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27/07/15 às 23:48 / Atualizada: 28/07/15 às 09:42

Movimentos sociais sem-terra prometem fechar cinco rodovias federais e invadem sede do Incra

Patrícia Neves

Olhar Direto

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Movimentos sociais sem-terra prometem fechar cinco rodovias federais e invadem sede do Incra

Foto: Rogério Florentino Pereira/ Olhar Direto

Membros sociais como o Movimento de Luta pela Terra (MLT), MTS, Treze de  Outubro, Associação  União da Vitória, e Associação Pitomba, prometem fechar todas as rodovias federais que cortam Mato Grosso a partir das 8h da manhã de terça-feira, 28 de julho.  O ato de protesto busca reforçar o pedido para a substituição do superintendente em exercício  do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária em Mato Grosso, Salvador Soltério de Almeida.  No último domingo, 26, cerca de 400 famílias ocuparam a sede do órgão no Centro Político Administrativo (CPA), em Cuiabá.

O coordenador nacional do MLT, Jaciel Alves Bueno, cita que as interdições serão  realizadas entre 8h e 11h e das 14h às 17h. “Vamos parar a BR-158 em Nova Xavantina; a BR-070 em Barra do Garças, a 364 em Pedra Preta e também o trevo entre Jaciara e Dom Aquino.  Já na BR-174, em Mirassol do Oeste. Só vamos permitir que passem carros oficiais, viaturas e ambulâncias”, garantiu. A expectativa é de que cerca de 2,5 mil pessoas participem do ato integrado.  
 
Representantes dos movimentos ainda afirmaram ao Olhar Direto que o protesto nas rodovias pode se estender no decorrer da semana. “Nós temos que achar uma saída”, afirmou um dos associados.
 
Bueno cita ainda que o movimento é pacífico e que a luta deve ser respeitada. Frisou ainda que o diálogo também ocorre em Brasília. “Essa é uma reclamação nacional”.
 
Quanto à ocupação do prédio público, Bueno afirmou que caso seja emitida uma decisão para desocupação do prédio, a ordem será cumprida. No entanto , garantiu que o indicativo é para  retorno a área. O protesto em Cuiabá reúne famílias de cidades com Ribeirão Cascalheira, Água Boa, Nova Xavantina, Campinápolis, Novo São Joaquim, Barra do Garças, Guiratinga, Tesoura, Poxoréu, Araputanga, São José dos Quatro Marcos, União da Vitória e Reserva do Cabaçal.
 
Um dos líderes do Movimento dos Trabalhadores Acampados (MTA), Benedito Corrêa, justifica a morosidade do Incra em Mato Grosso como respaldo para o pedido de troca da atual gerência. ‘Em oito anos nada foi feito pelas famílias. Já cansamos de esperar”, afirmou.
 
Em recente entrevista ao Olhar Direto, o superintendente substituto  do Incra, Salvador afirmou que estava há pouco mais de um ano na coordenação do Incra. “Tenho que me virar nos 30 para dar conta do recado e da nossa responsabilidade com o governo federal. Não estou aqui para brincar, fazer demagogia ou enganar trabalhadores. Não faço parte de alguns seguimentos políticos que usa da falta de informação e da miséria para poder se promover politicamente”. Ele garantiu ainda o diálogo com os movimentos.
  
Ainda de acordo com o superintendente, o recurso disponível para a agricultura familiar em 2003 era R$ 2,4 bilhões por ano. Hoje são R$ 28,9 bilhões disponíveis. Foi revelado também que em 90% dos assentamentos não havia moradia. “O papel do Incra termina quando entregamos o processo para a entidade organizadora, todos os movimentos sabem disto”.

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