a Rússia melhorou a segurança no tráfego aéreo nos últimos anos, quando as companhias do país trocaram as antigas aeronaves soviéticas por outras mais modernas.

O país ainda sofre, no entanto, com a falta de manutenção dos aviões e com as flexíveis normas de segurança, que provocam acidentes frequentes. Isso acontece, em especial, nas áreas remotas do país, onde aviões e helicópteros são usados para conectar comunidades isoladas.
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