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31/03/17 às 10:30

Nutricionista mato-grossense recebe prêmio nacional

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Nutricionista mato-grossense recebe prêmio nacional

Foto: Assessoria

A recuperação dos pacientes no pós-operatório continua sendo um grande desafio para os profissionais da saúde. Da mesma forma, é a terapia nutricional voltada para pacientes em estado crítico – isto, pela heterogeneidade e gravidade dos pacientes. Ao contribuir com a revisão destes conceitos, a nutricionista Ramzia Mahmound Ali, do Hospital Santa Rosa, teve seu trabalho científico reconhecido entre os três melhores na 10ª edição do Projeto ACERTO (Aceleração da Recuperação Total Pós-Operatória).
 
Ramzia apresentou o estudo “Efeitos da Infusão de Calorias Livres e Calorias da Dieta Enteral em Pacientes Críticos" durante o evento, realizado nos dias 17 e 18 de março, em São Paulo. A nutricionista destaca que receber o prêmio é gratificante – ainda mais sendo no mês da Saúde e da Nutrição, ambos comemorados nesta sexta-feira (31).
 
"Ganhar esse reconhecimento [pelo Projeto ACERTO e profissionais] significa que estou no caminho certo. Espero conquistar mais espaço na área da nutrição clínica”, ressalta.
 
Conforme relata a nutricionista, apesar do tema escolhido para o estudo ainda ser pouco explorado, o trabalho desenvolvido – sob orientação da nutricionista Diana Dock – é de extrema relevância. Inclusive, para contribuir com fatores como a redução no tempo de internação em unidade fechada com consequentemente a redução no custo do tratamento, como prevê a implementação do Protocolo ACERTO. 
 
“É muito importante pensar em estudos que contribuem para a compreensão dos efeitos que as calorias livres (fluídos intravenosos como, por exemplo, antibióticos) juntamente com as calorias da dieta enteral podem gerar nos pacientes críticos – desde o estado nutricional em que se encontra o paciente no momento da internação até o seu desfecho clínico”, explica Ramzia.
 
Vale ressaltar que a terapia nutricional ganhou enorme importância nos últimos 20 anos – tornando-se peça fundamental nos cuidados dispensados ao paciente crítico, devido às evidências científicas que comprovam que o estado nutricional interfere diretamente na sua evolução clínica como na redução da morbimortalidade, na diminuição da resposta catabólica, no incremento do sistema imune e na manutenção da integridade funcional do trato gastrointestinal, entre outros.
 
PROJETO ACERTO – Resultado de uma iniciativa mato-grossense, o Projeto ACERTO tem como base protocolos fast-tracks, em ativa, e uma dinâmica busca por referências modernas cuidados perioperatórios – entre eles, principalmente, o protocolo europeu ERAS (Enhanced Recovery After Surgery ou "Aprimoramento da Recuperação Pós-Operatória", em tradução livre). Desenvolvido em 2005 no Departamento de Clínica Cirúrgica da Faculdade de Ciência Médicas (FCM) da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) e implantado no  Hospital Universitário Júlio Muller, o programa multidisciplinar visa acelerar a recuperação pós-operatória de pacientes.
 
"O Projeto ACERTO é um programa que nasceu em Cuiabá e já é reconhecido no mundo inteiro. Faz parte da história da medicina cuiabana. É um produto bem valorizado – e, é claro, bem mato-grossense", pontua o professor doutor em Medicina (Gastroenterologia Cirúrgica) José Eduardo de Aguilar Nascimento, um dos preconizadores do projeto.
 
Entre os principais pontos abordados no Projeto ACERTO estão, por exemplos, a abreviação do jejum pós-operatório, a realimentação precoce no pós-operatório, a terapia nutricional perioperatória, a redução do uso de fluidos intra-venosos no perioperatório e o uso restrito de sonda nasogástrica e drenos abdominais. Tudo isto tendo como lema que "o dia da operação é o primeiro dia da recuperação do paciente".
 
"Hoje, mais de 200 hospitais aplicam os protocolos do Projeto ACERTO. E, mesmo que não façam todo o protocolo, mas parte dele, já é positivo. Atualmente, ocorrem no Brasil cerca de 11 milhões de cirurgias por ano. Se você pensar que, ao reduzir um dia de internação, você reduz custos e, ao mesmo tempo, aumenta a rotatividade de leitos e beneficia a recuperação dos pacientes – que voltam para casa satisfeitos – é ótimo", esclarece Aguilar Nascimento.
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