Diagnosticada com leucemia em novembro de 2013, a auxiliar administrativa Josiane Siqueira, 34 anos, que mora em Cuiabá, conseguiu um doador compatível. O transplante deve acontecer em 27 de maio, em Curitiba (PR). Ela organizou um festival de hambúrguer, entre outras ações, para arrecadar dinheiro e custear o tratamento na capital paranaense.
A paciente deve passar por última quimioterapia, já marcada para 17 de maio, antes de receber o transplante. As informações do doador são sigilosas. Ele foi encontrado através do Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome).
Foi necessário o encaminhamento para o tratamento em outro estado porque, após o transplante, a paciente precisa passar um período internada, até recuperar a imunidade. São necessárias também as transfusões de plaquetas e uma transfusão de sangue especial, a “transfusão irradiada”, que, em Mato Grosso, não é oferecida.
A passagem deve ser paga pelo estado, mas ainda não foi emitida. Mesmo assim, Josiane disse estar empolgada e que pretende fazer mais ações para arrecadar dinheiro e se manter no sul durante o tratamento.
“Estou ótima, maravilhada. Não esperava que fosse tão rápido, achava que o transplante fosse agendado para agosto. A marcação para maio me surpreendeu e estou fazendo todos os procedimentos necessários para tudo correr bem”, contou.
Segundo Josiane, além da passagem, ela deve receber um auxílio diário de R$ 24,75 pela estadia no Paraná. Mas o prazo do pagamento das diárias costuma a ser pago em um prazo de 60 e 90 dias. “Mesmo que eu receba a ajuda, ela só vem meses depois. Por isso, preciso juntar dinheiro para não chegar lá sem nada”, explicou.
Ela vendeu 130 combos com sanduiche e
refrigerantte durante festival
(Foto: Arquivo pessoal/ Josiane Siqueira)
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Durante o festival de hambúrguer realizado no dia 20 de fevereiro, foram vendidos 130 combos de sanduíche com refrigerante, o correspondente a 30 a mais do que o planejado. A campanha #ForçaJosi tem também a vaquinha virtual. As ações de arrecadações são múltiplas, porque, apesar de receber o auxílio-doença, pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), segundo ela, o valor não é suficiente para custear todo o tratamento.
As despesas mensais chegam a R$ 1 mil, só em medicamentos e o valor pode variar entre R$ 300 e R$ 400. Além disso, Josiane precisa de condições específicas após as sessões de quimioterapia. Ela não pode andar de ônibus, dividir banheiro com mais ninguém, e precisa, se possível, voltar para casa em um carro particular, fator que encarece ainda mais o tratamento.
Sobre a doença
A medula óssea é um tecido líquido que ocupa o interior dos ossos. Na medula óssea, são produzidos os componentes do sangue: as hemácias (glóbulos vermelhos), os leucócitos (glóbulos brancos) e as plaquetas.
O transplante de medula óssea é um tratamento proposto para algumas doenças que afetam as células e os glóbulos brancos do sangue, como anemia aplástica grave, leucemia mielóide aguda, leucemia mielóide crônica, leucemia linfóide aguda, mieloma múltiplo e linfomas.