A partir de hoje (15) os quatros maiores Hospitais Filantrópicos de Mato Grosso (Santa Helena, Santa Casa, Hospital de Câncer e Hospital Geral Universitário) suspendem o recebimento de novos pacientes na internação das Unidades de Terapia Intensiva (UTI), atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), por atraso no repasse de dinheiro do governo estadual. Com isso, quem precisa de uma vaga, terá que buscar em outros municípios.
Desde janeiro deste ano, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) não faz os repasses dos valores complementares para a manutenção das UTI's. A dívida já chega a R$ 4,941 milhões.
A presidente da Federação das Santas Casas, Hospitais e Entidades Filantrópicas (FEHOSMT), Elisabeth Meurer disse que mesmo diante de um déficit mensal de leitos de terapia intensiva em nosso estado, a SES não repassa os valores para manutenção dos leitos existentes e contratualizados, que representam juntos 40 leitos de UTI Geral Adulto, 8 leitos de UTI Coronariana, 10 leitos de UTI Pediátrica e 45 leitos de UTI Neonatal, um total de 103 leitos disponibilizados de UTI em Cuiabá.
Elisabeth destaca que não há viabilidade em manter os atendimentos nos hospitais, uma vez que o não recebimento desses recursos acarreta na falta de pagamento dos médicos, fornecedores e na compra dos medicamentos. "É uma conta que não fecha, porque todos os meses trabalhamos no vermelho. Estamos tratando de vidas e não podemos deixar de cuidar destas pessoas que precisam deste serviço. Só que os hospitais filantrópicos não tem mais de onde tirar dinheiro para manter estes atendimentos", lamentou.
A presidente declara que os hospitais não queriam tomar esta atitude drástica, mas que não vê solução para o problema. "Não podemos mais fazer empréstimos e pagar juros altos nos bancos para manter um serviço que é de responsabilidade do Estado. E nós temos que ser responsáveis com os que já estão internados e precisam de assistência e medicamentos de alto custo.
Os pacientes do SUS poderão contar apenas com os leitos ofertados pelo Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá (PSMC) e Hospital São Benedito, que correspondem apenas 10% do total disponível.
Elisabeth esclarece que todos os hospitais não têm medido esforços para prestar um atendimento digno aos pacientes recebidos nas UTI's."Pedimos a compreensão da população, mas não podemos mais receber pacientes se não temos como tratá-los, isso tudo porque o governo está há três meses sem realizar os repasses, mesmo depois de reiteradas negociações".