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20/08/15 às 08:06

Preso suspeito de roubar dados pessoais na web para aplicar golpes

A Polícia Civil apresentou na manhã desta quarta-feira (19) Joeliton Ferreira Alves, de 30 anos, suspeito de invadir o sistema de concessionárias e bancos para roubar dados pessoais de clientes e aplicar golpes. O homem admitiu praticar crimes pela internet há 15 anos e afirmou sofrer de uma compulsão para realizar esses golpes.

O suspeito foi detido na noite de terça-feira (18) em Bela Vista de Goiás, na Região Metropolitana de Goiânia. A delegada responsável pelo caso, Ilda Helbingan, afirmou que as investigações começaram a partir da denúncia de uma empresa.
 
“Diretores de uma concessionária estiveram em Bela Vista e nos passaram informações de que ele [suspeito] estaria dando golpes de lá e começamos as investigações”, explicou a delegada.

O suspeito informou que conseguia dados de clientes de concessionárias por meio da internet. “Os sistemas financeiros são falhos né? Não têm proteção, são de fácil acesso. Conseguia os dados e falsificava os documentos e fazia todo o trâmite. Eu retirava o dinheiro do banco, não das pessoas”, afirmou.

Para os documentos falsos, o suspeito conseguia fotos de pessoas também pela internet. “As fotos foram baixadas pela internet para mandar documentos para a instituição financeira. Essas pessoas não têm ligação, eu agia sozinho”, afirmou.

Joeliton confirmou ter sido preso outras três vezes, duas delas pela Polícia Federal nas operações Pégasus e Trilha, ambas por fraudes bancárias. O suspeito conta ter sido solto da última vez em 2010.
A delegada explicou que, durante as investigações, caminhões de mudança foram vistos na residência do suspeito pouco antes do mesmo ser detido. Joeliton explicou que recebeu informações de que a polícia estava a procura dele e que não pretendia se mudar, mas que estava organizando para que sua mãe e seu filho saíssem da cidade.
 
Suspeito usava dados e imagens adquiridos pela internet para aplicar golpes Goiás Bela Vista (Foto: Vanessa Martins/G1)Suspeito usava dados e imagens adquiridos pela internet para aplicar golpes
(Foto: Vanessa Martins/G1)

 
"Robin-Hood"
O suspeito afirmou que acredita estar lutando por uma realidade mais justa. “Sou um Robin-Hood, ajudo pessoas com esses lucros, não vão totalmente pra mim. Ajudava outras pessoas de forma voluntária tirando de instituições. Eu queria um mundo melhor, igualdade social, ninguém melhor do que ninguém, para todo mundo ter uma condição estável”, contou.

A delegada contou que Joeliton sentia compulsão de realizar esses crimes. “Ele me falou que é como uma compulsão. Saiu da cadeia, montou um comércio, mas toda vez que ele olhava para o computador ele via as possibilidades que a maquina oferecia a ele, disse que era inevitável e que era uma espécie de doença”, explicou.

A polícia ainda não tem o valor que o suspeito conseguiu extrair ou o número de vítimas que ele fez. As investigações também continuam para confirmar se ele tinha companheiros ou se realmente agia sozinho.

Segundo Helbingan, Joeliton será indiciado por falsificação de documentos, falsidade ideológica e estelionato e, se for condenado, pode ficar preso por cerca de oito anos.
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