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11/05/25 às 14:04 / Atualizada: 11/05/25 às 14:31

Cirurgia de separação de gêmeas siamesas é concluída em Goiânia

Gêmeas siamesas Kiraz e Aruna têm um ano e seis meses de idade e são naturais do interior de Sâo Paulo

Alexandre Bittencourt de Goiânia, GO

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Cirurgia de separação de gêmeas siamesas é concluída em Goiânia

Gêmeas siamesas Kiraz e Aruna: cirurgia concluída com sucesso

Foto: Reprodução

Terminou por volta das 4h20 deste domingo (11) a cirurgia de separação das gêmeas siamesas Kiraz e Aruna, realizada no Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad), em Goiânia. A operação foi conduzida pelo cirurgião pediátrico Zacharias Calil. As duas estão se recuperando em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hecad.

Kiraz e Aruna têm um ano e seis meses de idade. Nasceram no interior de São Paulo e estavam isoladas no hospital desde a última quarta-feira (7). Calil explicou que o isolamento foi necessário para evitar que as pacientes fossem contaminadas, por exemplo, por vírus ou bactérias que lhes causassem enfermidades respiratórias. E também para preparar o intestino para a cirurgia.

Kiraz e Aruna foram definitivamente separadas por volta de 1h24 de manhã. Depois disso teve início a sétima etapa, que foi a reconstrução dos corpos das pacientes nas regiões em que ficaram expostas. “Foi uma cirurgia muito complexa, muito difícil, mas muito difícil mesmo. O fígado estava muito espesso e havia várias alterações anatômicas. Mas nós conseguimos”.


Cirurgiões operam gêmeas siamesas (Foto: Reprodução)

Participaram do procedimento mais de 60 profissionais, entre eles pelo menos 16 cirurgiões de especialidades diversas – como cirurgiões plásticos, ortopédicos, vasculares, especialistas em urologia e aparelho digestivo, além de quatro anestesiologistas.

Kiraz e Aruna seram classificadas, segundo o médico, como siamesas esquiópagas triplas, por terem três pernas e múltiplos órgãos compartilhados – como fígado, intestino, genitália, ânus, tórax e abdômen. Cada uma ficou com uma bacia e uma perna. A terceira perna foi sacrificada, para que pele e ossos fossem usados na reconstrução delas.

Na véspera, Zacharias Calil afirmou que a cirurgia seria realizada com tecnologia de última geração. Citou como exemplo um bisturi de argônio, que é um gás, que corta e coagula com alta precisão. E um equipamento que aspira sangue durante a cirurgia, filtra e o reintroduz no paciente. “Uma tecnologia de altíssima qualidade. Diminui muito a perda de sangue”, explica o médico.

Calil também fez questão de ressaltar que todo o procedimento foi feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Quando eu disse lá nos Estados Unidos que os pacientes não têm custo, eles assustaram. Hoje seria algo em torno de R$ 2,5 milhões. Fora o tratamento na UTI. Tudo isso é complexo demais. Lá nos EUA teria que haver uma arrecadação de dinheiro”.
 

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