Carne que é carne - Ações de frigoríficos disparam apesar do sucesso da onda vegana
Produtos que imitam a carne podem ser a onda do momento, mas os produtores da carne de verdade vão muito bem, obrigado.
A fabricante de hambúrgueres veganos Beyond Meat dominou o noticiário este ano com uma estreia de enorme sucesso e uma vertiginosa valorização de 200%.
Mas os frigoríficos Minerva (BEEF3) e JBS (JBSS3) não estão muito atrás. Até empresas americanas prejudicadas pela guerra comercial com a China, como a Tyson Foods, tiveram os maiores ganhos nas ações em anos
Por trás da disparada está a escassez de proteína animal na Ásia, onde a demanda por importações de carne suína, bovina e de frango aumentou. A peste suína africana está dizimando rebanhos da China ao Vietnã, provocando situações que vão afetar o comércio de carne por anos.
Enquanto a oferta nos EUA bate recordes, a demanda por lá também começa a dar sinais de aceleração. Os preços do presunto estão próximos aos maiores níveis sazonais devido à forte procura externa, elevando os preços da carne de porco. Empresas como a Tyson, com sede em Springdale, Arkansas, relatam interesse “extremo” de compradores chineses por carne de frango, após a suspensão de uma proibição que vigorou por vários anos.
A demanda doméstica também é robusta, à medida que o consumo de carne aumenta junto com a renda dos consumidores, explicou Mike Sands, dono da consultoria MBS Research, sediada em Memphis.
O movimento ainda tem fôlego, de acordo com Heather Jones, analista de renda variável e proprietária da Heather Jones Research. Cerca de 8% do volume mundial de proteína foi exterminado pela peste suína e a oferta deve chegar ao ponto mínimo no primeiro semestre do próximo ano.
“Os investidores começaram a desvendar as implicações para a geração de lucros e ficou claro o potencial muito forte de valorização a partir da taxa de execução atual, o que jogou as ações para cima”, disse Jones.
O salto das ações de empresas de proteína animal coincide com o avanço de negócios de imitação de carne. Em novembro, as vendas de alternativas à carne subiram 40% com a chegada de mais produtos aos supermercados, de acordo com dados da firma de pesquisas IRI.
Embora substitutos à base de plantas representem apenas 1% do mercado de carne dos EUA, que movimenta US$ 86 bilhões, as vendas podem chegar a US$ 15 bilhões nos próximos cinco a sete anos, segundo a Hormel Foods, que lançou uma linha própria.
Por ora, as empresas tradicionais não parecem temer a perda de clientes. Além do movimento causado pela peste suína, a expansão da população global significa que a produção de alimentos precisa aumentar 70% até 2050, de acordo com estimativas da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês). O aumento da renda geralmente significa aumento do consumo de proteína.
Nos EUA, os frigoríficos também se beneficiaram após um incêndio atingir uma unidade da Tyson em agosto. Com a capacidade reduzida, criou-se um excesso de animais vivos, o que derrubou os preços do gado.
Paralelamente, compradores de carne bovina entraram em pânico com a perspectiva de escassez e aceitaram pagar mais caro. Assim, as margens dos frigoríficos bateram recordes.
Nos EUA, quatro empresas dominam o segmento de processamento de carne bovina e o Departamento de Agricultura iniciou uma investigação sobre concorrência desleal.
“As margens dos frigoríficos melhoraram até que fez sentido economicamente funcionar agressivamente não apenas durante a semana, mas também aos sábados”, disse Sands, da MBS. “As margens da carne bovina têm sido muito boas, mas isso é necessário para impedir que o setor fique com gado sem condições.”
Por trás da disparada está a escassez de proteína animal na Ásia, onde a demanda por importações de carne suína, bovina e de frango aumentou. A peste suína africana está dizimando rebanhos da China ao Vietnã, provocando situações que vão afetar o comércio de carne por anos.
Enquanto a oferta nos EUA bate recordes, a demanda por lá também começa a dar sinais de aceleração. Os preços do presunto estão próximos aos maiores níveis sazonais devido à forte procura externa, elevando os preços da carne de porco. Empresas como a Tyson, com sede em Springdale, Arkansas, relatam interesse “extremo” de compradores chineses por carne de frango, após a suspensão de uma proibição que vigorou por vários anos.
A demanda doméstica também é robusta, à medida que o consumo de carne aumenta junto com a renda dos consumidores, explicou Mike Sands, dono da consultoria MBS Research, sediada em Memphis.
O movimento ainda tem fôlego, de acordo com Heather Jones, analista de renda variável e proprietária da Heather Jones Research. Cerca de 8% do volume mundial de proteína foi exterminado pela peste suína e a oferta deve chegar ao ponto mínimo no primeiro semestre do próximo ano.
“Os investidores começaram a desvendar as implicações para a geração de lucros e ficou claro o potencial muito forte de valorização a partir da taxa de execução atual, o que jogou as ações para cima”, disse Jones.
O salto das ações de empresas de proteína animal coincide com o avanço de negócios de imitação de carne. Em novembro, as vendas de alternativas à carne subiram 40% com a chegada de mais produtos aos supermercados, de acordo com dados da firma de pesquisas IRI.
Embora substitutos à base de plantas representem apenas 1% do mercado de carne dos EUA, que movimenta US$ 86 bilhões, as vendas podem chegar a US$ 15 bilhões nos próximos cinco a sete anos, segundo a Hormel Foods, que lançou uma linha própria.
Por ora, as empresas tradicionais não parecem temer a perda de clientes. Além do movimento causado pela peste suína, a expansão da população global significa que a produção de alimentos precisa aumentar 70% até 2050, de acordo com estimativas da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês). O aumento da renda geralmente significa aumento do consumo de proteína.
Nos EUA, os frigoríficos também se beneficiaram após um incêndio atingir uma unidade da Tyson em agosto. Com a capacidade reduzida, criou-se um excesso de animais vivos, o que derrubou os preços do gado.
Paralelamente, compradores de carne bovina entraram em pânico com a perspectiva de escassez e aceitaram pagar mais caro. Assim, as margens dos frigoríficos bateram recordes.
Nos EUA, quatro empresas dominam o segmento de processamento de carne bovina e o Departamento de Agricultura iniciou uma investigação sobre concorrência desleal.
“As margens dos frigoríficos melhoraram até que fez sentido economicamente funcionar agressivamente não apenas durante a semana, mas também aos sábados”, disse Sands, da MBS. “As margens da carne bovina têm sido muito boas, mas isso é necessário para impedir que o setor fique com gado sem condições.”