O vice-governador e secretário de Meio Ambiente, Carlos Fávaro, recebeu da manhã desta quinta-feira (14.04) do Sindicato Rural de Juína a denúncia de crimes ambientais que vêm acontecendo em cerca de 20 áreas invadidas no Noroeste de Mato Grosso.
Durante a reunião, o secretário reconheceu que a situação é considerada grave, e ponderou que serão realizadas ações para inibir essas situações. “Não dá para ser complacente com invasão de terras, com crime ambiental e grilagem. Temos um posicionamento muito claro do governador quanto a isso”, disse Fávaro, reiterando o posicionamento do Governo do Estado no combate às ilegalidades ambientais.
Fávaro adiantou que a equipe técnica da Sema está preparando uma operação de combate ao desmatamento, que servirá também para atender as metas de desmatamento ilegal zero, propostas no acordo assinado pelo governador Pedro Taques na Conferência do Clima (COP 21), de Paris.
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Guilherme Maluf, colocou a Assembleia Legislativa à disposição para promover ações integradas entre Executivo e Legislativo para combater essas situações. Junto com o deputado Dilmar Dal Bosco, ele demonstrou preocupação com a pauta ambiental. “Podemos iniciar uma câmara temática para deixar este tema em constante discussão, e vamos acompanhar os processos. Quero deixar claro que confiamos na gestão do governador Pedro Taques, e esperamos que solucione o problema”, afirmou Maluf.
O presidente do Sindicato de Juína, José Lino Rodrigues, explicou que não se tratam de ações do Movimento Sem Terra (MST), e classifica como uma apropriação ilegal promovida por quadrilhas que loteiam áreas produtivas para venda irregular. Segundo o presidente, a principal preocupação é com o desmatamento ilegal promovido pelos invasores e com o fato do proprietário responder criminalmente por isso.
Proprietário de uma das áreas invadidas em Juruena (880km a Noroeste de Cuiabá), Apolinário Stuhler conta que dos 25 mil hectares que possui, 7 mil hectares são de área de manejo. Além disso, sua propriedade é a única de Mato Grosso que possui o selo verde internacional de certificação FSC (Forest Stewardship Council).
Ele explica que a invasão começou no dia 2 de abril, e o pedido para a intervenção da Sema serve para evitar o eminente desmatamento. “Eu trabalho com manejo há 25 anos, e estou assustado com a audácia de invadirem uma área com um projeto de manejo sustentável que é referência internacional”, desabafa.