Notícias / Meio Ambiente

04/01/17 às 20:58 / Atualizada: 04/01/17 às 21:17

Tartaruga albina nasce em ninhada de mais de 100 filhotes no Araguaia

Filhote chama a atenção de predadores e se torna alvo fácil, diz técnico. Diferente, animal dificilmente consegue chegar à vida adulta na natureza.

Pollyana Araújo Do G1 MT

Edição para Água Boa News, Clodoeste Kassu

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Tartaruga albina nasce em ninhada de mais de 100 filhotes no Araguaia

Tartaruga albina se destaca entre os outros filhotes

Foto: José Medeiros/ Gcom-MT

Uma tartaruga albina se destacou entre os mais de 100 filhotes nascidos nos últimos dias às margens no Rio das Mortes, em Ribeirão Cascalheira, a 893 km de Cuiabá, por meio do projeto Quelônios do Araguaia. Ser diferente, nesse caso, não é bom, segundo o executor do projeto na região, Gaspar Saturnino Rocha, já que o filhote não consegue passar despercebido e se torna alvo fácil para os predadores.
 
 
Além de enfrentar dificuldades para se esconder dos predadores, a tartaruga albina ainda é menos resistente que as outras.

"Não vimos nenhuma delas na fase adulta na natureza", pontuou Gaspar, que é técnico ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), e trabalha no projeto de preservação desses animais.
 
Animal é mais frágil que os outros (Foto: José Medeiros/ Gcom-MT)Animal é mais frágil que os outros (Foto: José Medeiros/ Gcom-MT)
 
Outras tartarugas albinas já nasceram na região, mas isso é considerado raro. Gaspar Saturnino citou que certa vez uma equipe levou outra tartaruga albina para um cativeiro em Goiás. O animal recebeu tratamento diferenciado, longe dos predadores, e chegou à fase adulta.

"Na natureza é difícil ela sobreviver, principalmente durante o inverno. Em junho e julho, elas não resistem ao frio e acabam morrendo, pois são mais frágeis do que as outras", pontuou o coordenador do projeto, que é realizado na Amazônia há mais de 30 anos e protege os ovos das tartarugas – desde o período de desova até o nascimento dos filhotes.
 
Projeto é desenvolvido no Rio das Mortes, em Ribeirão Cascalheira (Foto: José Medeiros/ Gcom-MT)Projeto é desenvolvido no Rio das Mortes, em Ribeirão Cascalheira (Foto: José Medeiros/ Gcom-MT)
 
Quando a desova acontece muito perto da água, os técnicos retiram os ovos para evitar que sejam levados para dentro do rio e os depositam em covas, dificultando a localização por parte de predadores. Depois de 65 dias, período em que os filhotes começam a nascer, as covas são abertas e as tartarugas retiradas e soltas na natureza. São mais de 100 ovos em cada cova. Normalmente, são entre 97 e 148 ovos por ninho.

Em outros casos, a equipe do projeto cerca a área onde os ovos estão depositados e aguarda a eclosão natural.

Essa tartaruga albina e os outros filhotes vivem na Unidade de Conservação Estadual Refúgio de Vida Silvestre, em Ribeirão Cascalheira, criada pelo governo do estado. Além do técnico do Ibama, atuam no projeto um técnico da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) e um técnico cedido pela prefeitura daquele município.
 
Áreas de desova são cercados para proteger os ovos de tartarugas (Foto: José Medeiros/ Gcom-MT)Áreas de desova são cercados para proteger os ovos de tartarugas (Foto: José Medeiros/ Gcom-MT)

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