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30/05/19 às 18:16

Refugiados sofrem com dificuldade na validação de diplomas, aponta ONU

Apesar de uma escolaridade acima da média da população brasileira, refugiados que estão no Brasil têm problemas na hora de validarem os diplomas no país e trabalharem na área em que conseguiram suas graduações. É o que revela um levantamento feito pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), ligada à ONU, em parceria com pesquisadores da Cátedra Sérgio Vieira Mello.

De acordo com o levantamento, dos 487 entrevistados, apenas 14 conseguiram validar os seus diplomas no Brasil. Os que concluíram o ensino superior correspondem a 34,4% dos entrevistados. No entanto, 68,2% dos refugiados não desempenham suas habilidades profissionais em seus empregos. Como resultado, sete em cada 10 refugiados dizem que a renda não é suficiente para cobrir as despesas, já que 79% dos entrevistados pela pesquisa afirmaram ter uma renda inferior a R$ 3 mil.

Outro dado que chama a atenção é o que mostra a diferença no analfabetismo. Segundo a pesquisa, somente 3,3% dos refugiados entrevistados afirmaram ser analfabetos ou que não completaram o ensino fundamental. Enquanto isso, o índice entre os brasileiros é de 41%.

No quesito adaptação, o levantamento mostra que mais de 92% dos refugiados falam português e quase 90% deles disseram conhecer a música local. Apesar de apontar para uma dificuldade na ascensão social, os dados apontam que 85% das pessoas ouvidas pretendem ficar no país.

A maioria dos entrevistados são da Síria, República Democrática do Congo, Angola e Colômbia. Como só foram levados em conta os refugiados reconhecidos pelo governo, venezuelanos não entraram na pesquisa, já que boa parte ainda está com a situação sob análise.
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