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10/11/24 às 07:55 / Atualizada: 10/11/24 às 08:37

Viagra do Cerrado: descubra o fruto que tem fama de afrodisíaco, reduz o colesterol e o risco de doenças cardiovasculares

Viagra do Cerrado: descubra o fruto que tem fama de afrodisíaco, reduz o colesterol e o risco de doenças cardiovasculares

Por Thauany Melo, g1 Goiás

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Viagra do Cerrado: descubra o fruto que tem fama de afrodisíaco, reduz o colesterol e o risco de doenças cardiovasculares

Fruto do barueiro, no Cerrado

Foto: AguaBoaNews

De um tronco imponente com galhos densos, nasce um fruto com composição especialmente estimulante para os seres humanos: a castanha de baru, encontrada dentro do fruto do barueiro. Essa castanha é conhecida como o "viagra do Cerrado" devido aos seus efeitos no organismo - entenda abaixo.

Em entrevista ao g1, Rávila Graziany, nutricionista e doutora em Ciências da Saúde, explicou que as investigações sobre os efeitos da amêndoa de baru no organismo humano começaram após a observação de que, nos meses de setembro e outubro, período da colheita do fruto, aumentava o número de mulheres grávidas nas regiões onde o consumo da amêndoa de baru fazia parte da cultura local.

“Uma das explicações para o efeito afrodisíaco seria o alto teor de zinco presente na amêndoa de baru. O zinco é um mineral importante para a fertilidade”, explicou a nutricionista.

 
A especialista afirmou ainda que o fruto é uma boa fonte de gordura saudável e vitamina E, o que pode contribuir para o efeito antioxidante e a proteção celular, essenciais para o equilíbrio hormonal. Além disso, ela destacou que o consumo da amêndoa de baru está associado à redução do risco de doenças cardiovasculares.
 
Por ser rica em fibras e proteínas, a castanha também oferece saciedade e pode contribuir para a redução de gordura abdominal em prescrições nutricionais, conforme a nutricionista.
 
Castanha de baru — Foto: Gilson Borges/Escola de Agronomia da UFG
Castanha de baru — Foto: Gilson Borges/Escola de Agronomia da UFG  
 
A professora Rosângela Vera, da Escola de Agronomia da Universidade Federal de Goiás (UFG), detalhou o efeito em homens e mulheres do zinco encontrado na castanha:  
 
“Nas mulheres o zinco desempenha papel importante no desenvolvimento sexual, na ovulação e no ciclo menstrual. Nos homens, este mineral está relacionado com o desenvolvimento dos testículos, maturação do esperma e síntese de testosterona", afirmou.  
 
Barueiro
 
Barueiro no Cerrado — Foto: Gilson Borges/Escola de Agronomia da UFG
Barueiro no Cerrado — Foto: Gilson Borges/Escola de Agronomia da UFG  
 
A professora Rosângela Vera explicou que barueiro é uma árvore nativa do Cerrado brasileiro, pertencente à família das leguminosas e "parente" das plantas de soja, feijão e amendoim.  
 
Segundo a professora, o baru é valorizado tanto por suas sementes quanto por sua polpa. As sementes, segundo ela, possuem uma rica combinação de proteínas, gorduras saudáveis, vitaminas e minerais.  
 
Rosângela Vera ressaltou que o baru se destaca tanto pela versatilidade culinária, quanto pela composição nutricional. Além das propriedades que ajudam a saúde reprodutiva, o baru oferece outros benefícios nutricionais.  
 
“As amêndoas de baru apresentam elevado teor de lipídios com predominância de gorduras insaturadas. Possuem também antioxidantes naturais como o zinco e a vitamina E, além de elevado teor de fibras. Estudos realizados indicam que o consumo da amêndoa de baru reduz o colesterol total e aumenta o HDL, o bom colesterol”, explicou a professora.  
 
Veja os benefícios da castanha de baru:  
  • Fonte de gorduras insaturadas
  • Antioxidantes naturais
  • Rico em zinco
  • Elevado teor de fibras
  • Elevado teor de lipídios
  • Oferece muita saciedade
  • Reduz o colesterol
  • Redução do risco de doenças cardiovasculares
Preservação  
 
A professora Rosângela Vera destacou que a coleta do baru ainda é baseada em um modelo extrativista, no qual os frutos são colhidos diretamente da natureza. Esse modelo, aliado à destruição de áreas nativas do Cerrado, representa uma ameaça à preservação da espécie.  
 
"Com a redução das áreas preservadas e a intensificação do extrativismo, faz-se necessário a implantação de pomares para evitar a erosão genética ou até mesmo a extinção da espécie", afirmou.  
 
De acordo com a professora, diversas iniciativas visam ao cultivo do barueiro para a comercialização dos frutos. No mercado, o quilo da amêndoa de baru já ultrapassa R$ 100, e os produtos derivados têm alto valor agregado.

"Infelizmente, o avanço da devastação do Cerrado coloca em risco essa espécie e muitas outras com potencial para alimentação, produção de fármacos e biocombustíveis”, afirmou.

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