Corrida Internacional de São Silvestre: História e curiosidades
Corrida de rua, realizada todo ano na cidade de São Paulo no dia 31 de Dezembro, recebeu esse nome por ser dia da morte e canonização de São Silvestre, um Papa que pôs fim a perseguição aos cristãos. Um dos primeiros santos a ser canonizado sem sofrer o martírio (perseguição e morte por defender uma causa ou não renunciar a mesma). A ideia surgiu quando o Jornalista e advogado, idealizador da Gazeta Esportiva, fez uma viagem para Paris e viu uma corrida noturna com tochas, voltando para o Brasil criou a Corrida de São Silvestre. Vamos a algumas informações sobre essa competição:
O percurso da São Silvestre variava entre 6,6 km e 8,8 km a partir de 1991 fixou em 15km.
Corrida passou a ser mista no ano de 1975, mesmo ano que as Nações Unidas declararam como Ano Internacional das Mulheres, deixando de lado o termo “Sexo frágil”, as mulheres foram tomando o seu lugar, a primeira vencedora foi a alemã Christa Vahlensieck, duas vezes seguidas. A primeira conquista feminina brasileira na São Silvestre foi em 1995, com Carmen de Oliveira.
O primeiro vencedor da Corrida São Silvestre foi o jogador de futebol Alfredo Gomes
Maior recordista foi o queniano Paul Tergat com 5 vitorias, pelo masculino, no feminino a conquista ficou com a portuguesa Rosa Mota, com 6 vitorias consecutivas( 1981 à 1986), tornando-se a maior vencedora geral. Pelo Brasil o recorde fica com Marílson Dos Santos com 3 vitorias(2003-2005-2010)
A corrida é transmitida pela Rede Globo de Televisão desde 1982, porem a sua primeira transmissão foi em 1948 pela Radio Gazeta.
Inicialmente a corrida era composta apenas por corredores brasileiros, em 1944 passou a aceitar estrangeiros que moravam no Brasil, e as condições não eram as melhores para os atletas participantes, copinho de água? Não senhor, não era permitido qualquer tipo de liquido durante a prova. Em 1945 passou a aceitar estrangeiros convidados vindo da America do Sul, o que aumentou o sucesso da corrida e 3 anos depois passaram a permitir corredores do mundo todo.
Desde a sua criação, a corrida nunca deixou um fim de ano sem sua realização, no estilo contra tudo e contra todos, nem durante a Revolução Constitucionalista em 1932, nem com a Segunda Guerra Mundial.
Até 1941 apenas atletas paulista conquistaram a prova, e essa sequência de 16 anos de conquistas paulistas foi encerrada com a vitória do mineiro José Tibúrcio Dos Santos.
O Brasil ficou com um jejum de 34 anos sem conquistar uma vitória na São Silvestre, em 1980 o pernambucano José João Da Silva venceu a prova.
A fama da corrida aumentava a cada ano e graças as participações de atletas bem conhecidos colocavam o nome da competição cada vez mais em evidencias. Entre eles o checo Emil Zátopek, apelidado de “Locomotiva Humana”, considerado um dos maiores nomes do atletismo, venceu a São Silvestre em 1953, com certa facilidade. A invasão americana na prova teve inicio após a participação e vitória de Frank Shorter em 1970.
Os Estados Unidos conseguiu um feito inédito: vitória do mesmo país nas duas categorias com Dana Slater e Herb Lindsay, em 1979. O Brasil conseguiu repetir esse feito em 2006 com Franck Caldeira e Lucélia Peres.
A corrida ficou tão popular que teve ate participação indígena, em 1964 cinco atletas da Ilha do Bananal competiram e receberam instruções dos responsáveis pela corrida.
Falando nisso, a corrida faz seu papel na questão de inclusão social, onde portadores de deficiências podem participar da prova, com largadas separadas, antes dos atletas de elite masculina e feminina e os demais competidores, já que virou um evento turístico que reúne milhares de pessoas do mundo inteiro.
A corrida passou a ser considerada uma atração turística e integrar o calendário paulista a partir de 1967 com o Decreto de Oficialização da Corrida Internacional de São Silvestre. E em 1989 foi reconhecida e incluída no calendário da IAAF(Associação Internacional de Federações de Atletismo, em inglês)
Teve até cantor tentando participar desse grande evento, o cantor Jorge Bem Jor se inscreveu na preliminar, onde de 700 atletas apenas 250 conseguiriam vaga, mas não conseguiu se classificar.
Em 2011, a corrida passou pela mudança de trajeto, da Avenida Paulista para o Parque Ibirapuera, nesse ano aconteceu o acidente envolvendo o atleta paraolímpico Israel Cruz de Barros, na disputa de cadeiras de rodas, perdeu o controle em uma decida e bateu em um muro, foi socorrido e faleceu no hospital. Nesse ano também alcançou um recorde de 25 mil participantes e começou a sequencia de vitorias africanas no masculino. Sequência essa que o feminino africano também conquistou desde 2007.
Neste domingo (31) foi realizada a sua 93º edição, com vitória masculina do corredor etíope e naturalizado barenita Dawitt Fikadu Admasu, conquistando o seu bicampeonato, o brasileiro melhor colocado foi Ederson Vilela na 11ª colocação. Na disputa feminina, a conquista ficou com a queniana Flomena Cheyech Daniel, que havia ficado com o segundo lugar na disputa do ano interior. A melhor brasileira colocada foi de Joziane Cardoso, no 10º lugar.
Vamos esperar, quem sabe na próxima edição não temos novamente brasileiros se consagrando na disputa. Até lá, ficamos na espera porem agora, com mais informações sobre essa corrida que faz parte da historia do atletismo não só no Brasil, mas no mundo todo.
