Com a elevação da taxa básica de juros (Selic) para 15% ao ano, o que muda na rentabilidade dos investimentos?
A taxa básica de juros dita o retorno de diversas aplicações financeiras, uma vez que vários títulos de renda fixa costumam acompanhar Selic.
Com a nova alta, a Selic atingiu o maior patamar desde 2006. Isso significa que os investimentos em renda fixa tendem a render um pouco mais, com ganhos acima da inflação. E são várias as opções que oferecem um retorno bem maior que o da caderneta de poupança.
Levantamento da plataforma Yubb mostra que o retorno projetado para os próximos 12 meses nas principais aplicações de renda fixa pode chegar a 11,15%, já descontada a inflação esperada para o período, de 5,53%. Veja abaixo as simulações:
Como ficam os investimentos com a Selic em 15% ao ano:
Investimento |
Rendimento bruto |
Rendimento líquido |
Inflação |
Rendimento real |
Poupança nova* |
7,50% |
7,50% |
5,25% |
2,14% |
Poupança antiga* |
7,50% |
7,50% |
5,25% |
2,14% |
Tesouro SELIC |
14,90% |
11,92% |
5,25% |
6,34% |
CDB banco médio |
17,14% |
13,71% |
5,25% |
8,04% |
CDB banco grande |
11,18% |
8,94% |
5,25% |
3,51% |
LC |
17,88% |
14,30% |
5,25% |
8,60% |
LCA* |
14,60% |
14,60% |
5,25% |
8,89% |
LCI* |
15,05% |
15,05% |
5,25% |
9,31% |
RDB |
17,28% |
13,83% |
5,25% |
8,15% |
Debênture incentivada* |
16,99% |
16,99% |
5,25% |
11,15% |
*Os investimentos marcados com asterisco (*) são isentos de imposto de renda. *Para os rendimentos líquidos, foi aplicada uma alíquota de 20,00% de imposto de renda, referente a prazos de vencimento entre 181 e 360 dias. *A inflação utilizada para 2025 é de 5,25%, baseada no Boletim FOCUS do Banco Central do Brasil, publicado em 16 de junho de 2025.
Onde colocar o dinheiro
Como é possível ver no quadro acima, um investimento no Tesouro Selic vai ter um rendimento líquido real (descontada a inflação e imposto de renda) de 6,34% ao ano. O índice é maior que o da poupança, que vai pagar 2,14% em 12 meses.
No CDB, o investidor deve pesquisar em que banco colocar seu dinheiro. De acordo com a plataforma, o rendimento pode variar entre 3,51% e 8,04% ao ano, dependendo da instituição e porte do banco.
Em aplicações com isenção de Imposto de Renda, como LCI, LCA e debênture incentivada, o rendimento real pode chegar a superar os 10%.
“CDBs atrelados ao CDI, Tesouro Selic e fundos de renda fixa com ativos pós-fixados são mais vantajosos nesse cenário. Eles evitam perdas com marcação a mercado e garantem um retorno previsível. Já para quem pensa no longo prazo, os títulos atrelados ao IPCA podem ser interessantes, desde que mantidos até o vencimento ou em cenários de inflação elevada”, afirma Andressa Bergamo, sócia-fundadora da AVG Capital, sugere foco em pós-fixados no curto prazo.
Ela lembra, porém, que a escolha da aplicação deve considerar tanto o momento econômico quanto o perfil de cada investidor. “Se o objetivo é preservar capital com liquidez, os pós-fixados são a melhor pedida. Mas se o horizonte é mais longo e o investidor quer proteger seu poder de compra, os títulos atrelados à inflação passam a ser estratégicos. É preciso alinhar prazo, objetivo e risco para tomar a melhor decisão”, diz.
Regras da Poupança
Pela regras atuais, quando a taxa Selic é maior que 8,5% ao ano, a poupança tem uma rentabilidade de 0,5% ao mês e de 6,17% ao ano somada à Taxa Referencial (TR).
A regra funciona assim:
- Quando a taxa Selic for maior que 8,5% ao ano, o rendimento da poupança será de 0,5% ao mês, somada à Taxa Referencial (TR); com isso, o retorno hoje é projetado em 7,16% em 12 meses.
- Quando a taxa Selic for menor que 8,5% ao ano, o rendimento da poupança será de 70% da taxa Selic, somada à Taxa Referencial (TR).