"Os militares se regulam e os pilotos podem escolher voar para onde quiserem e precisarem. Em um espaço aéreo controlado como este, eles ainda têm liberdade para tomar medidas de evasão, mas seguem a orientação dos controladores de voo. A ênfase é que eles devem sempre olhar ao redor, o que é conhecido no meio como 'observar e evitar'", detalha o ex-piloto.
Isso contrasta com os aviões civis, Bacon explica, que devem seguir rotas de voo pré-determinadas.
Questionado sobre a comunicação por rádio que alertou o piloto do helicóptero sobre a presença da aeronave de passageiros, ele avalia: "É padrão para controladores de tráfego aéreo perguntarem coisas como 'você vê a aeronave?'. Havia uma instrução muito clara, então caberia ao piloto do helicóptero militar evitar o avião comercial."
"Não é incomum que helicópteros militares estejam próximos de aeronaves comerciais. Os investigadores estabelecerão o que aconteceu e, se houver lições a serem aprendidas, haverá uma mudança nos procedimentos", complementa ele.
Condições climáticas tiveram algum papel no acidente?
Embora a causa do acidente ainda seja desconhecida, no momento em que há um evento do tipo, uma observação meteorológica detalhada é realizada por especialistas no assunto.
Os investigadores usarão essas informações para determinar se o clima teve algum impacto no choque entre o avião e o helicóptero.
Sabemos que o acidente aconteceu por volta das 21h, no horário local.
Embora o céu estivesse limpo, com visibilidade de mais de 16 km, havia alguns ventos fortes naquele momento em torno de Washington DC.
O vento vinha da direção oeste-noroeste com uma velocidade de 26 km/h, com rajadas de até 42 km/h.
O voo da American Airlines deve ter usado a Pista 33 (direção 330º), o que significa que estaria quase pousando contra o vento (290º), como uma aeronave normalmente faria.
No entanto, ainda há um componente de vento cruzado, algo que os pilotos estão cientes em qualquer pouso.
Neste caso, o vento cruzado na superfície era de 16 km/h com rajadas de 27 km/h.
Esses valores estão dentro dos limites da aeronave e da capacidade de um piloto pousar.
Diante disso, não haveria grandes preocupações com o clima na aproximação da aeronave com o solo, segundo especialistas.
O que as testemunhas oculares dizem?
Ari Schulman disse à NBC Washington que viu o avião cair enquanto dirigia na George Washington Parkway, rodovia próxima do aeroporto.
Ele disse que a aproximação do avião parecia normal, até que viu a aeronave se inclinando fortemente para a direita, com faíscas na sua parte inferior.
Naquele momento, ele disse que sabia que algo estava "muito, muito errado". Ele disse que a parte inferior de um avião não deveria ser visível no escuro.
As faíscas, segundo Schulman, iam do nariz do avião até a cauda.
Jimmy Mazeo disse que viu o acidente enquanto jantava com sua namorada em um parque perto do aeroporto.
Ele se lembra de ter visto um "clarão branco" no céu e que os aviões voando para o Aeroporto Ronald Reagan pareciam estar seguindo "padrões irregulares".
Mazeo disse que só percebeu a gravidade da situação quando viu os serviços de emergência começarem a chegar ao local.

Voos foram desviados e aeroporto em Washington está fechado
O que as autoridades dos EUA estão dizendo?
O presidente Donald Trump disse que foi informado sobre o "terrível acidente" e que estava monitorando a situação de perto.
"Que Deus abençoe suas almas", disse ele em uma declaração. "Obrigado pelo trabalho incrível que está sendo feito por nossos primeiros socorristas."
Em sua conta de mídia social TruthSocial, ele também levantou questões sobre como o incidente poderia ter acontecido. "Esta é uma situação ruim que parece que deveria ter sido evitada. NÃO É BOM!!!"
O vice-presidente JD Vance pediu orações para aqueles que estavam no incidente.
O secretário de Defesa Pete Hegseth e o secretário de Transportes Sean Duffy, cujas nomeações foram confirmadas recentemente, também disseram que estavam monitorando a situação.
O CEO da American Airlines, Robert Isom, expressou "profunda tristeza" em um vídeo que foi postado no site da companhia aérea.
Histórico de acidentes aéreos
O último grande acidente aéreo comercial ocorreu nos EUA em fevereiro de 2009, quando um voo da Continental Airlines que partiu de Newark, em Nova Jersey, operado pela Colgan Air, colidiu com uma casa ao se aproximar do aeroporto em Buffalo, em Nova York.
O avião era um Bombardier Q400 e 49 pessoas morreram.
O acidente mais recente da American Airlines foi em novembro de 2001, perto do Aeroporto Internacional John F. Kennedy.
O voo nº 587 da American Airlines, um Airbus A300, caiu logo após a decolagem, e vitimou 265 pessoas.
O voo tinha como destino Santo Domingo, na República Dominicana, e caiu na área de Belle Harbor, em Rockaways, no bairro do Queens, em Nova York.
Em 2009, um Airbus A320 da US Airways fez um pouso forçado minutos após decolar do aeroporto LaGuardia, em Nova York, depois que ambos os motores foram afetados por um bando de pássaros.
O piloto decidiu planar com o avião até o local de pouso no Rio Hudson e todos os 155 passageiros e tripulantes foram resgatados sem fatalidades.