Depois de dois anos consecutivos de expansão da economia do Mato Grosso, impulsionada pelas safras de grãos 2022 e 2023, o Produto Interno Bruto (PIB) do estado deve perder fôlego em 2024, mas ainda vai manter trajetória positiva, avalia o Departamento Econômico do Santander. O Banco projeta elevação de 1,4% para a economia mato-grossense neste ano, e de 2,9% em 2025.
Para o PIB brasileiro, o banco projeta alta de 2% ao ano em 2024 e 2025. Os números estão em estudo especial que apresenta estimativas do Santander por estados e regiões do país para o horizonte de 2022 a 2025. Os últimos dados oficiais do IBGE para as economias estaduais foram publicados em 2021.
Autor do estudo ao lado dos economistas Rodolfo Pavan e Henrique Danyi, o economista Gabriel Couto observa que a base de 2023 - quando o PIB mato-grossense cresceu 10,9% pelos cálculos do banco - é elevada, o que também afeta o resultado previsto para 2024. “A devolução de parte dos fortes ganhos da safra de 2022 e 2023 tende a ser um impacto negativo no PIB do estado em 2024. Essa desaceleração é mais uma acomodação do que uma tendência mais longa”, afirma.
Nas projeções do Santander, após salto de 27% em 2023, o PIB agropecuário do Mato Grosso vai recuar 4% este ano. Porém a retomada do setor deve ocorrer em 2025, com expansão de 2% do PIB agro do estado. A agropecuária representa 25,7% da economia mato-grossense, destaca Couto, acima da média nacional (7%) e do Centro-Oeste (12,8%).
Para o economista, o comportamento local dos serviços reforça que houve impactos positivos secundários da produção agrícola nos demais setores. Nas estimativas do Santander, o PIB dos serviços no estado cresceu 4,5% em 2023 e deve seguir avançando em 2024 e 2025, com aumentos previstos de 3,5% e 3% em cada ano.
A indústria também registra evolução positiva no Mato Grosso nos últimos anos, em consequência dos resultados de safra. Após expansão de 2% no ano passado, a projeção é de crescimento de 4% tanto em 2024 quanto em 2025. O PIB industrial tem participação de 17,4% na economia do Estado, nota Couto, e os serviços, de 54,7%.
Com evolução excepcional entre 2022 e 2023, na esteira de safras recordes e dos impactos secundários da produção agrícola sobre os demais setores, o Centro-Oeste tem elevação do PIB projetada em 2,4% em 2024 e 2,5% no ano que vem.