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19/04/17 às 21:50

Resistência garante sobrevivência dos povos indígenas

Alcione dos Anjos, repórter de A Gazeta

Edição para ÁguaBoaNews, Clodoeste Kassu

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Resistência garante sobrevivência dos povos indígenas

Indígenas existentes no Estado representavam 1,16% da população

Foto: Chico Ferreira

Vivem em Mato Grosso cerca de 42 mil índios, de 43 etnias, distribuídas em 77 Terras Indígenas com 12,5 milhões de hectares. As terras abrangem os biomas Amazônia, Cerrado e Pantanal. Hoje, 19 de abril, Dia Nacional do Índio, é considerada uma data de resistência para os povos indígenas.

Segundo o professor Paulo Delgado, do Departamento de Antropologia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e supervisor do Museu Rondon, foi esta resistência dos indígenas que garantiu que eles sobrevivessem até hoje, já que desde que os portugueses chegaram por estas terras, por volta de 1500, essa população sofreu drásticas reduções, ao ponto de se acreditar, na década de 70, que seriam extintos.

“Nos anos 80 verificou-se uma tendência de reversão da curva demográfica e, desde então, a população indígena no país tem crescido de forma constante, indicando uma retomada demográfica por parte da maioria desses povos, embora povos específicos tenham diminuído demograficamente e alguns estejam até ameaçados de extinção”, destaca o antropólogo.

Dados do censo do IBGE 2010 apontam que a população brasileira soma 190.755.799 milhões de pessoas, sendo 817.963 mil indígenas, representando 305 diferentes etnias em todo o país.

Em 2010, os indígenas existentes no Estado representavam 1,16% da população e a estimativa é que esse número tenha aumentado, seguindo a tendencia nacional. Uma pesquisa divulgada em 2015 pela UFMT já demostrava que 3,98% dos mato-grossenses eram indígenas. “Saímos de cerca de 130 mil pessoas na década de 70 para chegarmos a aproximadamente 1 milhão de indígenas na atualidade”, comemora o professor.

De acordo com dados do Instituto Socioambiental (ISA), as terras indígenas mais populosas de Mato Grosso são a Pareci, no município de Tangará da Serra (239 km de Cuiabá), com 838 moradores, e o Parque do Xingu, na região nordeste do Estado, que conta com 4.812 habitantes em nove municípios.

O antropólogo alerta que não se pode imaginar que essa população viva em uma redoma, alheia as mudanças socioculturais. Ela vem enfrentando uma acelerada e complexa transformação social, necessitando buscar novas respostas para a sua sobrevivência física e cultural e garantir as próximas gerações melhor qualidade de vida. “Neste sentido as tecnologias estão aí fazendo parte do dia a dia.

Nem por isso eles deixaram de ser índios”, avalia. “A sociedade não pode pensar o índio como um povo do passado. Eles estão no presente e respondem a este momento”.

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