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15/11/19 às 06:59

Fotos antigas mostram o início de Araguaína; caminhão comprado por pioneiros em 1976 virou relíquia

Araguaína, a segunda maior cidade do Tocantins, foi construída por gente guerreira. Quem esteve no município há décadas atrás não imaginava que o vilarejo se tornaria uma referência para a região norte do Brasil. Nesta quinta-feira (14), ela completa 61 anos. Com destaque na atividade agropecuária, a cidade tem hoje 180.470 habitantes, segundo estimativa do IBGE, muitos deles com histórias boas para contar.
 
Tudo começou em 1876, quando os primeiros moradores escolheram a margem direita do rio Lontra para viver. O rio deu nome ao pequeno povoado que, em outras épocas, fez parte de municípios como Filadélfia.
 
Em 1948, pouco depois do fim da segunda guerra mundial, o povoado passou a se chamar Araguaína, nome que fez alusão ao rio Araguaia e no dia 14 de novembro de 1958 finalmente o município foi criado por decreto. O trabalho dos pioneiros, como o da família da aposentada Geni Barbosa foi difícil, assim como a viagem para uma terra ainda desconhecida.
 
Mergulhe na história de Araguaína, município que completa 61 anos
Mergulhe na história de Araguaína, município que completa 61 anos
 
"Nós viemos em cima do caminhão, de noite, passávamos naquelas serras, eu com medo, dentro das fazenda dos outro. Viemos cortando por dentro, por Goiás, Goiás Velho, uma aventura".
 
A madeira era a fonte de renda da família que começava a crescer junto com a cidade. Hoje, restaram boas lembranças, como um caminhão, que virou relíquia da família. O veículo, que guarda parte da história, foi comprado em 1976. Na época, dona Geni e o marido pagaram 50 mil cruzeiros.
 
O companheiro da aposentada Geni morreu há quatro anos e deixou para a família um legado de carinho e gratidão por uma cidade que virou um lugar mais que especial. Ao olhar para o passado, é difícil segurar a emoção.
 
"Aqui meus filhos foram criados porque vieram para cá pequenininhos, eles estudaram, fizeram faculdade. Aqui eles se casaram. Tem filhos, os netos casaram aqui. Eu tenho muito carinho, não tenho coragem de mudar daqui não".
 
 
Foto antiga mostra indígenas no mercado de Araguaína — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
Foto antiga mostra indígenas no mercado de Araguaína — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
 
Como era
 
Fotos antigas contam a história da cidade: as esquinas de outros tempos onde os indígenas vinham à pequena cidade para trocar mercadoria com o homem branco: o Papai Noel que era a atração principal para uma multidão e os trajes e estilos que marcaram a juventude da época.
 
O empresário Hélter Dantas ainda era criança quando os pais saíram de Goiás e foram viver na cidade que já era falada em outras bandas. "Nós viemos todos pequenos, na escadinha, quatro, três e dois anos - os três irmãos. Ele [o pai] conta da viagem sofrida que foi feita em uma kombi. Demoramos quatro dias para chegar porque a belém-brasília [rodovia BR-153] estava em construção e tinha muitos desvios. Andava 100 km, um desvio, mais 50 km outro desvio. Então a viagem rendia pouco até chegar na sonhada Araguaína".
 
No início de Araguaína, Papai Noel reunia multidão nas ruas — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
No início de Araguaína, Papai Noel reunia multidão nas ruas — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
 
Hélter guarda registro da época em que o pai dele abriu a primeira loja da família ainda no início dos anos 70. Tibúrcio José Dantas, conhecido como seu TJ, virou referência não só para a economia. Deu nome a uma das principais avenidas da cidade. Começou em Araguaína quando tudo era mais difícil.
"[Córrego] Jacuba era onde se levava roupas para lavar, minha mãe levava as roupas para lavar lá porque não tinha água na cidade, não tinha energia. A energia era fracionada, vinha ficava uma ou duas horas, cortava de novo e funcionava no máximo até 8 horas da noite. Era algo muito sofrido".
 
Imagens mostram pioneiros de Araguaína — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
Imagens mostram pioneiros de Araguaína — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
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