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16/08/16 às 12:04 / Atualizada: 16/08/16 às 12:11

Universitário de Barra do Garças cria dispositivo para aumentar durabilidade de sementes

Estudante da UFMT quer reverter a ideia para produtores de agricultura familiar. Trabalho feito em Barra do Garças consiste em injetar CO2 em garrafas pet.

G1/MT

Edição para Agua Boa News, Michel Franck

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Universitário de Barra do Garças cria dispositivo para aumentar durabilidade de sementes

Foto: Gustavo S. Duarte/Reprodução

Um aluno do 5º semestre do curso de Engenharia de Alimentos da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), campus de Barra do Garças, criou um dispositivo para injetar dióxido de carbono (C02) em garrafas pet para preservar a qualidade das sementes. O equipamento, que ainda é um protótipo, deve servir aos produtores da agricultura familiar. O jovem tem buscado recursos para levar o projeto adiante.

A pesquisa, enquadrada no ramo de tecnologia social, surgiu após o estudante Gustavo Siqueira Duarte, de 19 anos, verificar como as comunidades que trabalham com agricultura familiar armazenam diversas sementes – de feijão, milho e arroz – em garrafas pet. Ele afirma que, sem o dióxido de carbono na garrafa, o ambiente fica propício à propagação de microrganismos que podem contaminar os alimentos e diminuir a validade.
 
“Elas [pessoas que trabalham com agricultura familiar] colocam as sementes nessas garrafas pet, geralmente, e vendem porque a garrafa é um negócio barato. A ideia combina a simplicidade da comercialização da produção desses trabalhadores com um mecanismo simples”, explica.

O dispositivo, apelidado de 'Garrafa Duarte', está sendo trabalhado há cerca de cinco meses. O equipamento é composto por uma haste de inox que é conjugada com um cilindro de CO2. Gustavo afirma, ainda, que a ideia pretende promover a reutilização da garrafa pet e que a inserção desse gás pode acelerar, inclusive, a maturação dos grãos.

Ele diz que deve seguir com o projeto durante a carreira e que pretende seguir uma vida acadêmica. Além disso, confessa que pensa em um possível retorno financeiro que a ideia poderia lhe dar, mas que, acima de tudo, tenta mentalizar o benefício social coletivo do projeto.

“É claro que sempre pensamos em ver nossas ideias comercializadas para várias pessoas e ganharmos dinheiro com isso, mas eu penso bastante também no quanto essas novidades podem ajudar outras pessoas e facilitar a vida da comunidade”, argumenta.

Orientação
O trabalho tem sido orientado pelo professor de engenharia da UFMT de Barra do Garças Márcio de Andrade Batista, que no ano passado foi indicado ao prêmio internacional Global Teacher Prize 2016 (Nobel da Educação).

O professor comentou que já circula no mercado internacional um dispositivo parecido, mas que ele é pouco acessível aos brasileiros.

“Esse equipamento, que existe nos Estados Unidos, tem um princípio bem semelhante ao nosso, a diferença é que ele é usado em garrafas de vinho. Nesse dispositivo eles inserem uma agulha bem fina e inserem CO2 no recipiente. Por causa da maior disponibilidade de recursos, eles têm mais acesso ao equipamento, voltado para o grande mercado, diferentemente do nosso”, comenta.

O professor afirma que, apesar da falta de recursos financeiros para pesquisa no país, a dica dele para jovens cientistas é não desistir das ideias.

“Como todo o início de trabalho acadêmico, enfrentamos várias dificuldades. Mas é preciso ser persistente, batalhar e continuar acreditando e fazendo perguntas para melhorar cada vez mais seu projeto”, defende.

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