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29/08/18 às 16:51

Maggi: Brasil pode deixar de produzir soja e milho com proibição do glifosato

As safras brasileiras de soja e milho podem ser inviabilizadas caso a proibição no uso de glifosato seja mantida, disse o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, ao participar de um evento realizado hoje (28), em São Paulo (SP).

“Nós não temos um produto que substitua o glifosato nesta safra, neste período. Fica muito difícil levar adiante já que o Brasil planta 95% da sua área de soja e milho com plantio direto e o glifosato é a base desse processo. Não tê-lo significa não conseguir colher", disse Maggi à Agência Brasil.

Ainda de acordo com ele, os produtores não estão preparados para uma interdição ao herbicida. “O glifosato é a base para a dessecação e o plantio direto. Nós não temos mais nas fazendas grades, arados, esses instrumentos mecânicos para preparar o solo. Tudo é na base química. Não usá-lo significa não ter a possibilidade de plantar”, acrescentou.

A debate sobre o uso do herbicida voltou à tona após a juíza Luciana Raquel Tolentino de Moura, da 7ª Vara da Justiça Federal em Brasília, determinar a suspensão de registro de todos os produtos que utilizam abamectina e glifosato.

Em liminar, a magistrada disse que as substâncias não devem ser usadas ou comercializadas até que se feita uma reavaliação toxicológica das substâncias pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A juíza ressalta que o glifosato é apontado como possível cancerígeno pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva.

Na última sexta-feira (24), a Advocacia-Geral da União (AGU) ingressou com recurso contra a liminar que suspendeu o uso do glifosato. Maggi disse que espera uma decisão favorável ao recurso ainda hoje.
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