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17/04/16 às 12:40

Caravana de MT pró impeachment chegou a Brasília com 15 ônibus com apoio da Famato e entidades

Ronaldo Pacheco / Enviada Especial a Brasília - Laíse Lucatelli - Olhar Direto

Edição para Agua Boa News, Clodoeste Kassu

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A confiança de que o afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT) será aprovado na Câmara dos Deputados dominou as conversas em praticamente todos os ônibus da comitiva pró impeachment, que seguiu de Mato Grosso para Brasília. A comitiva chegou por volta das 12h deste domingo, 17.
 
Dois ônibus saíram de Cuiabá e outros 13 do interior, com público majoritariamente compostos por jovens. Eles ativamente participam da caravana e, durante a viagem, cantaram até músicas jingles improvisados pedindo a saída da presidente do Brasil.

Houve coesão de integrantes da comitiva que já fizeram a viagem com a camisa amarela distribuída pela organização do movimento pró impeachment em Mato Grosso.
 
Entre os municípios com maior adesão pró impeachment está Sinop. Basta citar que mais de 40 empresários e produtores rurais saíram de Sinop, na noite de sexta-feira (15), em caravana de ônibus, até Brasília para apoiar o impeachment da presidente Dilma. O grupo se juntou, em Cuiabá, a outras caravanas de Sorriso, Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, Tangará da Serra, Barra do Garças e Rondonópolis.   
 
Em entrevista à reportagem do Olhar Direto, que acompanhou a viagem, cada um demonstrava uma emoção diferente, em estar na caravana mato-grossense.
 
Jô Costa, de 49 anos, gestora: “Vemos tantas injustiças no nosso país e temos que lembrar que fazemos parte disso. Somos nós que votamos e que elegemos essas pessoas que estão no poder agora. Eu votei na Dilma acreditando que poderia melhorar o Brasil. Estou indo pra Brasília pra torcer pelo impeachment, para as coisas melhorarem no Brasil. Porque do jeito que está, não dá pra continuar. Temos que correr atrás, participar do movimento e buscar nossos direitos. Dilma está dificultando cada vez mais projetos que beneficiam as pessoas carentes. Há também muita corrupção é muito dinheiro desviado”.
 
Denis Manzano, 22 anos, estudante de Direito: “Estou indo para Brasília,  porque considero importante acompanhar esse processo. É a segunda impugnação de um presidente do Brasil, em 24 anos. No meu curso tenho que buscar conhecimento e ver como as coisas realmente acontecem. No processo de impeachment a presidente tem direito ao contraditório e ampla defesa. É que nem um criminoso: vai ser investigado e, se for culpado, vai ser condenado. Não vejo golpe. A diferença é que a Dilma tem foro privilegiado. Estou confiante no resultado de hoje na Câmara”.
 
Pâmela de Lara , 30 anos , auxiliar de cozinha. Ela está indo para Brasília com o irmão, o filho de 15 anos e dois amigos. A principal motivação de Pâmela para viagem é dar apoio ao irmão que defende o impeachment de Dilma. Para Pâmela, o principal problema do governo atual é a crise econômica e o desemprego que assolam país: “Não sei ainda se o impeachment é bom ou ruim para o país. Muitas coisas têm que mudar, porque o governo não está 100% certo, mas também não está 100% errado. O mais grave é o desemprego. Atualmente eu não estou empregada e trabalho como autônoma. Está muito difícil conseguir serviço. Pelo menos na minha área , está muito concorrido”.
 
O coordenador da comitiva do ônibus que a reportagem do Olhar Direto acompanha, Bryan Zeferino, 24 anos, promotor de eventos, já participa das mobilizações pelo impeachment há algum tempo e não é a primeira vez que vai a Brasília pedir a saída de Dilma do governo: “O que me motiva a participar dessa mobilização é a insatisfação com o atual governo. A crise econômica está muito grande. Eu quero abrir meu negócio próprio e no momento não dá. É um absurdo o preço das coisas. Mas acho que só a saída da Dilma não resolve a crise. A Bolsa de Valores vai subir de imediato, mas para o resto da economia melhorar ainda vai muitos anos. Além disso, discordo da política do atual governo de governar para minorias, como pessoas de renda mais baixa que dependem do Bolsa Família e cotistas. O governo tem que ser para todo mundo”.
 
Estulano, cerca de 40 anos, bancário e bacharel em Direito – “O principal motivo para eu ir a Brasília acompanhar o impeachment é a indignação com os desmandos. Não estou aqui para tirar a Dilma. A intenção maior é que haja uma mudança radical na política brasileira. E não vai ser o Aécio ou Temer    que vão resolver. Nosso meio político está contaminado com corrupção. Os brasileiros têm que se mobilizar para os políticos perceberem a função real deles. A educação no Brasil é negligenciada, de modo que temos um povo ordeiro, mas que não sabe seus direitos. Os políticos fazem parecer que estão fazendo um favor ao cidadão. Hoje é uma etapa. Acredito que a Câmara vai admitir que a presidente possa ser processada por atos de improbidade. Quem decide é o Senado. Acredito que os senadores não terão outra escolha, a não ser seguir a maioria do povo e a decisão da Câmara”.

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