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15/03/16 às 22:54 / Atualizada: 16/03/16 às 21:51

Estelionatário preso em Água Boa era funcionário da Granol em Itumbiara onde manipulava recebimento de soja; prejuízo é de cerca de R$ 570 mil

Operação Safra foi deflagrada, nesta terça-feira, nas cidades de Itumbiara-GO e Água Boa-MT

Aparecida Andrade, Diário da Manhã

Edição para Agua Boa News, Clodoeste Kassu

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Estelionatário preso em Água Boa era funcionário da Granol em Itumbiara onde manipulava recebimento de soja; prejuízo é de cerca de R$ 570 mil

Foto: Polícia Civil - MT

De acordo com informações do titular da 2ª Delegacia Distrital de Polícia Civil de Itumbiara, o delegado Vinícius de Castro Penna, responsável pela operação, as investigações apontam que os investigados realizavam falsas operações de descarga de grãos junto ao armazém Granol (empresa de produção e comercialização de grãos), a qual acreditando na efetivação da transação pagava aos criminosos valores referentes a tais operações, sem nunca ter recebido o produto.

Com a cooperação da Delegacia de Polícia Judiciária Civil de Água Boa a Operação Safra foi deflagrada, nesta terça-feira (15), simultaneamente nas cidades de Itumbiara-GO e Água Boa, visando o cumprimento de 23 ordens judiciais, sendo mandados de sequestro de bens e valores, buscas e apreensões, conduções coercitivas e prisão preventiva.

A ação ocorreu na cidade de Água Boa porque foi para onde um dos Investigados, Douglas Lima Frandoloso, 33 anos, teria fugido após a empresa para a qual trabalhava em Itumbiara descobrir as fraudes praticadas por ele. Douglas foi preso em casa, com o auxílio da polícia aguaboense,  onde também fora arrecadado o veículo camionete S-10 de sua propriedade, alvo de medida de sequestro judicial.

“Eles manipulavam e alteravam o recebimento de mercadorias e, por tabela, o pagamento delas. Douglas era funcionário desta empresa e realizava falsas operações de descarga de grãos – sem sequer o produto existir – e depois efetuava o pagamento direto nas contas bancárias de Joaquim e José Carlos”, informou a polícia.

Os demais investigados, o corretor de grãos Joaquim Jacinto Rosa Neto e o produtor rural José Carlos de Paula, que ainda moram em Itumbiara, explicou o delgado, receberam visita das equipes policiais em seus endereços residenciais e comerciais, onde as equipes buscaram evidências e elementos de prova que legitimem a tese de investigações. Sendo esses conduzidos à sede da 2ª DDP-Itumbiara-GO/6ª DRP para prestarem esclarecimentos.

Vinícius de Castro informou que entre os objetos alvos de medidas de sequestro judicial destacam-se automóveis de alto padrão, importados, bem como veículos de lazer luxuosos, como uma motonáutica pertencente ao investigado Joaquim Jacinto Rosa Filho.

Articulação do grupo

Após denúncia do proprietário da empresa, a Polícia Civil em Itumbiara, com atuação do Grupo Especial de Repressão a Crimes Patrimoniais (Gepatri) e Grupo Especial de Repressão a Narcóticos (Genarc) investigaram o esquema por cerca de três meses. Ainda segundo o delegado, a empresa confirmou os golpes por meio de contabilidades auditadas. A quadrilha realizou desde o ano passado aproximadamente 16 operações, acarretando um prejuízo da ordem de R$ 570 mil.

Conforme esclarecimentos do titular da 2ª Delegacia Distrital de Polícia Civil de Itumbiara, o delegado Vinícius de Castro Penna, responsável pela operação, o grupo se articulava da seguinte maneira. Douglas Lima Frandoloso era o gerente administrativo da empresa, armazém Granol, em que produtores rurais são clientes do depósito.

“O Joaquim Jacinto Rosa Neto e José Carlos de Paula se passavam por clientes dessas operações em que Douglas, em conluio com eles fraudava as transações. Joaquim e José seriam os fornecedores dos grãos e ao mesmo tempo beneficiários do crédito gerado para com a empresa.”, descreve o delgado.

Castro observou que os prejuízos já contabilizados somam a monta de R$570.000. “Nessa ação de  a gente visou finalizar dois inquéritos tem outro inquérito que o Joaquim e o José são receptadores de grãos roubados. Podem existir outras vítimas desses grãos roubados envolvendo o Joaquim e o José”, conta.

O delegado acrescenta que José, além de estar envolvido no esquema com Douglas tem um armazém de grão e levanta suspeita da atividade. “Estamos trabalhando nessa linha de investigação para verificar se esses grãos eventualmente depositados junto ao armazém do investigado José Carlos não estariam sendo, esquentados, com essas operações fraudulentas como as detectadas na empresa Granol”, menciona.

Os dois suspeitos de terem acumulado esse valor por meio da fraude afirmaram à polícia que ficavam com apenas uma comissão e que a maior parte do valor permanecia com Douglas. “Ele [Douglas] desligava o sistema de monitoramento da empresa e realizava as fraudes em feriados e finais de semana”, acrescentou o delegado.

Vinícius observa que apesar de Douglas ter sido demitido por cometer fraudes, em Itumbiara, este já estava em outra empresa, em Água Boa, onde estaria novamente prestando serviço em outro armazém de grãos, recém-inaugurado, naquela localidade.

Eles (Joaquim e José) foram interrogados e certamente serão indiciados pelos crimes de associação criminosa e estelionato, podendo ainda ser alvo de indiciamento pelo crime de lavagens de dinheiro ou capital. Enquanto Douglas o qual já se encontra preso, na cidade de Água Boa, é acusado pelos mesmos crimes e no momento aguarda a transferência para a cidade de Itumbiara em Goiás que ocorrerá nos próximos dias.


(Correção: O Água Boa News errou ao informar que o prejuízo causado a empresa é de R$ 570 milhões. Na verdade, o correto é R$ 570 mil.)

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