Notícias / Agropecuária
20/03/25 às 11:38
Exportação de carne brasileira navegará entre desafios e oportunidades em 2025
Diante das oscilações do mercado, especialistas reforçam a importância da eficiência nas operações para que o país continue competitivo no cenário global e conquiste novos consumidores
Foto: Divulgação Ramax
O ano de 2024 foi histórico para o setor de carne bovina brasileiro, que consolidou o país como líder global com as exportações. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), elaborados pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), foram, no total, de 2,89 milhões de toneladas embarcadas, um crescimento superior a 26% ante 2023.
A China manteve sua posição como principal destino, com 1,33 milhão de toneladas, gerando um faturamento de US$ 6 bilhões. Em seguida, destacaram-se os Estados Unidos, que importaram 229 mil toneladas, somando US$ 1,35 bilhão. Outros mercados importantes incluem os Emirados Árabes Unidos (132 mil toneladas e US$ 604 milhões), a União Europeia (82,3 mil toneladas e US$ 602 milhões), o Chile (110 mil toneladas e US$ 533 milhões) e Hong Kong (116 mil toneladas e US$ 388 milhões).
Para que este bom resultado seja mantido em 2025, os produtores e as indústrias do Brasil precisarão superar alguns desafios. De acordo com Vanessa Silva, gerente de operações do Grupo Ramax, multinacional brasileira com filiais na China, Emirados Árabes Unidos, Estados Unidos e Líbano, para o setor continuar crescendo, antes de mais nada é preciso ter atenção com alguns fatores internos. Entre eles está a disparidade do preço do boi no Brasil em comparação às cotações internacionais. "O mercado não está acompanhando essa relação de valorização, desta forma, a compra é muito apertada e muitas vezes essa conta não fecha. Por isso precisamos focar na eficiência operacional", destaca.
Outro gargalo da cadeia produtiva da carne brasileira, segundo a profissional, é o desafio logístico. "O custo das operações é muito alto, a combinação de longas distâncias, estradas de qualidade inferior e preços elevados de frete, pedágio e combustível torna a operação mais onerosa. Isso leva muitos frigoríficos a optar pela exportação, mesmo com as flutuações do dólar, já que o mercado interno está passando por dificuldades devido à desvalorização do real", detalha o gerente de operações.
Apetite chinês
No último ano, o Grupo Ramax produziu 74 milhões de toneladas de carne. Deste total, cerca de 80% foi destinado ao mercado externo, sendo o principal destino a China. Segundo Mariana Inocente, gerente de exportações da multinacional para a Ásia, na última década, o consumo per capita de carne bovina na China cresceu de forma expressiva, impulsionado pelo aumento da renda e pela melhoria no padrão de vida da população.
Enquanto no Brasil o consumo per capita de carne bovina é de aproximadamente 25 kg por ano, na China esse número ainda gira em torno de 6 kg per capita. “Se essa tendência de crescimento se mantiver, a pressão sobre a produção global poderá exigir novas soluções genéticas, logísticas e inovações sustentáveis para atender à demanda crescente”, acrescentou.
Para termos uma base em números, em 2024, a produção de carne bovina na China atingiu 7,7 milhões de toneladas, representando um crescimento de 3,59% em relação ao ano anterior. Para alcançar esse volume, o país abateu aproximadamente 51,8 milhões de bovinos, um aumento em relação aos 50,3 milhões abatidos em 2023. "Esse avanço reflete o fortalecimento da segurança alimentar chinesa e a redução da dependência de especificamente, impactando diretamente os frigoríficos brasileiros. Com a maior oferta interna, as margens dos frigoríficos que operam com o mercado chinês têm se tornado cada vez perturbados aos anos anteriores", afirmou Mariana.
Oportunidades
Com o aumento da produção interna, tem se alterado a dinâmica comercial global. Em diversos momentos do ano, a China deixa de ser uma “galinha dos ovos de ouro” para os frigoríficos brasileiros, enquanto outros mercados, como os Estados Unidos e os Emirados Árabes Unidos, passam a oferecer preços mais competitivos.
Diante desse cenário, torna-se essencial diversificar estratégias e explorar novas oportunidades para garantir margens mais sustentáveis. "Apesar dos avanços na produção local, o consumo per capita de carne bovina na China permanece significativamente abaixo de outros países, o que evidencia o grande potencial inexplorado desse mercado. Essa perspectiva reforça a necessidade de adaptação e inovação para manter a competitividade no cenário global", apontou o gerente de exportações da multinacional para a Ásia Ramax Group.
Além da China, o mercado asiático apresenta ainda outras possibilidades de negócios e oportunidades para a carne bovina nacional. Mariana, entre os destaques vale ressaltar o potencial da Indonésia, além de Taiwan e do Japão. Inclusive, este último vale um destaque. Recentemente, uma comitiva do Brasil com representantes do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) esteve no país com o principal objetivo de fortalecer os laços comerciais e avançar nas negociações bilaterais.
Durante o encontro, as autoridades reforçaram os aspectos de sanidade, qualidade e sustentabilidade da agropecuária brasileira e a importância da parceria comercial entre Brasil e Japão, que completa 130 anos de diplomacia e comércio bilateral em 2025. "Essa abordagem será excelente para o Brasil, pois sempre é bom ter mais opções de compradores para ficarmos dependentes apenas de um país. E como a Ásia não cria boi em escala larga, naturalmente vão pagar um preço melhor", finalizou Mariana.
Sobre - O Grupo Ramax é uma multinacional baseada no Brasil, com atuação na China, Emirados Árabes Unidos, Estados Unidos e Líbano, que nasceu da parceria entre um grupo de profissionais experientes com o objetivo de fornecer todas as soluções fáceis para te ajudar a expandir seus negócios no Brasil e no mundo. Conte com uma equipe que atua em diversas regiões localmente, mantendo-se sempre atualizado com as mais recentes tecnologias mundiais e tendências do mercado internacional. www.ramax-group.com .
A China manteve sua posição como principal destino, com 1,33 milhão de toneladas, gerando um faturamento de US$ 6 bilhões. Em seguida, destacaram-se os Estados Unidos, que importaram 229 mil toneladas, somando US$ 1,35 bilhão. Outros mercados importantes incluem os Emirados Árabes Unidos (132 mil toneladas e US$ 604 milhões), a União Europeia (82,3 mil toneladas e US$ 602 milhões), o Chile (110 mil toneladas e US$ 533 milhões) e Hong Kong (116 mil toneladas e US$ 388 milhões).
Para que este bom resultado seja mantido em 2025, os produtores e as indústrias do Brasil precisarão superar alguns desafios. De acordo com Vanessa Silva, gerente de operações do Grupo Ramax, multinacional brasileira com filiais na China, Emirados Árabes Unidos, Estados Unidos e Líbano, para o setor continuar crescendo, antes de mais nada é preciso ter atenção com alguns fatores internos. Entre eles está a disparidade do preço do boi no Brasil em comparação às cotações internacionais. "O mercado não está acompanhando essa relação de valorização, desta forma, a compra é muito apertada e muitas vezes essa conta não fecha. Por isso precisamos focar na eficiência operacional", destaca.
Outro gargalo da cadeia produtiva da carne brasileira, segundo a profissional, é o desafio logístico. "O custo das operações é muito alto, a combinação de longas distâncias, estradas de qualidade inferior e preços elevados de frete, pedágio e combustível torna a operação mais onerosa. Isso leva muitos frigoríficos a optar pela exportação, mesmo com as flutuações do dólar, já que o mercado interno está passando por dificuldades devido à desvalorização do real", detalha o gerente de operações.
Apetite chinês
No último ano, o Grupo Ramax produziu 74 milhões de toneladas de carne. Deste total, cerca de 80% foi destinado ao mercado externo, sendo o principal destino a China. Segundo Mariana Inocente, gerente de exportações da multinacional para a Ásia, na última década, o consumo per capita de carne bovina na China cresceu de forma expressiva, impulsionado pelo aumento da renda e pela melhoria no padrão de vida da população.
Enquanto no Brasil o consumo per capita de carne bovina é de aproximadamente 25 kg por ano, na China esse número ainda gira em torno de 6 kg per capita. “Se essa tendência de crescimento se mantiver, a pressão sobre a produção global poderá exigir novas soluções genéticas, logísticas e inovações sustentáveis para atender à demanda crescente”, acrescentou.
Para termos uma base em números, em 2024, a produção de carne bovina na China atingiu 7,7 milhões de toneladas, representando um crescimento de 3,59% em relação ao ano anterior. Para alcançar esse volume, o país abateu aproximadamente 51,8 milhões de bovinos, um aumento em relação aos 50,3 milhões abatidos em 2023. "Esse avanço reflete o fortalecimento da segurança alimentar chinesa e a redução da dependência de especificamente, impactando diretamente os frigoríficos brasileiros. Com a maior oferta interna, as margens dos frigoríficos que operam com o mercado chinês têm se tornado cada vez perturbados aos anos anteriores", afirmou Mariana.
Oportunidades
Com o aumento da produção interna, tem se alterado a dinâmica comercial global. Em diversos momentos do ano, a China deixa de ser uma “galinha dos ovos de ouro” para os frigoríficos brasileiros, enquanto outros mercados, como os Estados Unidos e os Emirados Árabes Unidos, passam a oferecer preços mais competitivos.
Diante desse cenário, torna-se essencial diversificar estratégias e explorar novas oportunidades para garantir margens mais sustentáveis. "Apesar dos avanços na produção local, o consumo per capita de carne bovina na China permanece significativamente abaixo de outros países, o que evidencia o grande potencial inexplorado desse mercado. Essa perspectiva reforça a necessidade de adaptação e inovação para manter a competitividade no cenário global", apontou o gerente de exportações da multinacional para a Ásia Ramax Group.
Além da China, o mercado asiático apresenta ainda outras possibilidades de negócios e oportunidades para a carne bovina nacional. Mariana, entre os destaques vale ressaltar o potencial da Indonésia, além de Taiwan e do Japão. Inclusive, este último vale um destaque. Recentemente, uma comitiva do Brasil com representantes do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) esteve no país com o principal objetivo de fortalecer os laços comerciais e avançar nas negociações bilaterais.
Durante o encontro, as autoridades reforçaram os aspectos de sanidade, qualidade e sustentabilidade da agropecuária brasileira e a importância da parceria comercial entre Brasil e Japão, que completa 130 anos de diplomacia e comércio bilateral em 2025. "Essa abordagem será excelente para o Brasil, pois sempre é bom ter mais opções de compradores para ficarmos dependentes apenas de um país. E como a Ásia não cria boi em escala larga, naturalmente vão pagar um preço melhor", finalizou Mariana.
Sobre - O Grupo Ramax é uma multinacional baseada no Brasil, com atuação na China, Emirados Árabes Unidos, Estados Unidos e Líbano, que nasceu da parceria entre um grupo de profissionais experientes com o objetivo de fornecer todas as soluções fáceis para te ajudar a expandir seus negócios no Brasil e no mundo. Conte com uma equipe que atua em diversas regiões localmente, mantendo-se sempre atualizado com as mais recentes tecnologias mundiais e tendências do mercado internacional. www.ramax-group.com .
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Juacy da Silva
'AGRICULTURA URBANA, PRODUÇÃO ORGÂNICA E AGROECOLOGIA'
“Conhecereis a verdade e Ela (a verdade) vos libertará” (Evangelho São João, 8:32). Esta citação do Evangelho refere-se a Cristo, quando ele mesmo também disse “Eu sou o caminho, a VERDADE...
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