Cuidados básicos com os olhos, nem sempre adotados com a regularidade necessária, podem assegurar a qualidade da visão e prevenir cegueira parcial ou definitiva.
O glaucoma, por exemplo, é uma doença silenciosa que a cada ano atinge, somente no Brasil, 150 mil pessoas.
E, mesmo sendo irreversível, se tratado precoce e continuamente diminui os riscos de progressão.
Na semana passada, no dia 26, a Saúde fez o ‘Dia de Prevenção ao Glaucoma’.
A data foi criada como forma de alertar a população sobre a incidência da doença e a necessidade de mais atenção à saúde dos olhos.
A vice-presidente da Associação Mato-grossense de Oftalmologia (AMO), Maria Carolina Marquezan da Silva, 38, explica que as doenças que geram baixa visão ou cegueira são divididas em reversíveis e irreversíveis.
“Nas reversíveis, temos a catarata, que é quando a lente natural do olho fica opaca e bloqueia a entrada da luz no olho”, explica ela.
Divulgação

A vice-presidente da Associação Mato-grossense de Oftalmologia(AMO), Maria Carolina Marquezan da Silva, 38, explica que as doenças que geram baixa visão ou cegueira são divididas em reversíveis e irreversíveis.
A catarata, informa a especialista, se reverte em processo cirúrgico que emprega tecnologia avançada e segura.
“Conseguimos reverter esse bloqueio ao colocar uma lente transparente que libera a passagem da luz”, observa.
Já o glaucoma, doença caracterizada pelo aumento da pressão intraocular, na prática clínica não há reversão.
Entretanto, quando diagnosticada precocemente, pode ser controlada com tratamento regular.
“O principal fator de risco é, sim, a pressão intraocular elevada”, assinala ela.
A especialista alerta que pessoas da raça negra, míopes e com histórico familiar de glaucoma precisam tomar mais cuidado.
Uma das orientações dela é que o paciente não recorra ao oftalmologista somente quando suspeitar de infecção ou que já não está enxergando mais tão bem.
Também, que aproveite o momento da consulta em que vai fazer ou trocar os óculos para um check-up na saúde ocular.“Assim ele pode ter um diagnóstico precoce e prevenir o glaucoma, por exemplo”, orienta ela.
Carol Marquezan, como gosta de se identificar, é formada em Medicina pela Unic, em Cuiabá.
Ela fez residência médica oftalmológica no Complexo Hospital Padre Bento, em Guarulhos (SP).
Também é presidente da Sociedade Centro-Oeste de Oftalmologia (Soceo)..
Se especializou em Córnea e Uveite (inflamação e/ou infecção da camada média do olho) e tem doutorado pela Unifesp, sendo que ficou um ano no Wilmer Eye Institute, no Johns Hopkins Hospital, onde fez um ano de post-doctoral research fellowship de Segmento Anterior, e na Uinifesp, em São Paulo.
Ela lembra que, além do glaucoma e catarata, há outras doenças que podem levar à cegueira, entre as quais, cita, o diabetes.
“A glicemia alta pode formar cristais de açúcar na corrente sanguínea e provocar o rompimento de vasos, entre outras complicações”, informa ela.
Pela Associação de Oftalmologia, Carol Marquezan integra o projeto ‘Suporte Inicial à Visão’.
Vinculado ao Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), esse projeto tem o objetivo de treinar os clínicos gerais para os primeiros socorros em oftalmologia.
Ela assinala que em muitas cidades brasileiras não há profissionais de oftalmologia.
Por isso, a proposta desse projeto é orientar o médico que faz o primeiro atendimento, entre outras coisas, não receitar medicamentos com corticoide.
“Se o paciente estiver com uma infecção por fungo, o uso do corticoide pode aumentar a infecção e até levar à perda da visão”, esclarece ela.
Carol Marquezan acredita que em breve as ações desse projeto serão colocadas em prática em hospitais e unidades de saúde.
Ela adianta que disponibilizar informações para facilitar o acesso do paciente ao tratamento de oftalmologia está entre as ações.