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05/11/24 às 19:36 / Atualizada: 05/11/24 às 19:45

Eleição nos EUA ainda está aberta. Entenda os ‘caminhos para vitória’

GUIA COMPLETO: colégio eleitoral americano é complicado, tanto Donald Trump quanto Kamala Harris podem vencer a disputa

Tiago Vasconcelos

Diário do Poder

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Imagem gerada pela inteligência artificial Grok, do 'X', mostra corrida entre Donald Trump e Kamala Harris. Foto: Grok/Diário do Poder
As eleições dos Estados Unidos, que se encerram nesta terça-feira (5), mobilizam as atenções de todo o mundo. Entretanto, a complexidade do processo pode fazer com que a definição dos resultados demore até algumas semanas para ser anunciada, além de criar diferentes “caminhos para vitória” tanto de Donald Trump quanto de Kamala Harris (veja abaixo).

A disputa pela presidência americana não funciona como no Brasil, onde todos os votos válidos são somados e o candidato com o maior número de apoiadores é eleito presidente da República. Nos EUA, existe o Colégio Eleitoral.

Como funciona o Colégio Eleitoral?

O Colégio Eleitoral é uma comissão composta por 538 representantes dos 50 estados. Em 48 deles, os representantes são escolhidos pelo partido político que teve a maioria dos votos. Ou seja, o candidato a presidente que ganha a maioria dos votos populares leva todos os votos eleitorais daquele estado.

O total de cada estado flutua a cada eleição. Este ano, o maior colégio eleitoral é a Califórnia, com 54 votos.  O estado de Delaware, o menor do país, tem três votos. Apenas Maine e Nebraska dividem seus votos eleitorais de acordo com os votos em distritos (municípios) específicos. Veja abaixo o mapa eleitoral com as previsões médias das pesquisas de opinião até esta terça-feira (5).


 
O número de votos eleitorais de cada estado é proporcional à sua representação no Congresso, mas o total de 538 não muda desde os anos 1960. O total de votos de cada estado representa a soma dos senadores (dois por estado) e dos deputados (que variam de acordo com a população). São 435 representantes (deputados) e 100 senadores no Congresso, equivalentes a 535 votos no Colégio Eleitoral. Outros três votos vêm de Washington D.C.

Residentes do Distrito da Columbia, lar da capital federal Washington, têm o direito de eleger três representantes ao Colégio Eleitoral desde a Emenda à Constituição 23, em 1961. Entretanto não elegem senadores e apesar de elegerem um deputado, ele não tem voto no Congresso. Com essa mudança, o Colégio Eleitoral é composto por 538 membros. Para vencer, um candidato presidencial precisa obter 270 votos.

Os representantes do Colégio Eleitoral são escolhidos pelo partido vencedor em cada estado, mas não podem ser ocupantes de cargos federais. Em caso de empate no Colégio Eleitoral, 269 a 269, a definição vai para a Câmara de Representantes, cuja composição também será definida nesta terça-feira (5).

Assim como no Brasil, o número de representantes de cada estado no Congresso é definido pelo censo nacional. Nos EUA, o último foi realizado em 2020 pelo US Census Bureau (Departamento do Censo dos EUA). Em 1980, por exemplo, a Flórida tinha 17 votos no Colégio Eleitoral. Em 2024, esse número já pulou para 30.

Eleição distrital vs. proporcional

Outra diferença fundamental nos EUA é a eleição distrital. Deputados e vereadores brasileiros são eleitos no sistema proporcional, no qual candidatos vencem de acordo com sua votação individual dentro da lista de seu partido, mas levam em conta o número de cadeiras obtidas pelo partido como um todo.

Por isso, no Brasil, candidatos com muitos votos “puxam” outros candidatos para a Câmara dos Deputados. Já na eleição para presidente, governadores e senadores a disputa é majoritária: vence quem tem o maior número de votos.

Nos EUA, o país é dividido em 435 distritos e cada um elege ao Congresso seu representante, equivalente ao deputado federal no Brasil. Ou seja, são realizadas eleições majoritárias para deputado em cada distrito americano.

Caminhos em 2024

Em 2024, a eleição presidencial americana depende do resultado de sete estados, os chamados “estados-pêndulo” deste ano, cujos resultados são imprevisíveis antes da eleição: Arizona, Nevada, Wisconsin, Michigan, Pensilvânia, Geórgia e Carolina do Norte.

A campanha de Kamala Harris se concentra nos estados de Wisconsin, Michigan e Pensilvânia, sede do seu último ato de campanha em 2024. Juntos, os três estados são chamados de “blue wall” (parede azul, cor do partido democrata nos EUA). Se a campanha democrata vencer nesses três estados, Harris consegue conquistar os 270 votos necessários no Colégio Eleitoral para se tornar a primeira mulher presidente dos EUA.

O ex-presidente Donald Trump também finalizou sua campanha presidencial no estado da Pensilvânia, que tem 19 votos no Colégio Eleitoral. Para Trump vencer a eleição, ele precisa ganhar nos estados da Nevada, Pensilvânia e Geórgia. Com isso, chegaria a 271 votos.

Dados demonstram que cerca de 78 milhões de pessoas votaram antes da data final da eleição, até o momento. O número representa menos da metade dos mais de 156 milhões que votaram de forma adiantada em 2020.

A média de pesquisas eleitorais do Real Clear Politics (RCP) nos estados-pêndulo (veja abaixo) aponta vitória de Trump no Arizona, e também coloca o republicano à frente nos estados de Nevada, Pensilvânia, Geórgia e Carolina do Norte. A democrata Kamala Harris lidera por margem pequena em Wisconsin e Michigan. Caso esse cenário seja confirmado, Donald Trump retornaria à Casa Branca com 287 votos do Colégio Eleitoral.

 
Média das pesquisas nos estados pêndulo da eleição 2024 nos EUA. Foto: RCP
Média das pesquisas nos estados pêndulo da eleição 2024 nos EUA. Foto: RCP

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