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23/06/25 às 09:38 / Atualizada: 23/06/25 às 21:49

Situação de brasileira acidentada em vulcão na Indonésia segue incerta; Atualização: Brasileira é localizada imóvel no fundo do penhasco

Juliana Marins caiu em penhasco no Monte Rinjani, em Lombok

Vitor Abdala - Repórter da Agência Brasil

AguaBoaNews

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Situação de brasileira acidentada em vulcão na Indonésia segue incerta; Atualização: Brasileira é localizada imóvel no fundo do penhasco

Foto: julianamarins/Instagram

A situação da turista brasileira Juliana Marins, de 26 anos, que se acidentou durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, segue indefinida. Por meio de um perfil criado na rede social Instagram, a família de Juliana reclama de falta de informações concretas e do lento trabalho de resgate feito pelas autoridades da Indonésia.

De acordo com sua família, os trabalhos de resgate foram suspensos há cerca de três horas, no fim da tarde no horário local, devido a condições climáticas desfavoráveis. Além disso, segundo parentes de Juliana, as equipes de salvamento não trabalham à noite.

Juliana fazia uma trilha no Rinjani, um vulcão ativo localizado na ilha indonésia de Lombok, quando desapareceu. Segundo as informações divulgadas pelo Ministério das Relações Exteriores na noite desse domingo (22), ela teria caído em um penhasco na trilha que circunda a cratera do monte.

Na manhã de ontem, a irmã de Juliana, Mariana, reclamou do fato de que a família estava recebendo informações desencontradas do governo indonésio. À noite, Mariana afirmou que a irmã estava desaparecida.

Na madrugada, no entanto, o perfil da família no Instagram informou que ela tinha sido localizada e que uma equipe de resgate estava se deslocando até o local.

"O parque segue com atividade normalmente, turistas continuam fazendo a trilha enquanto Juliana está precisando de socorro. Nós não sabemos o estado de saúde dela, que está sem água, comida e agasalhos por três dias!!!”, publicou a família na rede social. “Juliana vai passar mais uma noite sem resgate por negligência!”

Atualização


Brasileira é localizada imóvel em penhasco rochoso na Indonésia


FRANCISCO LIMA NETO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)


Segundo informações do parque, às 6h30 (horário de Brasília), Juliana foi localizada a cerca de 500 metros de profundidade, com o uso de um drone



A brasileira Juliana Marins, 26, que desapareceu na Indonésia depois de cair na sexta-feira (20) quando fazia uma trilha em direção ao vulcão Rinjani, foi localizada. Equipes tentam fazer o resgate, mas enfrentam diversos obstáculos.

“Conseguimos a confirmação que o resgate conseguiu localizar novamente a Juliana e está, neste momento, descendo até o local onde ela foi avistada. O ambiente de alta montanha é extremamente severo, com obstáculos naturais que dificultam o acesso aéreo, inclusive por helicóptero e drones”, afirmou Mariana Marins, em publicação no perfil do Instagram dedicado às informações sobre a brasileira.

Segundo informações do parque, às 6h30 (horário de Brasília), Juliana foi localizada a cerca de 500 metros de profundidade, com o uso de um drone. A brasileira está presa em um penhasco rochoso e está visualmente imóvel, de acordo com as atualizações publicadas na rede social do parque.

“Duas equipes de resgate foram mobilizadas para chegar ao local da vítima e verificar o segundo ponto de ancoragem a uma profundidade de cerca de 350 metros. No entanto, após observação, duas grandes saliências foram encontradas antes de alcançar a vítima, impossibilitando a instalação da ancoragem”, disse a força-tarefa.

Nas redes sociais, na noite dessa segunda, familiares receberam a confirmação de que o resgate dela será retomado.

O trabalho de resgate enfrenta terrenos extremos e condições climáticas que mudam com rapidez, com neblina espessa que reduziu a visibilidade. Por motivos de segurança, a equipe foi recolhida para uma posição segura.
 
As equipes avaliaram o uso de helicóptero, considerando o período crítico de 72 horas para resgates em áreas selvagens.

O Itamaraty afirmou, na noite deste domingo (22), que pediu ao governo da Indonésia que reforce o trabalho de buscas. A solicitação, segundo nota oficial do órgão, foi feita pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, em nome do governo brasileiro.

Também segundo o Itamaraty, equipes da Agência de Busca e Salvamento da Indonésia atuaram no terceiro dia de buscas no Rinjani, que tem 3.726 metros de altura e fica na ilha de Lombok, a 1.200 km de Jacarta.
 
Na madrugada desta segunda-feira no Brasil, por volta das 16h na Indonésia, a irmã de Juliana disse que o resgate havia sido interrompido novamente, devido às condições climáticas.

“Um dia inteiro e eles avançaram apenas 250 metros abaixo. Faltavam apenas 350 metros para chegar na Juliana e eles recuaram”, disse Mariana Marins. “Precisamos de ajuda, precisamos que o resgate chegue até a Juliana com urgência”.

“Desde que acionada pela família da turista, a embaixada do Brasil em Jacarta mobilizou as autoridades locais, no mais alto nível, o que permitiu o envio das equipes de resgate para a área do vulcão”, diz nota do Itamaraty,

O pai de Juliana Marins disse que está a caminho do país asiático e espera voltar com sua filha viva. Ele fez o comentário em uma publicação no Instagram do presidente Lula (PT), nesta segunda-feira.

“Agradeço ao senhor e ao Ministério das Relações Exteriores, além da embaixada na Indonésia, pelos esforços. Estou a caminho daquele país e espero voltar com minha filha viva”, escreveu Manoel Marins Filho.

Manoel também agradeceu amigos e “pessoas que eu nem conhecia” pela mobilização em torno do resgate.

Depois, nos stories, ele relatou dificuldades para chegar à Indonésia. No início da tarde desta segunda, quando pousou em Lisboa, capital portuguesa, para uma escala, foi informado que não poderia seguir viagem porque o espaço aéreo do Qatar está fechado devido ao ataque do Irã contra bases dos Estados Unidos na região.

“Não sei se vou poder voar hoje. Peço a Deus que possamos seguir com a viagem”, disse.
Neste domingo, a primeira-dama Rosângela Lula da Silva, a Janja, afirmou, no Instagram, que acompanha o caso com preocupação. Ela disse que conversou com o ministro das Relações Exteriores para saber detalhes do ocorrido.

“No decorrer do dia, o ministro se manteve empenhado em auxiliar, de todas as formas possíveis, para que o resgate seja feito com urgência e que Juliana retorne ao Brasil o mais breve”, disse.

TRILHA É CONSIDERADA DIFÍCIL

A trilha seguida pela publicitária brasileira Juliana Marins, 26, até o vulcão Rinjani, na Indonésia, é uma das mais populares do país asiático. A 3.726 metros de altitude, o monte está localizado na ilha de Lombok e é o segundo maior do país.

O trajeto até o cume do vulcão pode levar até quatro dias, segundo informações do Parque Nacional do Monte Rinjani e de agências de montanhismo locais.

A publicitária iniciou o trajeto na sexta-feira (20), quando caiu a cerca de 300 metros da trilha. Ela faria a escalada até domingo.

A vista de cima do vulcão Rinjani é uma das principais atrações do Parque Nacional do Monte Rinjani, área preservada de 41 mil hectares que atrai turistas de todo o mundo. Dentro do monte, a caldeira do vulcão, com mais de 50 quilômetros quadrados, guarda o lago Segara Anak, uma fonte termal natural.

É possível chegar ao local por duas cidades, Senaru e Sembalum.

Para fazer a trilha, os visitantes precisam de um alto nível de preparo físico, diz o parque, acrescentando, em sua página oficial, que visitantes já morreram por não seguirem as recomendações e preparos sugeridos.

Normalmente, a escalada até o entorno da cratera dura dois dias e uma noite -trajeto que seria feito por Juliana-, mas também é possível fazer a caminhada com até quatro dias e duas ou três noites de duração.

Agências locais oferecem o serviço de guia para grupos de diferentes tamanhos. Durante o trajeto, há postos na região para descanso e alimentação. A brasileira teria contratado uma empresa local chamada Ryan Tour.

O parque ainda recomenda que o trajeto seja feito com guias certificados. Quem preferir pode alugar equipamentos em um dos centros disponíveis aos arredores da montanha -nesses casos, o viajante precisa assinar um termo de responsabilidade.

Ainda na página oficial, o Parque Nacional do Monte Rinjani diz que a HPI (Associação de Guias Licenciados, em português) emite certificação para os guias do Monte Rinjani, no entanto, ressalta que o padrão de certificação e o treinamento exigido para os profissionais locais não são tão rigorosos quanto outros países.

“Acidentes graves, incluindo fatalidades, ocorrem em trilhas no Rinjani conduzidas por esses guias”, completa.

Para a escalada, são sugeridas botas, jaquetas impermeáveis e lanterna para cabeça. Para quem pretende alcançar o topo do vulcão, o parque aconselha utilizar bastões de caminhada.

Por causa da altitude e variações de umidade no local, a temperatura durante o trajeto da trilha pode chegar a 4ºC.

Nas redes sociais, montanhistas e entusiastas relatam dificuldade para acessar o topo do monte. Parte relata dificuldades causados pela poeira, especialmente nos meses de junho e agosto, e pelo trajeto escorregadio na subida.

O último registro de erupção do vulcão é de 2010, segundo informações do Parque Nacional do Monte Rinjani.

DEMORA NO RESGATE

No fim de semana, a família fez críticas à demora no resgate da brasileira.

“Conversamos com pessoas no local onde houve o incidente com a Juliana e o que recebemos é que não é verdadeira a informação de que a equipe de resgate levou água, comida e agasalho para ela, conforme divulgado pelas autoridades indonésias e pela embaixada brasileira em Jacarta. A informação que temos é que até agora não conseguiram chegar até a Juliana, que está há mais de 36 horas desaparecida”, afirmou Mariana Marins à Folha de S.Paulo neste domingo (22).

Segundo a irmã, as imagens divulgadas até agora não davam um relato fiel da localização de Juliana, que teria se movimentado.

“Gostaríamos de uma atualização com informações reais e estamos preocupadas com a corrida contra o tempo para salva minha irmã”, concluiu Mariana, destacando que espera o envio de um helicóptero para resgatar a irmã no local.

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