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27/02/17 às 07:02

Imperatriz Leopoldinense faz clamor da floresta chegar à Sapucaí

Bruno Uchoa

AguaBoaNews

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Imperatriz Leopoldinense faz clamor da floresta chegar à Sapucaí

Foto: Divulgação

O clamor veio da floresta e chegou forte à Sapucaí na noite deste domingo do Carnaval 2017. A Imperatriz Leopoldinense cantou os 55 anos da fundação do Parque do Xingu com um alerta para a vida indígena, de maneira praticamente irretocável. A vibração da escola era nítida, especialmente quando o verso “Kararaô” era cantado na paradinha da bateria. A agremiação abraçou a causa e mostrou a força dela para o mundo.

Harmonia excelente, comissão impressionante, casal perfeito, plástica de muito bom gosto, enredo muito bem desenvolvido… Os únicos problemas foram falhas pequenas nas alegorias e erros graves de evolução, com muitos buracos sendo formados. Mas, no geral, a escola de Ramos fez uma apresentação digna de sua história e que pode fazê-la sonhar com a volta no Sábado das Campeãs.


Comissão de Frente
 
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A coreógrafa Cláudia Mota fez um belíssimo trabalho na comissão de frente da Imperatriz, que representava ‘O Pássaro Sagrado E O Tesouro de Ramos’. Fica difícil até dizer qual foi o principal destaque da apresentação, pois foram muitos momentos positivos.

O primeiro fica por conta da indumentária e das expressões dos índios. Roupas com palha, dança característica indígena, passos fortes, feições sempre muito fechadas, mostrando o clamor deles para exaltar a força do Xingu. O que mais chamou a atenção, porém, foi o tripé.

Os índios ‘viravam’ pássaros e se prendiam à ‘oca’, que se abria e fazia eles voarem. As arquibancadas vinham abaixo com o efeito, que ainda revelava no centro do tripé a linda coroa da Imperatriz Leopoldinense, reluzente e bastante imponente. Foi a melhor comissão de frente a passar pela Sapucaí até agora.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

A missão da Porta-Bandeira é ser uma grande estrela, responsável por ter em suas mãos o pavilhão da escola, e carregá-lo com graça, leveza e um bailado encantador. Rafaela Teodoro fez tudo isso e muito mais. Sempre escoltada de perto, com perfeição, por Thiaguinho Mendonça.

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Vestidos de ‘A Dança dos Tucanos’, com uma belíssima indumentária em tons pretos com amarelo, de super fácil leitura e muito bom gosto, os dois fizeram ótimas apresentações, sem erros, em todos os módulos. Eles também mostraram a vibração que tornou-se característica da escola com esse enredo.

Harmonia

A comunidade leopoldinense fez boa apresentação. Com os diretores liderados por Junior Escafura sempre orientando os componentes, e os desfilantes com todo o canto na ponta da língua, não há o que repreender na harmonia da Verde e Branca de Ramos.

O carro de som também teve ótimo rendimento, com o estreante Arthur Franco fazendo excelente apresentação como primeira voz da escola. Vale destacar, é claro, o verso do “Kararaô”, que contagiou a agremiação, ainda mais quando a bateria fazia uma paradinha.

Enredo

A polêmica ficou para trás, e a Imperatriz provou que acertou na escolha do seu tema para o Carnaval de 2017. “Xingu, o Clamor que Vem da Floresta” teve uma excelente tradução em fantasias e alegorias de facílima leitura.

O quesito por pouco não foi prejudicado, já que o sexto carro quase não entrou para o desfile. Porém, no fim, deu tudo certo. Cahê Rodrigues merece muitos elogios pelo bom trabalho desenvolvido neste Carnaval.

Evolução

Se houve um ponto em que a Imperatriz não foi bem foi em evolução. Apesar de os componentes brincarem, passarem com as alas bem formadinhas e o tempo de desfile correto, a agremiação pecou em um ponto importante da análise deste quesito: os buracos.

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Foram vários, a começar pelos causados entre as baianas a segunda alegoria. O carro parecia ter problemas mecânicos e demorava um pouco para “arrancar”. Aí, os buracos se formavam, pois a ala da frente andava. Isso aconteceu no primeiro módulo e em frente à cabine dupla.

No Setor 3 também houve um buraco enorme na entrada atrasada da alegoria 06, que teve problemas para ingressar na Sapucaí. Parecia, inclusive, que ela sequer seria usada. Mas as falhas foram corrigidas e ela entrou. Só que a escola já tinha andado e aí ficou um buraco do começo do desfile até a cabine.

Samba-Enredo

Kararaô! Ô palavrinha enjoada – no bom sentido, claro. Este verso foi o condutor de todo o desfile da Imperatriz. A obra de Moisés Santiago é belíssima, com os versos que podem até ser considerados os mais bonitos do Grupo Especial, e a melodia também é muito agradável.

Mas o Kararaô rouba toda a cena. O nome da terra indígena localizada no Pará, traduzia perfeitamente o “canto bravo e forte” dos componentes. O rendimento deste samba foi incrível, com destaque novamente para a boa apresentação de Arthur Franco, que o conduziu com maestria.

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Fantasias

Fica difícil destacar uma ou outra, porque todo o conjunto de indumentárias da Imperatriz Leopoldinense merece elogios. Tanto por criatividade e beleza como também pela leitura fácil do enredo. Logo de cara, na ala coreografada ‘Nações Xinguanas’, com elementos que simulavam troncos, já era possível notar isso.

Vieram ainda outras fantasias esteticamente impecáveis, como a ala 2, Gavião Real, que se destacou dentre as outras no primeiro setor, dedicado aos animais. As crianças representando Curumim e o Pau-Brasil na ala 11, com fantasias em tons avermelhados, também estavam lindas.

Atrás das passistas, a ala da ‘Motosserra’ era uma representação perfeita do que foi a plástica das indumentárias leopoldinenses. Representando a ‘Motoserra’, ela tinha cor marrom, era super leve e facílima de compreender. Novamente, vale se destacar o trabalho de Cahê Rodrigues.

Alegorias e Adereços

O abre-alas da Imperatriz Leopoldinense impactou. Representando o ‘Templo Sagrado – Kuarup’, ele era um espaço para um ritual das nações xinguanas e homenageava os seus ancestrais. Com muito marrom e elementos bastante característicos dos índios e das florestas, era de muito bom gosto.

O segundo carro, ‘O Encanto da Floresta’, teve problemas técnicos, como no momento em que o rabo do enorme jacaré parou de funcionar e nos buracos causados por uma lentidão dele em sair do lugar nos três primeiros módulos. Mas nada disso tira a beleza do carro, que retratava a fauna brasileira.

As outras alegorias todas eram de fácil leitura, com esculturas bem feitas e acabamento do nível que se espera de uma escola como a Imperatriz. Mas existiu uma exceção: o terceiro carro, com falhas de acabamento na lateral, ferros e uma escada aparecendo na parte interna.

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Outros destaques

Luiza Brunet, senhoras e senhores. Representando a Beleza da Mulher Indígena e rodeada dos Guerreiros Kamayurá, um grupo coreografado, a eterna musa da Imperatriz deu um show de samba no pé, graça e beleza na Sapucaí. Vindo logo atrás do casal de mestre-sala e porta-bandeira, chamou ainda mais atenção.

A fantasia do segundo casal de mestre-sala e porta-bandeira também deu o que falar, com Elaine Fernanda parecendo estar com os seis à mostra. A ideia era retratar o Relicário Indígena, falando das tradições e artes do povo do Xingu, e esse objetivo foi alcançado.

Elymar Santos no tripé Semente do Amanhã também se destacou. No primeiro módulo de julgadores, inclusive, ele rodou e dançou tanto que quase até caiu – mas equilibrou-se e manteve a graça, representando a esperança, a preservação do ambiente e o amor pela terra indígena.

Salve o verde do Xingu e salve o verde e branco da Imperatriz Leopoldinense!
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