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01/09/15 às 10:32

REINTEGRAÇÃO DE POSSE: Tropa da PM se mobiliza para 'expulsar' MST de fazenda

 
 
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Tropas da PM aguardam ordem de Cuiabá
Dezenas de policiais militares estão mobilizados nesta segunda-feira (31) para cumprir uma ordem de reintegração de posse da Fazenda Nossa Senhora Aparecida, no município de Jaciara, invadida por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). Membros do movimento dizem que pelo menos 800 famílias ocupam a propriedade desde o dia 13 de julho e não pretendem deixar o imóvel. A fazenda pertence ao presidente executivo do Grupo Amaggi, Waldemir Ival Loto.

O efetivo policial que inclui também homens da tropa de cavalaria e um helicóptero do Centro Integrado de Operação Aéreas (Ciopaer) no apoio, chegou ao acampamento pela manhã. Segundo a direção do MST, 2 vereadores de Jaciara que estavam no local foram detidos, mas os nomes deles não foram divulgados. Até o momento, nenhum ocupante saiu do acampamento enquanto os policiais continuam no local aguardando uma ordem da Casa Militar.

Uma reunião entre representantes do MST, do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e representantes do governo está em andamento na Casa Militar. Eles tentam encontrar uma solução pacífica para evitar um confronto no local já que os ocupantes afirmam que não vão sair ao passo que o coronel da PM responsável pela operação garantiu que a tropa pretende cumprir a ordem judicial.
 
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Para isso, só guardam o aval da Casa Militar. “O comandante está aguardando uma ordem de Cuiabá para cumprir o despejo e diz que vão nos tirar de qualquer jeito, mas não vamos sair. Querem tirar nós e jogar em outro lugar de qualquer maneira”, diz coordenador regional do MST em Mato Grosso, Genadir Vieira, o Axé.

Denominado Assentamento Padre José Ten Cate, o local, abriga segundo as lideranças do movimento, cerca de 80 crianças e adolescentes além de adultos e até idosos integrantes das cerca de 800 famílias que lutam por reforma agrária no Estado. A liminar para despejo dos posseiros foi deferida pela juíza Adriana Sant’ana, titular da Vara Agrária.

O advogado Vilson Nery recorreu em defesa do MST, mas não conseguiu cassar a liminar. Lideranças do movimento cobram do governo do Estado um posicionamento, pois afirmam que não houve negociação como foi prometido por representantes do governo e da Secretaria Estadual de Agricultura Familiar e Regularização Fundiária, comandada por Suelme Evangelista Fernandes.
 
Proposta recusada -
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Ao Gazeta Digital, Genadir Vieira disse que houve uma proposta para as famílias deixarem a fazenda e se deslocar para uma área da Empaer, mas segundo ele, a proposta é inviável, pois o local não tem qualquer infraestrutura. “O local que eles querem nos colocar não tem nenhuma estrutura, não tem água, não tem nada. Já é desumano ficar acampado e mais desumano ainda ir pra um local sem água e sem qualquer estrutura”, argumenta o líder.

Ainda de acordo com Axé, uma das alternativas sugerida por eles é ocupar uma área de propriedade da prefeitura de Jaciara, mas o prefeito Ademir Gaspar de Lima (PT) não aceitou a proposta. “O prefeito daqui é muito ruim de negociação. Ele como autoridade municipal tem que nos ouvir e fazer uma proposta”, diz Genadir.

(Atualizada às 08h23).
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