Senor Abravanel, mais conhecido como o apresentador por trás de um vasto império midiático, Sílvio Santos acumulou ao longo de sua vida uma fortuna estimada em R$ 1,9 bilhão. Além de seu sucesso na televisão, ele também realizou investimentos estratégicos no setor agropecuário, contribuindo para a construção de sua riqueza. Silvio Santos, um ícone da televisão brasileira, expandiu seu legado muito além dos estúdios e das telas, aventurando-se com sucesso no agronegócio.
Sílvio Santos, o maior apresentador da TV, faleceu no sábado (17/8) na capital paulista, aos 93 anos, devido a complicações após contrair a H1N1. Nos anos 1970 e 1980, Silvio Santos consolidou a Agropecuária Tamakavy, um empreendimento que compreendia cerca de 95 mil hectares de terras no Mato Grosso, localizadas entre os municípios de Alto Boa Vista e São Félix do Araguaia, que na época, pertenciam a cidade de Barra do Garças-MT. E para fechar o negócio, Silvio esteve no cartório de Barra do Garças onde formalizou a escritura da fazenda e para não ser reconhecido por algumas pessoas ele usou um chapéu e óculos escuros. Esse fato foi revelado pelo ex-chefe do cartório, Valdon Varjão (já falecido), que foi prefeito da cidade e senador da República.
A aquisição dessas propriedades teve início em 1972, quando o empresário, sempre estratégico, aproveitou os incentivos fiscais do governo federal para expandir suas operações na pecuária.
A entrada de Silvio Santos no agronegócio começou a ser divulgada em julho de 1972, quando o jornal Correio da Manhã noticiou a compra das fazendas Tamakavy, Tiaipe e Barra Atlântica. O negócio envolveu uma área de 70 mil hectares, adquirida do Grupo Ometto-Almeida Prado, e a partir dessa transação, a propriedade passou a ser conhecida como Baú Agropecuária S.A.. No dia 8 de julho de 1972, o Correio da Manhã informava que Silvio Santos acabara de firmar contrato com o Grupo Ometto-Almeida Prado para assumir o controle da Agropecuária Tamakavy, “na área da Sudam”: “A transação envolve uma área de 70 mil hectares, no município mato-grossense de Barra do Garças, compreendendo as empresas Tamakavy, Tiaipe e Barra Atlântica, que agora passarão a chamar-se Baú Agropecuária S.A.”.
A visita do rei do baú da felicidade, por causa do carnê de prêmios que ele criou, esteve na Barra para adquirir uma fazenda em Barra do Garças. Com o objetivo de diversificar seus investimentos e aproveitar as condições fiscais favoráveis, Silvio Santos manteve a Tamakavy como uma das principais propriedades, chegando a ter 10 mil cabeças de gado distribuídas por suas vastas terras. Essa diversificação foi uma estratégia inteligente que o permitiu consolidar seu nome também no agronegócio, ao mesmo tempo em que sua presença na televisão se fortalecia.
“Eu tinha uma fazenda que era a segunda maior do Brasil, a Tamakavi, e nunca fui lá”, afirmou, em 2010, à Folha. “Nem vi no mapa”.Queria ele noticiar o fato Onde estão as fazendas que pertenceram ao apresentador? Segundo o livro “A fantástica história de Silvio Santos“, o empresário se desfez da Tamakavy na mesma época em que vendeu a Record para a Igreja Universal do Reino de Deus, comandada por Edir Macedo, em 1989. Exatamente naquele ano o apresentador tinha sido anunciado como candidato à Presidência da República, numa aventura derrubada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Atuais donos da Agropecuária A Tamakavy, agora com sede em Alto Boa Vista, pertence hoje a um político goiano, Adair Henrique da Silva, ex-prefeito de Bom Jesus (GO). Atuais donos da Agropecuária A trajetória de Silvio Santos no agronegócio revela uma faceta menos conhecida do apresentador, mas igualmente notável. Sua capacidade de identificar oportunidades e prosperar em diferentes setores é um testemunho de sua visão empresarial.
Embora tenha se desfeito das fazendas na mesma época em que vendeu a Record para a Igreja Universal do Reino de Deus em 1989, sua influência no setor agropecuário permanece uma parte significativa de sua história de sucesso. Atualmente, as terras que pertenceram a Silvio Santos estão sob o controle de outros empresários, mas a memória de sua incursão no agronegócio ainda é lembrada como um exemplo de como um visionário pode diversificar e expandir seu império para além do esperado.