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18/08/20 às 11:12

Pesquisa inédita sobre ferrugem-asiática é publicada por jornal científico do Canadá

Pesquisa científica inédita denominada “Análise Comparativa de Severidade de Ferrugem-asiática em Soja Semeada em Dezembro e Fevereiro em Mato Grosso, Safra 2018/2019” foi publicada pelo Centro Canadense de Pesquisa e Educação, no Jornal de Agricultura e Ciência (Vol. 12, No. 9; 2020. ISSN 1916-9752 E-ISSN 1916-9760). A pesquisa, conduzida pela Fundação de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico Rio Verde e pelo Instituto Agris de Passo Fundo, demonstrou que nos plantios de soja de fevereiro houve uma substancial diminuição do uso de fungicidas, tendo em vista menor severidade da ferrugem-asiática, comparada com os plantios de dezembro, configurando assim, um benefício fitossanitário e ambiental.
 
Para a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), a pesquisa comprova o que o produtor rural já sabia na prática, que o melhor período para fazer semente para uso próprio é em fevereiro, já que nesse período há menos incidência de ferrugem e a soja pode ser colhida em um período com menos umidade, o que também possibilita uma melhor qualidade da semente.
 
O entrave pela produção de semente para uso próprio no Estado se tornou uma celeuma, já que a Instrução Normativa Conjunta Sedec/Indea-MT nº 002/2015 limitou o plantio da oleaginosa até 31 de dezembro, fazendo com que os produtores que antes cultivavam sua semente para uso próprio no final de janeiro ou em fevereiro antecipassem esse cultivo para dezembro, período mais úmido e com mais incidência de ferrugem-asiática. Com isso, aumentou-se também nesse período de dezembro, o uso de fungicidas químicos. Em torno de 50% a mais.
 
Aprosoja afirma que a IN nº 002/2015 infringiu três requisitos que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) determinou em sua Instrução Normativa nº 002/2007, quando da instituição do Programa Nacional de Controle da Ferrugem-Asiática da Soja (PNCFS). Para implantação da Calendarização do Plantio da Soja deveria ter sido realizada Pesquisa científica prévia. Também as organizações dos produtores rurais deveriam ser previamente consultadas. E após a implantação da calendarização o Estado deveria monitorar ano a ano a sua eficácia. Nenhum dos três requisitos foram cumpridos.
 
“A Calendarização do Plantio da Soja em Mato Grosso foi feita numa canetada em 2015 no governo Pedro Taques, desrespeitando critérios científicos e normativos, e mais, feita por um ato administrativo que limitou um direito do produtor, antes estabelecido. As normativas do Mapa foram rasgadas com este ato, e o produtor, agora comprovando por meio de Pesquisa científica, e fazendo o papel que o Estado deveria ter feito, demonstra o equívoco que foi cometido pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento (Sedec) e pelo Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT)”, pontuou a Aprosoja.
 
Associação lembra ainda que a pesquisa científica apoiada pelos produtores de soja tem sido alvo de ataques por entidades como Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso (Aprosmat), Associação Matogrossense dos Produtores de Algodão (Ampa), Fundação Mato Grosso, e pela própria Embrapa Soja.
 
“Essas entidades sequer demonstraram por Pesquisa Técnica a campo as suas contrariedades. A própria Embrapa Soja jamais realizou uma Pesquisa desse tipo, e por isso a mesma é inédita. Aliás, essa mesma Embrapa Soja foi convidada a acompanhar a Pesquisa que ora se pública, mas esta empresa de Pesquisa simplesmente se omitiu”, destaca a Aprosoja.
 
Ainda conforme lembra a entidade, o  Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MP) “tentou de todas as formas impedir a repetição da Pesquisa comparativa de severidade da ferrugem-asiática este ano referente à safra 2019/2020, primeiro, por meio de Notificação Recomendatória, e após, propondo 14 Ações Civis Públicas contra os participantes da Pesquisa. Todavia, ainda que o Juízo da Vara Especializada de Meio Ambiente da Capital houvesse determinado, liminarmente, a destruição dos campos experimentais, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso revogou esta decisão e manteve a Pesquisa até a colheita dos campos”.
 
Para a Aprosoja, “o MPMT pré-julgou os fatos e se equivocou a basear suas notas recomendatórias e ações civis públicas em meros argumentos técnicos de determinadas entidades de Pesquisa, todavia, sem que estes argumentos fossem comprovados por Pesquisa científica a campo”.
 
“A Promotoria de Meio Ambiente adentrou em mérito científico que desconhecia, e foi levada a erro por entidades como a Embrapa Soja, Fundação Mato Grosso, Aprosmat, Associação Brasileira dos Produtores de Sementes de Soja (Abrass), Comitê de Ação à Resistência à Fungicidas (Frac), Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), entre outras. Não há mal ou erro algum em que o indivíduo desconheça determinada área que não faz parte do seu dia a dia, todavia, se negar a conhecer ou ter vontade de conhecimento, por meio de Pesquisa científica é um erro”, finalizou a associação.
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