Notícias / Saúde

09/01/17 às 13:24

Com programa nacional, número de parto normal aumenta 1250% em um ano

ZF Press

AGUA BOA NEWS

Imprimir Enviar para um amigo
Com a implantação do projeto “Parto Adequado”, o Hospital Infantil e Maternidade Femina registrou um salto de dois para até 25 partos normais em média por mês. A evolução é resultado de um conjunto de ações voltado para estimular a opção pelo método não cirúrgico. A Femina é a única maternidade de Mato Grosso a participar do programa idealizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Hospital Israelita Albert Einstein e Institute for Healthcare Improvement (IHI).

Após receber o convite para implantar o programa no Estado, em janeiro de 2015, o Hospital e Maternidade Femina deu início aos trabalhos de preparação da estrutura física e de equipe para realizar os atendimentos. Em junho de 2015, com toda a infraestrutura pronta, os procedimentos para incentivar os partos normais foram iniciados.

Com local próprio para receber as mães em trabalhos de parto, chamado de Centro Obstétrico, a Femina disponibiliza uma equipe 24 horas para o atendimento. Assim que a parturiente dá entrada na maternidade e comunica a opção pelo parto normal, ela é encaminhada para o Centro Obstétrico.

A equipe conta com um médico obstetra, um médico pediatra neonatologista e um enfermeiro, além do anestesista que fica de prontidão caso seja necessário. O tempo da entrada na maternidade até o nascimento é indeterminado, pois depende da evolução natural dos organismos de mãe e filho.

Este tempo é um dos fatores mais importantes no parto normal. De acordo com a médica neonatologista, Fernannda Pigatto, quando o bebê passa por todo o processo do nascimento, ele tem mais vitalidade e suas funções são melhor desenvolvidas. “O incidência de internação em UTI neonatal em decorrência de desconforto respiratório é menor quando o bebê nasce de parto normal. A passagem do bebê pelo canal vaginal ajuda a expelir alguns líquidos, facilitando a respiração do recém-nascido”.

Fernannda Pigatto, que também é diretora técnica da Femina, ressalta que, apesar de incentivar o parto normal, a mãe é acompanhada o tempo todo por uma equipe para que, caso seja necessário ou mesmo haja uma mudança de ideia, uma cesariana possa ser feita. “Nosso foco é a segurança da mãe e do bebê. Quando não há riscos e se for desejo da mãe, realizamos o parto normal. Agora, caso seja identificado algum problema, realizamos a cesariana. Por isso o programa se chama ‘Parto Adequado’, pois a equipe vai trabalhar pelo melhor procedimento para cada paciente”.

O projeto “Parto Adequado” tem o apoio do Ministério da Saúde e o objetivo de identificar modelos inovadores e viáveis de atenção ao parto e nascimento, que valorizem o parto normal e reduzam o percentual de cesarianas desnecessárias na saúde suplementar.

Dados Nacionais

As medidas implementadas pelo grupo de hospitais que participam do Projeto Parto Adequado aumentaram significativamente a taxa de partos vaginais e promoveram melhorias importantes em indicadores de saúde das gestantes e recém-nascidos assistidos. A iniciativa da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), do Hospital Israelita Albert Einstein e do Institute for Healthcare Improvement (IHI) foi um sucesso e a iniciativa será agora expandida para mais 150 hospitais no país.

A taxa de partos vaginais nos 26 hospitais que fazem parte do grupo piloto, ou seja, que participaram de todas as estratégias adotadas, cresceu em média 76% – 16 pontos percentuais - saindo de 21% em 2014 para 37% ao final do projeto, em 2016. Se considerarmos todos os 35 hospitais que participaram da iniciativa (incluindo os hospitais seguidores e colaboradores), o crescimento médio da taxa de partos vaginais foi de 43% - mais de dez pontos percentuais - passando de 23,8% para 34%. Nove hospitais conseguiram atingir ou superar individualmente a meta de 40% de partos vaginais. Em 18 meses, mais de dez mil cesáreas sem indicação clínica foram evitadas.

Também houve grandes avanços na melhoria de outros indicadores de saúde: quatorze dos 35 hospitais reduziram as admissões em UTI neonatal: de 86 internações por mil nascidos vivos para 69 internações por mil nascidos vivos. E nove hospitais reduziram as admissões em UTI neonatal para bebês acima de 2,5 kg: de 44,5 internações por mil nascidos vivos para 35 internações por mil nascidos vivos. Ao todo, foram evitadas cerca de 400 admissões em UTI neonatal.

O Projeto Parto Adequado mostrou-se também uma iniciativa segura, pois não houve aumento de complicações decorrentes do parto – como morte materna, sequela e asfixia fetal, entre outros eventos adversos - no conjunto dos hospitais que desenvolveram as medidas. Em três instituições houve redução desse tipo de complicação: de 73 eventos adversos por 1000 nascidos vivos para 31 eventos adversos por 1000 nascidos vivos, uma redução de 57%.

comentar  Nenhum comentário

AVISO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Agua Boa News. É vetada a inserção de comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros. O site Agua Boa News poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios impostos neste aviso ou que estejam fora do tema da matéria comentada.

 
 

veja maisArtigos

Nilton Moreira

Alimenta o tráfico

         Discute-se porte e posse de drogas. Lembremos que quem alimenta os traficantes enriquecendo-os, tornando-os poderosos, com tentáculos na máquina estatal, capaz de corromper, são exatamente os...

 
 
 
 
Sitevip Internet